Para quem curte afrodisíacos e simpatiza com essa erva tão
polêmica, o grupo de pacientes e cuidadores da Califórnia, Aphrodite Group,
produziu um novo lubrificante à base de cannabis chamado Foria. O grupo, que
promove o uso da maconha de alta qualidade e o bem-estar sexual das mulheres,
cobra US$ 88 (ou aproximadamente R$ 350) por um vidro de 30 ml do produto —
para aplicação dentro e fora da vagina antes do sexo. Por enquanto a venda só é
feita àqueles que possuem prescrição médica de maconha. Se interessou? Então
veja as respostas das perguntas abaixo e tire (quase) todas as suas dúvidas
sobre o novo hype.
Age como um
lubrificante qualquer? – Aparentemente, o Foria não te deixa alto (a menos
que você o beba) e a sensação é de calor e formigamento na região aplicada. Ao
observar o site do grupo, o vídeo na entrada e os comentários das mulheres que
usaram o lubrificante de maconha, fica claro que o produto está sendo
comercializado especialmente para mulheres que sofrem de queda de hormônios ou
algum grau de disfunção sexual feminina. O nome “Foria” é na verdade o nome da
flor (feminina) da planta da maconha. Mas não se preocupe, pois o lubrificante
quase não tem cheiro.
Ele é legalizado?
– Embora o lubrificante de cannabis pareça totalmente inofensivo, a legalidade
do produto ainda é duvidosa. Na realidade, o homem sempre fumou maconha durante
a história e tivemos tempo de sobra para estudar seus efeitos até agora. No
entanto, é curioso ver que os estudos realizados não abordam os efeitos do THC
na vagina, que nesse caso é o que nos interessa. Então, quem são esses
“pioneiros genitais” querendo usar uma farmacologia sexual não testada
anteriormente?
Qual a composição do
produto? – Segundo a empresa, sua fórmula é exclusiva e foi inspirada pelo
uso histórico da cannabis como um afrodisíaco em culturas tradicionais em todo
o mundo. Essa sabedoria antiga foi validada pela recente onda de investigação científica
sobre os benefícios da maconha à saúde. O lubrificante aproveita as potências
complexas da maconha para criar um “terapêutico afrodisíaco”. A composição do
Foria, que também pode ser ingerido oralmente, é basicamente 100% de óleo
natural de coco (líquido), THC e outros canabinóides. Por ter um pH baixo, o
óleo de coco é ótimo para o cuidado da pele e ideal para a manutenção de um pH
vaginal saudável, além de ser uma chave para o combate a fungos e bactérias.
Por fim, o mais
importante: é confiável? – Ok, pra começo de conversa, vocês só misturaram
THC em óleo de coco – vocês não inventaram o Viagra. Essa “nova era romântica”
geralmente se baseia em “sabedoria antiga” e “pesquisa científica”, e embora a
gente tenha consciência de que ninguém vai morrer de overdose de lubrificante
de maconha na vagina, é vergonhoso um produto que será aplicado numa das
regiões mais sensíveis e permeáveis da mulher não ter o aval de um obstetra ou
ginecologista para tanto. O que ele faz é se reafirmar como marca de um
tranquilizante “natural”. Antes de inventar o Foria, a Mathew Gerson fundou a
Sir Richard’s Condom Company, uma fabricante de “preservativos de luxo”
naturais (e para cada preservativo que você compra, um é doado a uma comunidade
carente).
Talvez esses caras realmente tenham criado um produto eficaz
que une a sabedoria antiga e a pesquisa científica. Pode ser que a empresa
ainda publique alguma coisa sobre isso e, quem sabe, isso proporcione às
mulheres (ricas) momentos ainda mais prazerosos na cama. Eu disse ricas, porque
não é todo dia que se pode pagar por um lubrificante que custa mais de R$ 300.
A questão é que independentemente do preço devemos nos atentar à qualidade do
produto – não é porque ele natural que está isento de culpa. Heroína também é
“natural” e vem de uma florzinha bem bonita. Fica o lembrete...
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