O compositor, arranjador, instrumentista e vocalista Antônio
José Waghabi Filho, ou Magro como era mais conhecido, faleceu nesta
quarta-feira, 8, aos 68 anos, em São Paulo, onde estava internado devido a um
câncer.
Magro era integrante do MPB4, o mais importante grupo vocal
masculino da música popular brasileira, ao lado de Dalmo, Miltinho e Aquiles.
A morte do músico foi anunciada no site oficial do grupo: “Depois
de longa luta pela vida, Antonio José Waghabi Filho, o Magro do MPB4, nos
deixou. Com ele vai junto uma parte considerável do vocal brasileiro. Com ele
foi a minha música”, lamentou Aquiles.
O corpo de Magro será velado até às 21h no Hospital
Beneficência Portuguesa.
Amanhã, às 11h, será cremado no crematório da Vila Alpina,
também em São Paulo.
A última apresentação de Magro com o grupo foi no dia 8 de
junho.
O músico deixa mulher e dois filhos.
Natural do estado do Rio de Janeiro, Magro começou sua
carreira musical em 1962, como vibrafonista da banda Praia Grande, um grupo que
se apresentava em bailes na cidade de Niterói.
Em 1963, ao lado de Miltinho, Ruy Faria (Dalmo Medeiros
entrou em seu lugar em 2004) e Aquiles, ele formou o Quarteto do CPC – que um
ano depois virou MPB4, devido à extinção dos Centros Populares de Cultura
(CPCs).
Batizado simplesmente de “MPB4”, o primeiro álbum do grupo
veio em 1966 e apoiava-se sobretudo no repertório de Chico Buarque – nome que
norteou a carreira do quarteto durante todo o tempo.
A partir de então, passaram a lançar discos quase anuais – rareando
um pouco a partir dos anos 1990.
Os mais cultuados são “Deixa Estar” (1970), “De Palavra em
Palavra” (1971) e “Cicatrizes” (1972), criados no período em que o grupo se
tornou mais militante no embate conta a ditadura.
O talento de Magro como arranjador vocal ganhou repercussão
nacional em 1967, quando ele criou a complexa trama que unia a voz de Chico
Buarque às dos quatro meninos do MPB4 em “Roda Viva” (Chico Buarque), canção
defendida pelos cinco no III Festival de Música Popular Brasileira, da TV
Record.
Também é dele o arranjo vocal da gravação original de “Cálice”
(Gilberto Gil/ Chico Buarque), cantado por Chico e Milton Nascimento no álbum “Chico
Buarque” (1978).
Em 1977, aceitou o convite de Chico para interpretar – não
apenas cantando, mas também interpretando – o Jumento no álbum “Saltimbancos”,
clássico instantâneo que alimenta até hoje o imaginário infantil.
Ali, Chico vertia para o português as canções do argentino
Luis Enríquez Bacalov e do italiano Sergio Bardotti.
Na versão nacional, Miúcha interpretou a Galinha, Nara Leão,
a Gata e Ruy, também do MPB4, fez o Cachorro.
Dedicado a boleros, “Contigo Aprendi”, trabalho mais recente
do MPB4, foi lançado em junho passado.
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