Antes de se mandar para o Rio de Janeiro, onde se transformou em designer gráfico bem sucedido (trabalhou durante mais de 20 anos como programador visual do JornaL do Brasil), artista plástico de sucesso (já fez exposições nos Estados Unidos, Holanda e Alemanha) e músico de alto coturno (é autor dos CDs Enfieira, considerado o melhor disco independente de 1982, Não É Pecado Sambar e Noel Rosa Por Rui de Carvalho), meu brother Rui de Carvalho morou na Cachoeirinha.
Ele era amigo de infância do saudoso economista Sergio Figueiredo, pai do meu querido Sergio Jr. e irmão da desembargadora Graça Figueiredo, da Fátima e da saudosa Teresa, esposa do Mário Adolfo.
Sergio e Rui de Carvalho batiam bola no campo da Barra, onde hoje está um supermercado DB, no cruzamento das ruas Carvalho Leal e Tefé.
Aliás, Sergio Figueiredo, que também era cartunista e humorista de altíssimo nível, foi um dos patrocinadores do primeiro disco do Rui de Carvalho, o celebrado Enfieira.
Uma das músicas, que vocês podem acompanhar no clipe abaixo, era dedicada a Cachoeirinha:
A letra é uma pequena pérola de nostalgia e saudosimo, sem resvalar na pieguice:
Já faz muito tempo eu me lembro / Do cinema Ipiranga / Grande Otelo e Oscarito / Na sessão das treze horas / Treze horas, você tinha entrado e eu lá fora / Troca de gibi, saída / Kid Colt por Tarzan / O meu grito de moleque / Cachoeira Tarumã / Tarumã me banhava com pulos de rã / De linha cerol na mão / Eu olhava o papagaio / Foi girando feito bola / Aparado rabiola / Rabiola, o vento te embala e embola / A partida era de cinco / Bola come na ladeira / Terminava no horário / Da novena terça-feira / Terça-feira, menina da saia rendeira / Tacacá, banca da esquina / Sinto até meu corpo quente / Tomo um refrigerante / Sinto o gosto de aguardente / Água ardente, o tempo já foi diferente
Esse nariz de cera todo foi só pra dizer que eu, que achava que não me espantaria mais com nada, fiquei realmente assombrado ao descobrir sem querer o site Gibi Nostalgia.
Os responsáveis pelo site, José Carlos de Góis e Danielle, estão realizando o sonho de consumo da minha geração.
Eles pegam gibis antigos e fora de circulação há várias décadas, scanneiam e depois imprimem a laser em papel reciclado.
Resultado: as réplicas dos gibis ficam melhor do que os originais e são vendidas pela Web a preço de custo.
Por enquanto, existem cerca de 500 títulos disponíveis, inclusive de originais norte-americanos.
Eu já comecei a comprar uma porrada de revistas, algumas das quais eu troquei na porta do cinema Ipiranga nos anos 60.
Também não custa lembrar que conheci alguns de meus melhores amigos de infância durante as trocas de gibis na porta do cinema ou vendendo gibis em bancas improvisadas de jornais na Feira Livre da Cachoeirinha.
Valeu, José Carlos! 'Brigadão, Danielle!
E próspero Ano Novo para todos os frequentadores do mocó!
A gente volta em 2011!
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