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sexta-feira, dezembro 17, 2010

Causos de Bambas: Eugene Ormandy

Londres, anos 40. Paschoal Carlos Magno era o cônsul brasileiro em Liverpool, mas não perdia teatro ou concerto na capital britânica, fustigada pela Luftwaffe de Herman Goering e pelas bombas V-1 (que invariavelmente caíam no Canal da Mancha), criadas pelo genial Werner von Braun, mais tarde pai, avô e bisavô do programa espacial americano.

Certa ocasião, durante um concerto sinfônico regido por Eugene Ormandy, uma sirene estremece o teatro, anunciando ataque aéreo dos alemães. Dessa vez, as bombas eram as primeiras e terrivelmente eficazes V-2 alemãs, precursoras até inocentes dos fantásticos mísseis atuais.

Ormandy, sem se afastar do pódio, voltou-se gravemente para a paltéia e para seus músicos e disse com serenidade:

– Os senhores têm plena liberdade de procurar os abrigos anti-aéreos.

Aguardou alguns instantes e, vendo que ninguém se movia, declarou com firmeza:

– As bombas passam.

E regeu a Nona Sinfonia do maestro alemão Ludwig van Beethoven.

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