Espaço destinado a fazer uma breve retrospectiva sobre a geração mimeográfo e seus poetas mais representativos, além de toques bem-humorados sobre música, quadrinhos, cinema, literatura, poesia e bobagens generalizadas
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sexta-feira, maio 08, 2009
Presentaço de aniversário. Sorry, periferia!
Hoje pela manhã, o simpático carteiro aqui do bairro me fez uma bela surpresa: me entregou um pacote enviado pelo companheiro Mouzar Benedito contendo o seu mais recente trabalho, publicado pela Editora Lumiar, com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo - Proac Programa de Ação Cultural 2008.
O livro foi lançado no mês passado, no Canto Madalena, o bar da Tita, na Rua Medeiros de Albuquerque, 471, na Vila Madalena, claro.
De quebra, o presente veio com uma singela dedicatória:
“Ao amigo Simão Pessoa, com saudade das Antárticas no Bar do Armando, um romance que não é só ficção, relembrando os tempos em que a ditadura começava a balançar. Um abraço do Mouzar. SP.maio/09.”
Como o velho pajé das Alterosas não sabe que aniversario domingo, ele só pode ter parte com o “fute” pra me fazer tão bela surpresa. Valeu, diabo branco!
Ainda não comecei a ler essa sua nova obra prima, porque isso exige rigor, astúcia e disciplina, que nem um prato fumegante de sarapatel. Mas reparto com vocês o texto da “orelha”:
Tal qual um quebra-cabeça que se compõe à medida em que suas peças são colocadas, este livro se constrói de pequenas histórias, como bilhetes deixados na geladeira de uma república.
Aqui, vários amigos, tendo Valadares à frente, dividem o mesmo teto, algumas mulheres, problemas e sonhos em comum, formando um rico painel da Vila Madalena e do país nos anos que antecederam à redemocratização.
É a época em que surge o PT, presos políticos são libertados, o Brasil joga, mas não ganha no futebol, os hippies envelhecem, mas um pouco de seu ideário resiste nas jovens cabeças revolucionárias.
Valadares, jornalista de esquerda, bom bebedor de cachaça e militante por vocação, vive causos inusitados em companhia de seus companheiros e companheiras de militância, mesa de bar e farra.
O dia-a-dia de uma típica casa da Vila Madalena vira cenário para situações burlescas neste folhetim bem humorado de Mouzar Benedito, autor que domina como poucos a arte de contar histórias curtas.
Em “João do Rio, 45”, essas histórias ganham vida pela narrativa de uma personagem inusitada: a própria casa, cujas paredes teimam em ouvir tudo o que se fala e se cochicha. E ela tem cada história para contar...
Mouzar Benedito, jornalista e geógrafo, é mineiro de Nova Resende. Quinto entre os dez filhos de um barbeiro e uma dona de casa, ex-professora rural, nasceu em novembro de 1946. foi engraxate, aprendiz de barbeiro e de seleiro, caixeiro, calculista, técnico em contabilidade, pesquisador de cultura popular, professor, tradutor de teatro e de livros, etc.
Trabalhou ou colaborou em cerca de trinta jornais e trinta revistas. Participou da fundação dos jornais Versus e Em Tempo e colaborou em vários outros jornais alternativos. Tem 18 livros publicados e participou de três coletâneas.
Casado com Célia Talavera, sem filhos, vive em São Paulo desde os 16 anos de idade.
Resumindo a ópera, Mouzar é um desses amigos (e o poeta Marco Gomes pode confirmar) que inspirou o também mineiro Milton Nascimento a escrever Canção da América:
Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir
Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração
Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.
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