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sexta-feira, fevereiro 20, 2015

Banda da Caxuxa reúne 5 mil foliões num carnaval tipo “paz & amor, bicho!”


Na última terça-feira, 17, cerca de 5 mil foliões se divertiram na Banda da Caxuxa, numa das maiores batalhas de confete já realizadas no mítico cruzamento das ruas Parintins e Borba, na Cachoeirinha.

O lugar é mítico porque foi naquele canto que nasceu o Bloco do Macacão (1973), o imbatível Murrinhas do Egito (1974), o bloco Andanças de Ciganos (1976, hoje GRES Andanças de Ciganos), o invocado Setembro Negro (1977), o famoso Barraka's Drinks (1980), o grupo musical Cio da Terra (1981) e o embrião do aloprado bloco Aluga-se Moças (1985).

Também no mesmo cruzamento funcionou, durante décadas, o inesquecível boteco Top Bar, do saudoso Aristides “opa, maninho!” Rodrigues, que hoje a gente tenta emular, inutilmente, no Bar da Kátia, mais conhecido como “Canto do Fuxico”.


A Banda da Caxuxa é uma criação coletiva do analista de sistemas e livreiro Simas Pessoa (vulgo DJ Careca Selvagem) e dos advogados Juarez Tavares e Newton Melo, com a assessoria técnica da Kátia Flávia, proprietária do boteco-sede da banda.

A jurássica velha guarda dos Ciganos (eu, Sici Pirangy, Arlindo Jorge, Ricardão, Paulo César Dó, Argemiro, Luiz Lobão, Cláudio Carioca, Rubens Bentes, Mestre Louro, Nego Walter, Belisca, Carlos Henrique, Antídio Weil, Sadok, Charles Brau, Djalma, Hilário, Junior Malheiros, Celestino Neto, Jorginho Skank, Dinho Garcia, Didão, Zé Alfredo, Albino, Neto, Cley, Wladimir Brother, Chiquinho, Joel, Nelsinho, João Cachorro, Antônio Moura, Lucio Preto, Áureo Petita, Mestre Pinheiro, Ormando Barbosa, etc) entrou na onda apenas para reforçar a couraça do dinossauro.

Esse ano, a banda não recebeu um centavo da Prefeitura de Manaus ou do Governo do Estado, que ajudaram financeiramente mais de 150 bandas e blocos de rua.


Toda a infraestrutura da festa (palco, iluminação, aparelhagem de som, bandas musicais, banheiros químicos e brinquedos infantis) foi custeada integralmente pelos brincantes, mediante contribuições voluntárias que variaram de R$ 50 a R$ 100.

O panavueiro desta 4ª edição da festa era uma celebração conjunta pelos 80 anos do seu Chico Eletricista, um dos moradores mais queridos do bairro, e pelos 30 anos do bloco Aluga-se Moças, formado exclusivamente por homens vestidos de mulher.

Os novos machões do pedaço devem achar que basta colocar uma roupa feminina para dar vontade de liberar o caneco porque apenas uns 15 cavaleiros templários da AMOAL encararam a experiência (eu incluso).


A fuzarca começou às 15h, com a Orquestra Invisível da Brahma (o vocalista Gilson Sabiá e o tecladista Erivaldo Badaró deram um show de bola cantando os maiores sucessos do Araketu, Gerasamba, Olodum, Camaleão, Banda Mel, Pinduca e Alceu Valença).

Na sequência, se apresentaram as bandas Panela de Pré-Samba (com um repertório de sambas da melhor qualidade), Cara de Pau (formada pelos músicos do grupo Os Embaixadores, que tocaram até Pink Floyd em ritmo de marcha-rancho), Dragões de Komodo (do Sargento Ramalho, especializada em frevos e marchinhas do tempo do Onça) e a alucinada bateria Vai Ou Racha, do GRES Andanças de Ciganos, capitaneada pelo Mestre Bá.


A festa acabou de madrugada sem uma única cena de violência, apesar do farto consumo de manguaça, cigarrinho de índio e maisena que passarinho não cheira.

Hosana às alturas, mas a Cachoeirinha tem mesmo um povo civilizado...

Foi muito legal rever velhos amigos de adolescência como os irmãos Ivaldo e Ivan (“Frank Seixas” e “Ivan Cabasso”, nos nossos tempos de ETFA), Eduardo, Binga, Heraldo Cacau, Gilberto, Paulo Sarará, Britão e tantos outros.

O lado ruim da esbórnia: apesar da alta concentração de fêmeas disponíveis, eu não comi ninguém.

Em compensação, também não fui comido.

Abaixo, alguns flashes da presepada.








































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