Eu e o Careca Selvagem
Na última quinta-feira, 10, por volta das 21h, o artista
plástico Marius Bell e o escritor Walfrido Rego apareceram aqui no mocó, excitadíssimos,
em busca de uma festa que só existia na imaginação deles.
Eu estava em casa sozinho, assistindo “Inferno Vermelho”, com
Arnold Schwarzenegger e James Belushi, enquanto fazia hora para assistir “Os
Irmãos Caras-de-Pau”, com Dan Aykroyd, James Brown e John Belushi, ambos sendo
reprisados no TCM.
– Cadê a festa?! – indagou Marius Bell. “Eu convidei um
monte de gente...”
– Porra, bicho, se eu tiver de fazer alguma coisa será
amanhã à noite! – expliquei. “Mas já que vocês estão aqui, aproveitem para ver
esse filme...”
E deixei os dois de castigo por meia hora assistindo no
computador ao documentário “A Grande Farsa do Aquecimento Global” (“The Great
Global Warming Swindle”).
O filme foi produzido para o Channel 4 britânico e traz
argumentos poderosos de alguns cientistas que discordam do “consenso” que
prevalece sobre o dióxido de carbono liberado pela atividade humana ser a causa
da elevação das temperaturas globais atualmente.
Giovani Bandeira, o Gigio do Bar do Bigode
A farsa do “aquecimento global” e a lambança do “desenvolvimento
sustentável”, de acordo com esses cientistas, é apenas uma nova face da
ideologia capitalista para manter o subdesenvolvimento nos países periféricos –
BRICs inclusos.
Militantes do Partido Verde, Marius Bell e Walfrido Rego
ficaram visivelmente assustados com o que viram e foram embora como o diabo
foge da cruz.
Ricardo Pinheiro, o Ricardão do GRES Andanças de Ciganos
De qualquer forma, nunca entendi direito esse negócio de
comemorar data de nascimento, ou seja, celebrar o fato de ficar um ano mais
próximo da cova.
Isso faz sentido antes dos 20 anos, mas depois dos 50...
Pfiuuu!
Lá da distante Cascavel (PR), o mediúnico Paulo Inácio
burilou um necrológio alusivo ao meu aniversário:
“Simon People’s Birthday – Amigos e familiares dessa
personalidade de Skol farão realizar esta noite um porre de 7º dia no Solarium
(nome etílico-religioso), em Adrianópolis, convidando todos que conviveram (e
bota viveram nisso!) com o brilhante homem de traços e troças, para o bota-fora
definitivo desse denodado etilista (o contrário de elitista), de tantos
memoráveis bota-dentro”.
Arlindo Jorge e Beth Mubarac
Ainda bem que ele teve a fineza de enviar o convite necrológio
por e-mail, evitando o mico de postar nas redes sociais e causar um
congestionamento gigante aqui nas proximidades do mocó.
Basta dizer que recebi mais de 300 votos de parabenizações
pelo meu natalício só no Facebook – e seria humanamente impossível garantir
bebida decente e comida farta para esse montão de gente!
Eu, Luiz Lobão e Cíntia Jimenez
Na sexta-feira, entretanto, fui vencido pela lábia de meu
sobrinho João Ricardo Sena (que aniversariou no dia 6) para fazermos uma festa
conjunta: ele traria 15 amigos da UEA, eu traria 20 amigos da Cachoeirinha e a
gente racharia as despesas do birinaite. Cada amigo poderia trazer um
acompanhante, o que daria, no máximo, umas 80 pessoas no fuzuê.
Providenciei quatro grades de cerveja Antarctica, uma
garrafa de Johnnie Walker Red, uma garrafa de vodka Absolut e 500 salgadinhos.
O João Ricardo providenciou 10 caixas de cerveja Brahma em lata, 10 caixas de
cerveja Antarctica em lata, 10 caixas de cerveja Skol em lata, 20 litros de
refrigerantes, linguiça toscana, salame, calabresa e queijos variados.
Como também estava bancando a aparelhagem de som, eu estipulei
a sequência musical da muvuca: das 19 às 20h, só os melhores sambas enredos da
história.
Das 20 às 21h, o melhor do forró (Magníficos, Aviões, Garota Safada, Calcinha
Preta, Saia Rodada, Mastruz com Leite).
Selma e Engels Medeiros
Das 21 às 22h, only disco music (Sylvester, Tavares, KC & The
Sunshine Band, Donna Summer, Chic, Kool & The Gang, The Ritchie Family,
Trammps).
Das 22h até o dia amanhecer, rock 4ever (BTO, James Taylor, Beatles,
Rolling Stones, Elvis Presley, Chuck Berry, Little Richards, Led Zeppelin, Deep
Purple, Shocking Blue, Marmalade, Doobie Brothers, CCR, The Verve, Neil
Diamond, The Byrds, Bob Dylan).
Reconheço (e os vizinhos, idem) que foi uma zoeira infernal.
Dos meus 20 convidados, quatro me presentearam com birita: Sadok
Pirangy (Chivas 12 anos), Ricardo Pinheiro (Johnny Walker Black), Arlindo Jorge
(Chivas 12 anos) e Cíntia Jimenez (Tequila Jose Cuervo).
Aliás, além de um “kit cachaceiro” (que inclui de frasco de eparema
a camisinha Jontex, de comprimidos de ibupril a cachaça de cabeça), a Cíntia
também me presenteou com um candiru comprado na Alemanha, que já vem cheio de
birita. A sacana deve me achar o maior pau-d’água do Universo.
Em compensação, minha comadre Socorro Papoula me presenteou
com um primoroso chapéu muçulmano bordado à mão, que ela adquiriu em uma feira
de artesanato em Islamabad, no Paquistão, no ano passado.
Os paquistaneses costumam usar esses chapéus durante eventos
religiosos, como o Ramadão, o que significa dizer que a Socorro ainda encontra
alguma religiosidade perdida nesse vosso escriba.
Dos 20 amigos que convidei, compareceram Sici e Sadok
Pirangy, Mário Adolfo, Luiz Lobão, Áureo Petita, Marius Bell, Arlindo Jorge,
Ricardão, Mestre Pinheiro, Edlúcio, Marcileudo Barros, Celestino Neto, Engels
Medeiros, Paulo Caramuru, Antônio Carlos Bem-te-vi e Papa.
Não vou falar o nome dos faltosos pra não dar moral.
O legal desses encontros de velhos amigos é recordar os
aprontos feitos no tempo em que éramos todos jovens.
Ricardão, Mário Adolfo, Sici Pirangy, Luiz Lobão e Arlindo
Jorge são exímios contadores de causos engraçados – enquanto eu me limito a
tomar notas.
Quase morri de rir porque algumas histórias eu sequer
lembrava mais.
A Madame Butterfly abandonou o barco por volta da meia-noite porque supostamente
precisava acordar cedo pra levar o Vinicius Gabriel ao médico (sim, ela está
aprendendo a mentir e devo ter parte de culpa no cartório).
Na verdade, minha borboleta fica incomodada com aquela série
de histórias épicas de um tempo em que sequer havia nascido – e não deve achar
a menor graça.
Marcileudo Barros e Celestino Neto
Por volta das 3h da madrugada começou a debandada geral, sob
meus protestos.
Por volta das 5h da madrugada, só restava na praça de guerra
eu, João Ricardo, Áureo Petita e mais meia dúzia de pessoas.
Sadok Pirangy, Marius Bell e o candiru de birita
Desligamos a aparelhagem de som e demos os trâmites por
findos.
Um dos amigos do João Ricardo, o Mário Paulain Jr. (filho do
atual prefeito de Nhamundá, Mário Paulain, que é irmão do compositor Carlos
Paulain e meu amigo de longa data), à coté da namorada Tayná, ainda me
acompanhou na saideira aqui no mocó e só foram embora por volta das 6h da manhã
de sábado. O casal bebe bem.
Pra concluir, faço minhas as sábias palavras de Frank
Sinatra: “Só se vive uma vez. E da maneira que eu vivo, uma vez basta.”
Sorry, periferia!
Abaixo, outras fotos da muvuca:
Um comentário:
Bacana Simão, vc mereceu e merece muitos mais, saudade dessa turma maravilhosa da cachoeirinha,...bjs..
izabelmacedo1@hotmail.com....
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