Walther Moreira Salles era embaixador em Washington, meados dos anos 50. Baile na Embaixada Brasileira. Rezando pelo catecismo do protocolo, antes das danças, a orquestra deflagrou o Hino Nacional.
Atacada a introdução (conhecida como laranja da China), um diplomata americano, supondo tratar-se de um animado maxixe brasileiro, já que não reconheceu os acordes do hino propriamente dito, levantou-se, tomou a embaixatriz Elisinha Moreira Salles nos braços que, perplexa, viu-se a acompanhar passos entusiasmados pelo salão.
Moreira Salles, rápido, fez o mesmo: enlaçou a esposa do diplomata e saiu dançando em direção à orquestra onde, entre dentes, mandou o maestro repetir a introdução e parar por aí.
Salvou, de um golpe, a face do outro, o protocolo e a honra pátria.
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