Um dos maiores discos da história do rock, o antológico “The
Dark Side Of The Moon”, de 1973, do Pink Floyd, também recebeu uma nova
interpretação à base da guitarrada paraense, com o carinhoso título de “The
Charque Side Of The Moon”, de 2007 – em Belém, o charque é a carne bovina
salgada preparada para um banquete (em outras regiões conhecida como “carne-de-sol”
ou “jabá”) que também denomina, carinhosamente, a genitália feminina.
Guitarrista e vocalista da banda La Pupuña – e um dos mais
fervorosos fãs da banda inglesa –, Luiz Félix resolveu mostrar o seu olhar particular
sobre o disco.
“A ideia era manter a concepção original do disco, mas dar a
ele um sotaque paraense”, conta o músico, que trabalhou durante 45 dias
trancafiado no estúdio do parceiro Fabrício Jomar, co-autor da obra.
Boa vontade, fidelidade e uma forte dose de imaginação foram
fundamentais para a homenagem paraense ao clássico inglês.
O disco contou com 15 participações especiais e os custos
não ultrapassaram R$ 500.
Entre as participações estão nomes da nova geração do rock
paraense, como a vocalista da banda Madame Saatan, Sammliz, que canta em
“Money”, Pio Lobato e Guilherme (da banda Cravo Carbono) em “On The Run”, e
Gaby Amarantos – cantora de technobrega que empresta seus gritos a “The Great
Gig In The Sky”.
O trabalho reúne também músicos de outros segmentos como
Mestre Vieira (da banda Mestres da Guitarrada) e o grupo de carimbó Os
Baioaras, que coloca uma percussão pesada em “Time”.
A miscelânea de estilos musicais, no entanto, não compromete
o conceito do álbum e mantém a fidelidade da gravação, como a separação de sons
entre os canais, a ordem das músicas e todos os detalhes de Dark Side – aqui
substituídos por elementos regionais, como a risada de Fafá de Belém em “Brain
Damage”, sinos da Basílica de Nazaré em “Time” e barcos pô pô pô em “Speak To
Me”.
Para baixar o disco clique aqui.
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