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quarta-feira, agosto 08, 2012

Integrante do grupo MPB4, Magro morreu aos 68 anos



O compositor, arranjador, instrumentista e vocalista Antônio José Waghabi Filho, ou Magro como era mais conhecido, faleceu nesta quarta-feira, 8, aos 68 anos, em São Paulo, onde estava internado devido a um câncer.

Magro era integrante do MPB4, o mais importante grupo vocal masculino da música popular brasileira, ao lado de Dalmo, Miltinho e Aquiles.

A morte do músico foi anunciada no site oficial do grupo: “Depois de longa luta pela vida, Antonio José Waghabi Filho, o Magro do MPB4, nos deixou. Com ele vai junto uma parte considerável do vocal brasileiro. Com ele foi a minha música”, lamentou Aquiles.

O corpo de Magro será velado até às 21h no Hospital Beneficência Portuguesa.

Amanhã, às 11h, será cremado no crematório da Vila Alpina, também em São Paulo.

A última apresentação de Magro com o grupo foi no dia 8 de junho.

O músico deixa mulher e dois filhos.

Natural do estado do Rio de Janeiro, Magro começou sua carreira musical em 1962, como vibrafonista da banda Praia Grande, um grupo que se apresentava em bailes na cidade de Niterói.


Em 1963, ao lado de Miltinho, Ruy Faria (Dalmo Medeiros entrou em seu lugar em 2004) e Aquiles, ele formou o Quarteto do CPC – que um ano depois virou MPB4, devido à extinção dos Centros Populares de Cultura (CPCs).

Batizado simplesmente de “MPB4”, o primeiro álbum do grupo veio em 1966 e apoiava-se sobretudo no repertório de Chico Buarque – nome que norteou a carreira do quarteto durante todo o tempo.

A partir de então, passaram a lançar discos quase anuais – rareando um pouco a partir dos anos 1990.

Os mais cultuados são “Deixa Estar” (1970), “De Palavra em Palavra” (1971) e “Cicatrizes” (1972), criados no período em que o grupo se tornou mais militante no embate conta a ditadura.

O talento de Magro como arranjador vocal ganhou repercussão nacional em 1967, quando ele criou a complexa trama que unia a voz de Chico Buarque às dos quatro meninos do MPB4 em “Roda Viva” (Chico Buarque), canção defendida pelos cinco no III Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record.

Também é dele o arranjo vocal da gravação original de “Cálice” (Gilberto Gil/ Chico Buarque), cantado por Chico e Milton Nascimento no álbum “Chico Buarque” (1978).

Em 1977, aceitou o convite de Chico para interpretar – não apenas cantando, mas também interpretando – o Jumento no álbum “Saltimbancos”, clássico instantâneo que alimenta até hoje o imaginário infantil.

Ali, Chico vertia para o português as canções do argentino Luis Enríquez Bacalov e do italiano Sergio Bardotti.

Na versão nacional, Miúcha interpretou a Galinha, Nara Leão, a Gata e Ruy, também do MPB4, fez o Cachorro.

Dedicado a boleros, “Contigo Aprendi”, trabalho mais recente do MPB4, foi lançado em junho passado.

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