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sábado, março 21, 2020

Desacerto nos beiradões



JUNHO de 1974. Prenúncio de desacerto na Comunidade do Varre Vento, próximo da fazenda Setestrelo, de Toninho Lemos, nos confins de Urucará. Os dois sujeitos iam se cruzar, direções opostas, mesmo sentido, ambos montados a cavalo, um subindo e o outro descendo uma pequena ladeira. Mais brabo do que siri em lata, o sujeito que vinha de cima, tirou a peixeira da cintura e avisou:

– Escuta aqui, cabra safado, eu soube que tu andou falando coisa ruim de mim na venda do João Caxinguelê! Agora, vamos acertar os ponteiros pra ver quem é mais macho! Um de nós dois vai virar defunto! Te aprepara pra morrer, fio da égua!

O outro, pensativo e calmíssimo:

– Vamos fazer uma coisa, parente: agora estou avexado e não vai dar boa imbuança. Deixa pra daqui a sete dias. Pode ser aqui mesmo.

Pensou mais, e melhor:

– Olha, sete também não dá não, fica pra quinze. Preciso resolver uns negoços antes.

O que estava mais brabo do que siri em lata acabou rindo e não houve briga.

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