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segunda-feira, setembro 03, 2012

Pink Floyd com sabor de maniçoba



Um dos maiores discos da história do rock, o antológico “The Dark Side Of The Moon”, de 1973, do Pink Floyd, também recebeu uma nova interpretação à base da guitarrada paraense, com o carinhoso título de “The Charque Side Of The Moon”, de 2007 – em Belém, o charque é a carne bovina salgada preparada para um banquete (em outras regiões conhecida como “carne-de-sol” ou “jabá”) que também denomina, carinhosamente, a genitália feminina.

Guitarrista e vocalista da banda La Pupuña – e um dos mais fervorosos fãs da banda inglesa –, Luiz Félix resolveu mostrar o seu olhar particular sobre o disco.

“A ideia era manter a concepção original do disco, mas dar a ele um sotaque paraense”, conta o músico, que trabalhou durante 45 dias trancafiado no estúdio do parceiro Fabrício Jomar, co-autor da obra.

Boa vontade, fidelidade e uma forte dose de imaginação foram fundamentais para a homenagem paraense ao clássico inglês.

O disco contou com 15 participações especiais e os custos não ultrapassaram R$ 500.

Entre as participações estão nomes da nova geração do rock paraense, como a vocalista da banda Madame Saatan, Sammliz, que canta em “Money”, Pio Lobato e Guilherme (da banda Cravo Carbono) em “On The Run”, e Gaby Amarantos – cantora de technobrega que empresta seus gritos a “The Great Gig In The Sky”.

O trabalho reúne também músicos de outros segmentos como Mestre Vieira (da banda Mestres da Guitarrada) e o grupo de carimbó Os Baioaras, que coloca uma percussão pesada em “Time”.

A miscelânea de estilos musicais, no entanto, não compromete o conceito do álbum e mantém a fidelidade da gravação, como a separação de sons entre os canais, a ordem das músicas e todos os detalhes de Dark Side – aqui substituídos por elementos regionais, como a risada de Fafá de Belém em “Brain Damage”, sinos da Basílica de Nazaré em “Time” e barcos pô pô pô em “Speak To Me”.

Para baixar o disco clique aqui.

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