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sexta-feira, março 06, 2020

O poeta, o playboy e a guitarra Gibson



Celestino Neto, Thiago Roney e Marcileudo Barros

Outubro de 1982. O poeta Marcileudo Barros estava subindo a Avenida Eduardo Ribeiro quando percebe um sujeito andando pra lá e pra cá na calçada da loja Credilar-Teatro, demonstrando sinais de irritação e impaciência.

Ele reconhece o sujeito. É seu velho amigo Carlinhos Playboy, parceiro dos áureos tempos da Cachoeirinha. Os dois se abraçam efusivamente.

– O que qui você está fazendo aqui? – pergunta Marcileudo.

– O Zezinho veio comprar uma guitarra Gibson aqui nessa merda e, como o pagamento era à prestação, o filho da puta do gerente exigiu um fiador! – explicou Carlinhos Playboy. – Eu vim ser o fiador do caralho da guitarra. Estou aqui desde o meio-dia e me disseram que o filho da puta do gerente foi almoçar. Já são quase duas da tarde e o viadinho ainda não voltou. Vou continuar esperando. E você, porra, o que qui você está fazendo por aqui?...

– Eu sou o filho da puta do gerente viadinho que saiu pra almoçar... – devolveu Marcileudo, timidamente.

Carlinhos Playboy quase caiu no chão de tanto rir.

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