Espaço destinado a fazer uma breve retrospectiva sobre a geração mimeográfo e seus poetas mais representativos, além de toques bem-humorados sobre música, quadrinhos, cinema, literatura, poesia e bobagens generalizadas
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quarta-feira, novembro 19, 2008
Monteiro Lobato virou mangá
Apaixonado por mangás desde os 5 anos - por conta da influência de vizinhos japoneses - o artista paulistano Fábio Shin recebeu um convite muito especial em junho da Secretaria Municipal de Cultura de Osasco. Deveria criar desenhos para expor na biblioteca pública em dupla comemoração: o centenário da imigração japonesa e os 60 anos de morte de Monteiro Lobato (1882-1948).
Não teve dúvida. Recriou no estilo mangá cinco personagens do "Sítio do Pica-pau Amarelo". O sucesso foi tão grande entre a garotada que ele deu seguimento ao trabalho e criou uma série de ilustrações, 18 delas atualmente expostas na Biblioteca do Santander Cultural, dentro de um projeto voltado para alunos da rede pública.
Num desses desenhos, Lobato é um boneco nas mãos da Emília. "As pessoas ainda não tinham se dado conta, mas Emília tem tudo a ver com o mangá", explica Shin. "Ela é uma boneca, mas tem sentimentos humanos", diz. E explica: "Essa é uma das mais atraentes características do mangá: a humanidade. Por exemplo, o Super-Homem, só para citar um herói de quadrinhos, não tem dor de barriga, não tem fome, não vai ao banheiro. Os personagens de mangá brigam, têm raiva, ficam felizes ou tristes, erram. A Emília é sapeca, adora pregar peças, tem tudo de mangá."
E não só ela. Para a exposição, Shin criou tirinhas de algumas histórias do sítio, como "A chave do tamanho". E ainda dá oficinas de mangá para alunos da rede pública. Quanto ao novo mangá da jovem Mônica, ele sentiu falta das emoções. "Os personagens têm olho grande para expressar sentimentos." Mas elogia a coragem de Mauricio de Sousa. "Tiro o chapéu pela ousadia e sei que a tendência é ficar muito bom. O número 3 já é muito melhor do que o primeiro."
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