Espaço destinado a fazer uma breve retrospectiva sobre a geração mimeográfo e seus poetas mais representativos, além de toques bem-humorados sobre música, quadrinhos, cinema, literatura, poesia e bobagens generalizadas
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segunda-feira, dezembro 06, 2010
Eu tenho amor ao tricolor!
Por Lucio Bezerra de Menezes
Eu nasci Fluminense e o meu coração Tricolor.
Escolhi o Tricolor porque nos anos 60, ainda menino, ouvia as transmissões futebolísticas pelas ondas do radio. Lembro Oduvaldo Cozzi e seu inesquecível bordão: “Aplica-lhe o rodopio!”; Waldir Amaral emprestava especial emoção ao campeonato carioca quando dizia: “indivíduo competente” e “o relógio marca”; Mario Vianna chancelava: ”Goool legal!!!”; e Jorge Cury arrematava: “Anotem...tempo e placar no maior do mundo”.
Aquelas transmissões mexiam com o meu imaginário, o Maracanã me despertava um fascínio sem par e o futebol carioca indubitavelmente tinha muito mais charme que os demais. Não há o que discutir, sobra fascínio e excede charme ao Clube das “...três cores que traduzem tradição...”, isso me arrebatou.
Alem disso havia um componente definitivo: aquele brilho no olhar do Papai quando se referia ao FLUMINENSE era comovente. Aí não tive dúvida, o FLUZÃO e o brilho no olhar do papai haviam me cooptado completamente. Isso numa época em que o Santos e Pelé encantavam o mundo;
Tornei-me Fluminense porque comungo do pensamento do mais que ilustre Tricolor, Nelson Rodrigues: “Toda unanimidade é burra”;
Declaro-me Tricolor porque gosto da vida e a vida é matizada, ainda que às vezes se me apresente em preto e branco. Pior é saber que para um sem número de infelizes a vida não tem cor;
Abracei o FLU porque o plano vertical me atrai mais que qualquer outro, é como se essa linha me levasse ao infinito, ao céu, a plenitude, a glória;
Apaixonei-me pelo Clube das Laranjeiras porque é prazeroso sair por aí trajando a sua camisa e chamar a atenção por não ser mais um, mas um;
Reverencio o NENSE porque um verso do seu Hino assim proclama: “Vence Fluminense com o verde da esperança, pois quem espera sempre alcança”. Eu tenho, desde sempre, Vitória e Esperança como companhias inseparáveis;
Optei pelo FLUZÃO porque senti e ainda sinto o coração acelerar quando o time entra em campo;
Quis o Fluminense porque dá uma vontade danada de soltar a voz a cada gol marcado;
Uni-me ao Tricolor porque senti e sinto uma felicidade incomensurável quando vencemos uma partida de futebol, ainda que por um placar mínimo e mesmo que não seja um clássico;
Decidi pelo FLU porque o FLU não me entorpece;
Entreguei-me ao Clube das Laranjeiras porque Tricolor que é Tricolor não é dado a espalhafato, não confunde amor com idolatria;
Aceitei o NENSE porque o NENSE me aceitou;
Preferi o FLUZÃO pela classe que é só nossa. Classe que nos faz conscientes de que futebol é apenas um espetáculo, não mais;
Aderi ao Fluminense, porque o verdadeiro Tricolor jamais tripudia sobre os vencidos;
Orgulho-me do Tricolor porque quando a derrota nos faz visita ou um título nos escapa o sofrimento não se cria;
Aplaudo o FLU porque é mantra do bom Tricolor: “ O melhor ainda está por vir”;
Incorporei-me ao imenso patrimônio do NENSE porque entendo o torcedor contrário como concorrente não como inimigo;
Integrei-me ao FLUZÃO, porque definitivamente “eu tenho amor ao Tricolor”.
Confundo-me com o Tricolor, porque, simplesmente, não houve, não há e nem haverá outro sequer parecido, imagina igual;
Sou Fluminense por todos os motivos expostos e pelos não expostos;
Amo, finalmente, o Clube das Laranjeiras, porque a razão sempre me deu razão, porque o Fluminense é poesia, é Time de Guerreiros, porque sei que lá em cima, os Tricolores: Luiz Bezerra de Menezes, Antonio Jeferson Brasil, Cartola e Tom Jobim me incentivam; porque aqui em baixo, Arthur Moreira Lima, Carlinhos Vergueiro, Noca da Portela, Fagner e Ivan Lins me embalam e porque outros não menos notáveis e tão mais próximos me alegram e brindam a felicidade de ser FLUMINENSE: Francisco Cruz (Chicão), Ariosto Braga, Armando Viana, Enéas Neto, Antonio Claudio Izel, Adalberto (Carneiro), Ildefonso Rocha, Rafael (Rafinha), Zezão, meu tio Theófilo Mesquita, meu irmão Luiz Ricardo (Cadinho), minha irmã Heloisa (Lolô), meu filho Lúcio Ricardo e tantos outros mais.
DÁ-LHE FLUZÃO!!!!!
P.S. 1 - Hoje aumentei o meu harém, além de Vitória e Esperança, agora tenho a Glória.
P. S. 2 - Um beijo ao meu filho Pedro Luiz que escolheu o Corinthians para amar, por que não?
ENQUANTO ISSO, EM UMA BANCA DE JORNAIS NO RIO DE JANEIRO...
Olha aí, meu brother Lucio, como já começaram as provocações!
No mínimo, o editor da 1ª página desse jornal deve ser flamenguista... ou botafoguense... ou vascaíno... ou cruzeirense... ou corintiano... ou gremista... whatever...
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2 comentários:
Simão, o que seria do Brasil sem a irreverência do povo carioca.
Que venha o Richarlyson e outros assumidos, ou não.
A surpresa da publicação me envaidece.
Valeu!!!
DÁ-LHE NENSE!!!!
Lúcio
Saudações Tricolores!!!
Disse certa vez Nelson Rodrigues em relação ao FLU: “Uma torcida não vale a pena pela sua expressão numérica. Ela vive e influi no destino das batalhas pela força do sentimento. E a torcida tricolor leva um imperecível estandarte de paixão...”.
Nessa mesma linha disse ainda: “Ser tricolor não é uma questão de gosto ou opção, mas um acontecimento de fundo metafísico, um arranjo cósmico ao qual não se pode – e nem se deseja – fugir”.
Orgulhemo-nos todos, Somos Tricampeões!
Amiraldo Braga
Manaus - Am
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