Celestino Neto, Thiago
Roney e Marcileudo Barros
Outubro de 1982. O poeta Marcileudo Barros estava subindo a Avenida Eduardo Ribeiro quando percebe um sujeito andando pra lá e pra cá na calçada da loja Credilar-Teatro, demonstrando sinais de irritação e impaciência.
Ele reconhece o sujeito. É seu velho amigo Carlinhos Playboy, parceiro dos áureos tempos da Cachoeirinha. Os dois se abraçam efusivamente.
– O que qui você está fazendo aqui? – pergunta Marcileudo.
– O Zezinho veio comprar uma guitarra Gibson aqui nessa merda e, como o pagamento era à prestação, o filho da puta do gerente exigiu um fiador! – explicou Carlinhos Playboy. – Eu vim ser o fiador do caralho da guitarra. Estou aqui desde o meio-dia e me disseram que o filho da puta do gerente foi almoçar. Já são quase duas da tarde e o viadinho ainda não voltou. Vou continuar esperando. E você, porra, o que qui você está fazendo por aqui?...
– Eu sou o filho da puta do gerente viadinho que saiu pra almoçar... – devolveu Marcileudo, timidamente.
Carlinhos Playboy quase caiu no chão de tanto rir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário