Espaço destinado a fazer uma breve retrospectiva sobre a geração mimeográfo e seus poetas mais representativos, além de toques bem-humorados sobre música, quadrinhos, cinema, literatura, poesia e bobagens generalizadas
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segunda-feira, dezembro 27, 2010
GRES Andanças de Ciganos vai homenagear a Princesinha do Solimões
O músico Júnior Rodrigues e o jornalista Mário Adolfo são os vencedores do concurso de samba de enredo do G.R.E.S Andanças de Ciganos, do bairro da Cachoeirinha.
Depois de duas eliminatórias, a grande final foi realizada na quadra da escola, localizada na Avenida Borba, onde seis sambas disputaram a escolha do samba que vai animar o enredo “A Lenda da Flor Matizada que deu Origem a Manacapuru”.
Mário Adolfo, um dos fundadores do bloco Andanças de Ciganos que deu origem à escola, é autor da letra que foi musicada por Júnior Rodrigues, compositor que acaba de ter um de seus sambas, “Casa da Mãe da Gente”, gravados por nada menos que Alcione.
Esta é segunda vez que Júnior Rodrigues, ex-Ases do Pagode, compõe para o Andanças de Ciganos.
No ano passado o enredo “Quem come jaraqui não sai daqui” – de autoria de Mário Adolfo -, foi levado para o sambódromo com o samba de Júnior Rodrigues.
Mário Adolfo é autor de cinco sambas de enredo e duas marchas de embalo para a escola de samba da Cachoeirinha. Em 1983 se afastou da escola por divergências com a diretoria.
Em fevereiro deste ano, ele lançou o livro “Meu Bloco na Rua”, contando a saga do bloco Andanças de Ciganos, detentor de cinco carnavais consecutivos e vice-campeão duas vezes como escola de samba.
— Foi uma disputa animada porque havia outros bons sambas. A elegria também se deve pela chegada desse grande compositor, Júnior Rodrigues aos Ciganos e ao meu retorno à escola do coração, da qual estava afastado há 27 anos – conta Mário Adolfo.
— Andanças de Ciganos já foi uma grande escola, levando para a passarela do samba enredos polêmicos e politicamente corretos, como os temas ecológicos numa época em que poucos falavam de ecologia. Vamos lutar para devolver a escola ao lugar que ela merece, porque se trata de uma agremiação que fez escola – garante Júnior Rodrigues.
Lenda indígena
O enredo que o G.R.E.S Andanças e Ciganos levará para o a avenida conta a história de Manacapuru que foi fundada como Vila em 1894, na gestão do governo de Eduardo Ribeiro, mas somente em 16 de julho de 1932 é que foi elevada à categoria de Cidade.
Manacapuru é uma palavra de origem indígena derivada das expressões Manacá e Puru.
Manacá é uma planta brasileira das dicotiledôneas, da família solanaceae, que significa “Flor”, em tupi. “Puru”, da mesma origem, quer dizer enfeitado, matizado.
Foi em cima desses dois nomes, criando uma lenda sobre um casal de índios Mura que se apaixona, que Mário Adolfo e Júnior Rodrigues trabalharam.
Letra do samba
Em noite de lua cheia
A sedução na aldeia chegou
A princesinha Mura
Comeu o fruto proibido do amor
Seu nome era Manacá
Beleza rara como o uirapuru
Que roubou o coração
Do bravo guerreiro Puru
Sob as bênçãos de Tupã
A semente germinou
Pro índio guerreiro
Manacá se entregou
Até que um dia
O homem branco ali chegou
Tirando a paz daquela gente
Querendo ser senhor
Manteve a tribo em cativeiro
Puru se revoltou
Mas num combate fatal
O bravo guerreiro tombou
Do rosto da bela princesa
Uma lágrima rolou
Brotando na terra molhada
A lenda da Flor Matizada
Dessa história de amor
Roda a saia Cirandeira
De vermelho, branco e azul
Me dá um beijo cigana
Flor de Manacapuru
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