Fabiano
Alcântara
Há
algo de estranho no reino de Momo. Parece que o rotundo monarca anda
ouvindo rock indie e dando moshs. Dizem as más línguas que ele até
deixou uma barba hipster.
Coldplay,
Phoenix, Killers, Cut Copy, MGMT são alguns sons que o bloco
Loveblock promete levar para as ruas de São Paulo.
A
iniciativa se junta a outras, por todo Brasil, em que marchinhas e
axé passam longe como Bloco do Sargento Pimenta, Bloco dos Malditos,
Bloco Cru e Bloco pra Iaiá (que toca Los Hermanos) no Rio, Bloco
Carnivalha, em Salvador, Bloco Quanta Ladeira, em Olinda, e o
glorioso Bloco do Pink Floyd, que atrai roqueiros a Pedralva, no Sul
de Minas, há 18 anos.
“Acho
natural o surgimento de blocos mais alternativos, que saiam um pouco
do tradicional imaginário do carnaval. As pessoas são únicas,
diferentes e é esperado que neste momento em que a rua é pública e
tudo é possível, haja espaço para experimentação do novo, da
expressão individual de cada um, ou de cada grupo”, afirma o
produtor cultural Rogério Oliveira.
Entre
as músicas do repertório do bloco estão “Sweet Disposition”,
do Temper Trap, “Young Folks”, do trio Peter, Bjorn and John,
“What You Know”, do Two Door Cinema Club, “Lights & Music”,
do Cut Copy, “Rather Be”, de Clean Bandit, e “Read My Mind”,
The Killers. Eles ainda prometem rolar sons como Florence the
Machine, Asaf Avidan & The Mojos e Blur, em arranjos especiais
com ritmos brasileiros.
“Há
uma iniciativa nascendo no Rio de músicas dos Rolling Stones. Além
delas, há uma imensidão de artistas como Tim Maia, Caetano, Roberto
Carlos e muitos outros que são homenageados durante o carnaval.
Achamos que o carnaval é isso, é pra ser essa mistura livre mesmo,
sem preconceito, onde cada um vá pra rua expressar o que sente, da
forma que sente, através da música que melhor expresse tudo isso”,
diz Rogério.
Bem
no espírito gourmetizador, a festa tem uma preocupação com a
sustentabilidade e será bancada por um crowdfunding que espera
arrecadar R$ 40 mil. Também estão no pacote: body art, estúdio de
tatuagem, cenografia na rua criada pela artista Júlia Duarte, nuvens
de bolas de sabão, e, claro, food trucks.
Dizaê,
bicho: você vai ser outro tijolinho nesse Carnawall?
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