Lívia Machado
Do G1, em São
Paulo
A escritora brasileira Vanessa de Oliveira fará um novo
protesto contra a pirataria de livros. Desta vez, mostrará seus atributos
físicos em território nacional, a começar por fotos para ilustrar a campanha
por ela idealizada.
A autora ganhou fama após aparecer nua em frente ao palácio
do governo do Peru, em Lima, em julho. Ela descobriu que uma de suas seis obras
– “O diário de Marise - A vida real de uma garota de programa” – era vendida em
barraquinhas clandestinas nas ruas da cidade.
O novo topless está programado para domingo (12), na
livraria Martins Fontes da Avenida Paulista, na Zona Sul de São Paulo, às
15h30. O evento faz parte da nova agenda da escritora.
A ex-garota de programa, de 37 anos, encabeçou uma campanha
contra a cópia e venda ilegal de livros e pretende usar seu corpo para fazer
piquetes internacionais.
O protesto em um ambiente privado foi sugestão de Vanessa à
editora Martins Fontes, que comercializa seus livros. De volta ao Brasil, ela
aproveitou a repercussão no país vizinho para arrebatar aliados mundiais.
“Fiz a oferta de autografar meus livros e falar sobre os
danos da pirataria, e eles toparam na hora. Estarei apenas de calcinha, com os
dizeres escritos pelo corpo, tentando conscientizar as pessoas”, conta ao G1.
Na próxima semana, deve retornar ao Peru após convite da
editora Help.
Em dezembro, participará da Feira do Livro de Guadalajara,
no México.
Antes de embarcar em viagens internacionais, Vanessa
recrutou amigos e profissionais interessados na causa e produziu fotos e vídeo
para a campanha que elaborou sozinha.
Nas imagens, usou tinta branca, preta e vermelha para
colorir o próprio corpo com os dizeres “Pirataria não” em diferentes idiomas.
“Amo a cor vermelha. O preto simboliza o mercado negro, e o branco é a cor
usada para ilustrar a caveira, no logo da campanha”, justifica.
As nacionalidades estão representadas nas pernas, nos
braços, na barriga, no colo e no quadril. Para traduzir a expressão, pediu
ajuda aos amigos e fãs que residem fora do Brasil via Facebook e Twitter. Por
fim, checou as grafias nos dicionários e na internet.
O material teve apoio de uma fotógrafa, maquiadora,
publicitários e um produtor de vídeos. Todos os profissionais aderiram de forma
voluntária.
Para a sessão de fotos, a escritora dormiu com uma cinta
modeladora e amargou mais de 24 horas em jejum. Também suportou as baixas
temperaturas do inverno catarinense em prol da revolução literária.
“Queria estar com a barriga bonita no vídeo. Na foto dá pra
usar o Photoshop, mas no vídeo não tem como. Dormi com cinta na barriga pra
ficar com a cinturinha bem fininha e passei um dia sem comer.”
Vanessa foge de tabus e preconceitos. Para ela, a nudez é
uma bandeira coerente com seu estilo de vida. São raras as vezes em que está
vestida dentro de sua casa. “Gosto de ficar pelada. A maior parte dos meus
livros eu escrevo sem roupa.”
Ela não teme que o excesso de exposição renda uma
repercussão negativa, tampouco pretende mudar sua estratégia para se fazer
ouvir. “Você fica pelada e o povo para, chama atenção. O que significa se expor
demais? Não tenho problema com isso. Se tivéssemos um clima bom, e todo mundo
ficasse nu, seria bem melhor”, convoca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário