O produtor de televisão Cícero Carvalho encontra na rua um amigo animadíssimo, alvissareiro:
– Cícero, meu velho, não tem erro! Chegou a hora de você lavar a burra! Amanhã, domingo, você vai no Jóquei e põe toda a grana que tiver em casa no cavalo Foge Daí, no quarto páreo. É mutreta dos caras. Um primo meu, que é jóquei, faz parte da armação. O cavalo é o maior azarão do mundo e vai pagar uma nota preta pra quem apostar nele. Vai lá, que com a grana que você tem em casa, tu podes quebrar a banca!
O Cícero, que odiava mexer com corrida de cavalo pois conhecia a fama do jogo, resolve ir ao hipódromo, atraído pelos zeros anunciados.
Esperou com paciência o quarto páreo e foi jogar. Consultou o programa para saber o número do tal animal eleito para a roubalheira e não encontrou. Procurou nos outros páreos. Nenhum Foge Daí. Fugiu dali.
Encontrou o amigo barbadeiro na segunda-feira, contentíssimo da vida, aos berros:
– Matei a pau! Matei a pau! Lavei brabo mesmo! E você? Quanto ganhou?
– Nem um puto. Você está é ficando maluco, cara. Não tinha nenhum cavalo com aquele nome correndo no domingo.
O ganhador meteu a mão no bolso, tirou o programa da véspera, exibiu-o triunfante, apontando no nome do cavalo ladrão:
– Não correu não, é? Não correu não, é? Você é analfabeto? Olha aqui! Quarto páreo!
O nome do cavalo era Foggy Day.
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