O álbum Os Vingadores Versus X-Men está dando aos fãs aquilo
que se acostumaram a esperar da Marvel Comics: perigos capazes de destruir a
Terra, retratados de modo vívido em páginas preparadas por grandes escritores e
artistas.
Mas, desta vez, a editora oferece uma novidade: o primeiro
Infinite Comic, prelúdio à história em versão exclusivamente digital.
É um novo passo da indústria dos quadrinhos, na tentativa de
abraçar o formato digital – o que pode significar um novo capítulo na história
do gênero.
“É a primeira vez que criamos uma história para tablets”,
disse Axel Alonso, editor-chefe da Marvel.
Ela mantém as convenções familiares dos quadrinhos – bordas,
legendas, balões com diálogos.
Não se trata de animação.
Não há narração, trilha sonora.
Isto é o mais importante: o leitor continua a comandar a
experiência da leitura.
The Infinite Comic, escrito por Mark Waid e ilustrado por
Stuart Immonen, aborda a jornada do herói Nova do espaço sideral até a Terra,
onde alerta os vingadores de uma ameaça iminente, estabelecendo o cenário da
narrativa.
Ao ler um álbum tradicional de quadrinhos, o olho não
consegue evitar contemplar a página como um todo, logo de cara.
O formato digital, nesse sentido, pode oferecer surpresas.
À medida que cada quadro aparece na tela, mudanças nas
ilustrações e diversos detalhes sutis ganham força.
Da mesma forma, a possibilidade de ampliar as imagens
multiplica a experiência da leitura.
Celebrado autor da Marvel e de outras editoras menores, Waid
acredita que algumas concessões precisaram ser feitas.
A internet pode ser infinita, diz, mas as proporções de um
tablet não são.
Mesmo no iPad, a tela é cerca de 20% menor do que a página
de um álbum impresso.
“A vantagem está no ganho com a distribuição internacional, mais
barata, em vez de depender exclusivamente de vendas em lojas especializadas”,
diz.
Como outras áreas da mídia impressa, a indústria de
quadrinhos tem batalhado para manter a relação com os leitores.
Em 2009, as vendas de números individuais e coleções especiais
totalizaram US$ 680 milhões; em 2010, caíram para US$ 635 milhões; e, em 2011,
tiveram pequena alta: US$ 640 milhões.
Ao longo desse período, segundo Milton Griepp, fundador da
ICv2, publicação sobre o mercado editorial, a venda de edições digitais de HQs
foi de US$ 1 milhão para US$ 25 milhões.
Como sugere a experiência com Os Vingadores, muitos na
indústria acreditam que os formatos devem complementar um ao outro.
Versões impressas custam de US$ 2,99 a US$ 3,99, e editores
começam a oferecer complementos digitais ou como brinde ou mediante o pagamento
de US$ 1 a mais.
Se compradas sem a versão impressa, as adaptações digitais
costumam custar também entre US$ 2 e US$ 3.
Waid acaba de criar um site chamado Thrillbent, dedicado a
oferecer versões digitais gratuitas de quadrinhos.
“Não quero matar o impresso, as duas versões podem
coexistir, mas é preciso igualar as chances no campo de batalha”, explica.
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