Fundador e vocalista da banda Cólera, Redson Pozzi morreu na noite da última terça-feira (27), em São Paulo, aos 49 anos.
A notícia foi dada por meio das redes sociais.
"Redson (Cólera) meu amigo e ex-sócio na Ataque Frontal faleceu esta noite. Descanse em PAZ camarada, certeza que fez sua história!", postou o perfil do selo.
De acordo com Renata Lacerda, fotógrafa da banda, o músico morreu devido à uma hemorragia interna, causada por uma úlcera no estômago.
Segundo o baixista Val Pinheiro escreveu no Orkut, "Redson passou mal quando estava sozinho em sua residência por volta das 2h30 na madrugada de segunda-feira (26) para terça, foi socorrido por um amigo que acionou o SAMU e o conduziu ao Hospital João XXIII, na Mooca, onde foi atendido".
Por volta das 15h de terça-feira, o cantor teria recebido a visita de um amigo, com quem conversou por quase uma hora e meia, até que os seguranças pediram que ele se retirasse.
Às 22h do mesmo dia, a família de Redson recebeu um telefonema pedindo que comparecessem ao hospital com os documentos do músico, ainda de acordo com Val Pinheiro.
Edson "Redson" Lopes Pozzi formou o Cólera em 1979 ao lado de seu irmão, Carlos "Pierre" Lopes Pozzi.
Completando a formação, Kinno e Hélinho.
Referência no punk nacional, a banda ajudou a construir a história do gênero no País e se tornou um dos grupos de maior longevidade no Brasil.
Em 1981, Hélio e Kino deixam a banda.
Valdemir "Val" Pinheiro entra para assumir o baixo e Redson toma a guitarra e os vocais.
Nesse momento, o grupo encontra uma nova ideologia, agora com foco pacifista, antimilitarista e ecológica.
No ano seguinte, o Cólera é listado na compilação Grito Suburbano, primeiro registro do punk paulistano em LP, ao lado de Inocentes e Olho Seco.
Ainda em 82, fazem uma participação no festival o Começo do Fim do Mundo, no Sesc Pompeia, ao lado de nomes internacionais.
Redson cria então o selo Estúdios Vermelhos, em 1983, e lança a compilação SUB, ao lado de Ratos de Porão e Fogo Cruzado.
Dois anos depois, o selo muda de nome para Ataque Frontal lança o álbum de estreia, Tente Mudar o Amanhã.
Ainda em 85, eles gravam o show de lançamento e lançam um split-LP junto com o Ratos de Porão e mais uma compilação, Ataque Sonoro.
Em 1986, o álbum Pela Paz em Todo Mundo vende 85 mil cópias, um número bastante expressivo para o lançamento independente.
No ano seguinte é a vez de sair o EP É Natal!!!? e uma excurssão na Europa pelo circuito underground.
Lá, Redson e seu grupo dividiram o palco com os alemães do Inferno e os britânicos do Disorder.
Os registros da turnê são lançados nos anos seguintes com o ao vivo European Tour '87 e um vídeo 20 Minutos de Cólera.
Em 1989 sai Verde, Não Devaste!, pela Devil Records, na mesma época em que desenvolvem uma parceria com a banda Plebe Rude, de Brasília.
Em 1992 é lançado Mundo Mecânico, Mundo Eletrônico, que conta com uma regravação de seu primeiro álbum, a faixa 1.9.9.2.
Após mais um hiato de lançamentos, o próximo disco, Caos Mental Geral, só sai em 1998.
Em 2000, a Plebe Rude regrava Medo, do Cólera, no álbum ao vivo Enquanto a Trégua Não Vem.
No mesmo ano, o Inocentes regrava Quanto Vale a Liberdade no disco O Barulho dos Inocentes.
Para celebrar mais um aniversário da banda, lançam 20 Anos Ao Vivo, em 2002, e Deixe a Terra em Paz, em 2004.
O álbum Primeiros Sintomas é lançado em 2006, com diversas gravações de 1979 e 1980.
Após mais uma turnê europeia em 2008, abriram em 2009 a excurssão 30 Anos Sem Parar! pelo Brasil.
O velório do músico começou as 22h de quarta-feira, no Cemitério da Vila Alpina, em São Paulo.
O seu sepultamento ocorreu na quinta-feira, às 10h.
Cerca de 200 pessoas acompanharam o sepultamento do músico, incluindo os amigos e colegas de profissão como Edgard Scandurra (ex-Ira!) e Clemente (Inocentes), além da velha guarda do punk nacional.
Durante toda a cerimônia, os presentes cantaram a música Pela Paz, do Cólera.
Emocionado, um tio do cantor e guitarrista disse que a lembrança que guardará de Redson será de um churrasco, realizado recentemente, quando ele fez um desafio ao ícone do punk: tocar chorinho.
Para a surpresa de todos, o músico aceitou o desafio e tocou.
NOTA DO EDITOR DO MOCÓ
Valeu por tudo, cumpadi!
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