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terça-feira, junho 05, 2012

Marvel lança versão digital da HQ de Os Vingadores



O álbum Os Vingadores Versus X-Men está dando aos fãs aquilo que se acostumaram a esperar da Marvel Comics: perigos capazes de destruir a Terra, retratados de modo vívido em páginas preparadas por grandes escritores e artistas.

Mas, desta vez, a editora oferece uma novidade: o primeiro Infinite Comic, prelúdio à história em versão exclusivamente digital.

É um novo passo da indústria dos quadrinhos, na tentativa de abraçar o formato digital – o que pode significar um novo capítulo na história do gênero.

“É a primeira vez que criamos uma história para tablets”, disse Axel Alonso, editor-chefe da Marvel.

Ela mantém as convenções familiares dos quadrinhos – bordas, legendas, balões com diálogos. 

Não se trata de animação.

Não há narração, trilha sonora.

Isto é o mais importante: o leitor continua a comandar a experiência da leitura.

The Infinite Comic, escrito por Mark Waid e ilustrado por Stuart Immonen, aborda a jornada do herói Nova do espaço sideral até a Terra, onde alerta os vingadores de uma ameaça iminente, estabelecendo o cenário da narrativa.

Ao ler um álbum tradicional de quadrinhos, o olho não consegue evitar contemplar a página como um todo, logo de cara.

O formato digital, nesse sentido, pode oferecer surpresas.

À medida que cada quadro aparece na tela, mudanças nas ilustrações e diversos detalhes sutis ganham força.

Da mesma forma, a possibilidade de ampliar as imagens multiplica a experiência da leitura.


Celebrado autor da Marvel e de outras editoras menores, Waid acredita que algumas concessões precisaram ser feitas.

A internet pode ser infinita, diz, mas as proporções de um tablet não são.

Mesmo no iPad, a tela é cerca de 20% menor do que a página de um álbum impresso.

“A vantagem está no ganho com a distribuição internacional, mais barata, em vez de depender exclusivamente de vendas em lojas especializadas”, diz.

Como outras áreas da mídia impressa, a indústria de quadrinhos tem batalhado para manter a relação com os leitores.

Em 2009, as vendas de números individuais e coleções especiais totalizaram US$ 680 milhões; em 2010, caíram para US$ 635 milhões; e, em 2011, tiveram pequena alta: US$ 640 milhões.

Ao longo desse período, segundo Milton Griepp, fundador da ICv2, publicação sobre o mercado editorial, a venda de edições digitais de HQs foi de US$ 1 milhão para US$ 25 milhões.

Como sugere a experiência com Os Vingadores, muitos na indústria acreditam que os formatos devem complementar um ao outro.

Versões impressas custam de US$ 2,99 a US$ 3,99, e editores começam a oferecer complementos digitais ou como brinde ou mediante o pagamento de US$ 1 a mais.

Se compradas sem a versão impressa, as adaptações digitais costumam custar também entre US$ 2 e US$ 3.

Waid acaba de criar um site chamado Thrillbent, dedicado a oferecer versões digitais gratuitas de quadrinhos.

“Não quero matar o impresso, as duas versões podem coexistir, mas é preciso igualar as chances no campo de batalha”, explica.

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