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sábado, março 07, 2020

Fuá na casa da Graça



O engenheiro civil Chico Costa e o engenheiro eletrônico Simão Pessoa

Fevereiro de 1976. Estudante de Engenharia Civil, Chico Costa estava promovendo uma “brincadeira” em sua casa e, em vez de comprar as batidas do Selmo Caxuxa para animar a festa, resolveu ele mesmo fazer a birita, apesar de não ser chegado a uma manguaça.

Deu-se o inevitável: Chico Costa carregou demais na cachaça e no açúcar, produzindo uma verdadeira bomba atômica em forma de batida de amendoim.

Para completar a fuzarca, cada convidado que entrava na “brincadeira” era obrigado a derramar uma garrafa de birita dentro do panelão de 20 litros.

A mistura de cachaça, vodka, gim, vermute, quinado, uísque, rum e campari transformou a bomba atômica em bomba de nêutrons. Não ia sobrar uma alma viva depois de experimentar aquela batida

Eu estava com uma namoradinha, Nonata Batista, biritando no Bar do Aristides e ouvindo alegremente a seleção musical, já que a festa estava rolando ao lado do boteco.

O Mazinho chegou como quem não quer nada, sentou à nossa mesa, bebeu um pouco de cerveja, conversou um pouco e depois foi pra “brincadeira”.

Dez minutos depois, passa um sujeito pela frente da nossa mesa, segurando o sangue que saía do seu nariz. Era o Chico Porrada, a primeira vítima do Mazinho.

Segundo os relatos posteriores, Mazinho tomou três doses da batida infernal e colou o platinado. Começou a se invocar com todo mundo. Quem reclamasse, ele partia pra porrada.

Cinco minutos depois de eu ver o Chico Porrada com o nariz quebrado, o Mazinho sai de dentro da festa cobrindo o Airton Caju de catiripapos, os dois vão brigando até o meio da rua, Luiz Lobão tenta desapartar, leva um soco do Mazinho e aí, puto da vida, ele afasta Airton Caju da confusão e começa a brigar com o Mazinho.

Carlito Bezerra, Roberto Amazonas, Chico Costa e Nego Walter conseguem desapartar os beligerantes.

Como se nada tivesse acontecido, Mazinho, de olhos rútilos, volta pra minha mesa, bebe um pouco de cerveja, conversa um pouco e depois retorna pra “brincadeira”.

Dez minutos depois, o Mazinho sai de dentro da festa cobrindo o Gilson Cabocão de porrada, os dois vão brigando até o meio da rua, Sici Pirangy tenta desapartar, leva um catiripapo do Mazinho e aí, puto da vida, ele afasta Gilson Cabocão da confusão e começa a brigar com o Mazinho.

Arlindo Jorge, eterno brother do Sici, vem em ajuda do amigo e os dois começam a brigar com Mazinho.

Carlito Bezerra, Roberto Amazonas, Chico Costa e Nego Walter conseguem desapartar os beligerantes.

Como se nada tivesse acontecido, Mazinho, de olhos rútilos, volta pra minha mesa, bebe um pouco de cerveja, conversa um pouco e se prepara pra retornar pra “brincadeira”.

Nesse exato momento, um táxi para no meio da rua e dele desce o afável Zé Leso, fantasiado de magnata árabe, se preparando, provavelmente, para participar mais tarde de algum baile carnavalesco.

Mazinho nem pensa duas vezes. Avança em cima do Zé Leso e lhe dá um murro na ponta do queixo. Zé Leso cai no chão, desmaiado.

Uns dez sujeitos avançam em cima do Mazinho e começam a lhe cobrir de porrada. Ele se defende bem.

De repente, para um segundo táxi no meio da rua e de dentro dele descem Nilsinho, irmão do Mazinho, acompanhado de Nei Parada Dura, Erivam Cabocão e Olíbio Xiri.

Ao perceberem Mazinho em apuros, entram na confusão. É porrada pra tudo quanto é lado.

Carlito Bezerra, Roberto Amazonas, Chico Costa e Nego Walter conseguem desapartar os beligerantes.

Beirando um ataque de nervos, Graça Costa, irmã do Chico Costa, abre o verbo:

– A culpada dessa confusão toda é essa merda aqui!

E, antes que alguém pudesse abrir a boca, ela despeja na sarjeta o panelão de 20 litros de batida do capiroto.

Peguei a Nonata Batista pelo braço e me mandei.

Vão ser doidos assim lá no Bar do Caxuxa.

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