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quarta-feira, junho 20, 2012

Chico Buarque, aos 68 anos, vive momento novo e inspirado



Cantor, compositor e escritor, Francisco Buarque de Hollanda completou, nesta terça-feira, 68 anos. Filho do historiador Sérgio Buarque de Holanda, Chico, tímido, de sorriso leve, comemora a data com a discrição que lhe é típica. Mas agiganta-se na carreira com um momento novo, sem abrir mão da qualidade de vida.

Na política, o intelectual participou ativamente da luta contra a ditadura no Brasil e segue de perto os rumos do país. Seu interesse pela música começou aos cinco anos de idade, quando recortava dos jornais e colava em um álbum os retratos dos principais artistas do rádio.

Ainda na infância, mudou para a Itália devido ao trabalho do pai. Lá, além de aprender outras línguas, teve contato com diversos artistas que frequentavam a casa da família, como Vinícius de Moraes. Compôs pequenas operetas em 1956, quando a família já estava de volta ao Brasil.

Ainda na pré-adolescência, envolveu-se brevemente com uma seita ultraconservadora católica, mas os pais, preocupados com as influências que o jovem estava recebendo, preferiram encaminhá-lo para um internato.

A rebeldia, no entanto, acentuava-se quando voltou do período castrense e acabou preso por furtar um carro, na companhia de um colega. O mal feito lhe impediu de circular sozinho até os 18 anos de idade.

No mesmo período publicou suas primeiras crônicas em um jornal do colégio. Sua primeira composição é de 1961, a Canção dos Olhos.

Para atender ao desejo da família, Chico ingressou para o curso de Arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), mas por pouco tempo. Já havia descoberto que seu caminho estava na arte.

Em 1965 participou do I Festival de Música Popular Brasileira com a canção Sonho de Carnaval. Nesta competição ele conheceu Elis Regina, a grande vencedora da noite.

No mesmo ano lançaria seu primeiro compacto Pedro Pedreiro e Sonho de Carnaval. Conheceu também Caetano Veloso, frequentador do bar João Sebastião, reduto da bossa nova paulista.
No ano seguinte, ganhou o Festival com a música A Banda (dividindo o primeiro lugar com Disparada de Théo Barros). Com o sucesso da composição, mudou-se para o Rio de Janeiro onde gravou seu primeiro LP: Chico Buarque de Hollanda.

Ainda em 1966 conheceu a atriz Marieta Severo Lins, com quem acabaria se casando. Passou a trabalhar em diversas frentes que incluíam a composição de um segundo disco, canções para teatro (como o infantil O Patinho Feio) e a gravação de programas na Rádio Jovem Pan e na TV Record.

Em 1967 estreou como ator interpretando a si próprio no filme Garota de Ipanema. Com a ditadura militar em vigor no Brasil, participou dos protestos contra o regime. Após o início do AI-5, teve a peça Roda Viva censurada e foi investigado pelo Comando de Caça aos Comunistas (CCC).

Em discordância com o momento político vivido pelo país, se auto-exilou na Itália em 1969, onde chegou a lançar dois LP. Foi neste período que nasceu a primeira filha do casal: Sílvia Severo Buarque de Holanda. Retornou ao Brasil em 1970 e lançou seu quarto disco. Nesse ano também compôs Apesar de Você que vendeu mais de 100 mil cópias e se tornou um hino contra a ditadura.

Quatro anos depois, ele entraria em um novo ramo das letras quando escreveu sua primeira novela: Fazenda Modelo. Iniciaria então um longo período fora dos palcos, onde continuou trabalhando em novas músicas, trilhas sonoras, peças de teatro e romances.

Nesse período, participou apenas de espetáculos com causas sociais como o show no dia 1º de maio, no Riocentro, quando explodiu uma bomba, destinada ao público, no colo do oficial do Exército que pretendia detoná-la. Cantou também em outros países, sempre trabalhando por causas políticas.

Na década de 80 manteve sua luta contra o regime militar no Brasil compondo e militando pelo o fim da ditadura. Em 1991 lançou seu primeiro romance Estorvo. O segundo viria em 1995, Benjamin. Estorvo viraria filme no final dos anos 90 e Benjamin iria para as telas em 2003. Publicou ainda Budapeste que também chegou aos cinemas.

Ao longo de sua carreira, até agora, Chico Buarque lançou 53 discos, escreveu peças como Opera do Malandro e Calabar, além de obras infantis, como Chapeuzinho Amarelo.

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