Xico
Porrada
Eu
nunca fui muito chegado a carnaval. Das vezes em que brinquei foi
somente por causa da cara preta.
Só
que hoje em dia é tanta cara preta que esfregam na cara do sujeito
que é capaz do cristão acabar tomando nojo por ela e começar a
queimar a rosca.
No
ano passado, estava passando as férias em Recífilis, a Venérea
brasileira, e fiquei putíssimo com o carnaval porque dancei.
Dancei
no mal sentido e contra o meu querer. Explico.
Eu
sai do hotel de manhã cedo e fui no Mercado de São José comprar
umas ostras pra fazer uma garrafada de catuaba.
Não
que eu estivesse carecendo, mas o indivíduo não pode facilitar.
Aí,
quando dou fé, estou no meio de uma reca dum pessoal que parecia não
ter mais fim.
Contra
minha vontade, fui carregado a pulso pela mundiça.
E
eu tô lá, mais perdido que o Eduardo Braga no Ministério de Minas
e Energia, no meio daquele frege, com a cabroeira pulando, cantando e
estirando um braço pra cima, empestando o ar com a maior catinga de
suvaqueira.
Olhe
que eu sou caboco macho-chô-chô, dos colodinos roxos desde a
Renascença, mas naquela hora eu caguei fino.
Nem
puxar minha lambedeira de doze polegadas eu consegui porque tava mais
espremido do que cunhão de zambeta.
Como
falei antes, mais macho do que eu nem um cara com três ovos, porém
naquela situação acabei levando mais dedada do que doente da
próstata.
No
meio da gafieira havia uma porção de maloqueiro só a fim de
amolegar.
Apois
devia ter uns baitolas no meio da ramaféia porque amolegaram as
minhas partes até dizer chega.
Pra
encurtar, eu só consegui me livrar daquele rebuceteio às três
horas da tarde, que foi quando descobri que havia me metido no meio
do tal Galo da Madrugada.
O pior é que chego no hotel todo
arrombado, suado feito pai de santo, com a moléstia dos cachorros, e
aí a rádio-patroa ainda vem com queixão, com um quente e dois
fervendo pra cima de muá, achando que eu tava afogando o ganso com
alguma nega véia.
É cada uma que o cristão aguenta
que dá dez!
E esse tal de Galo da Madrugada pra
mim é negócio de frango!
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