O escritor Raimundo Magalhães Junior acompanhava em Hollywood, anos dourados, as filmagens do triunfal e milionário As Minas do Rei Salomão.
Na riquíssima fita, entre mil acrobacias cinematográficas, a esplendorosa Deborah Kerr é sequestrada pelos zulus, povo negro (africano) que, para os padrões norte-americanos, não se dedica a outroas afazeres fora da mania de aporrinhar homem branco que se aventura em seu território para brincar de extermínio.
Na falta de crioulo local disponível para tal mister, os produtores do filme contrataram um grupo brasileiro que se exibia nos Estados Unidos com aqueles divertimentos híbridos, uma ciranda misturada de maracatu, capoeira, caxambu, São Guido, samba, quilombo e provavelmente até uma zarzuela. Pois bem, o crioléu topou a parada no maior entusiasmo.
A comissão técnica então perguntou:
– Vocês falam africano, não é?
O grupo em peso respondeu:
– Quem? Nós? Mas claro! Fluentemente!
O filme deslumbrante passou no Brasil sem nenhum corte, nem no som, nem na imagem. A fala “zulu” da brasileirada, ouvida no país inteiro:
– Muié branca (Tum Tum Tum) babaca boa!
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