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terça-feira, junho 23, 2015

Quatro filmes para ganhar o Oscar e comer mulheres


Edson Aran

O cinema brasileiro, quem diria, chegou lá. É mostra no MoMA, urso de ouro, piranha de prata, indicação pro Oscar. Uma beleza. Como eu também quero ficar rico, vou aproveitar a Lei Ruanê e sair por aí angariando recursos. Pago os 50% de praxe ao empresário que, gentilmente, resolver assaltar a Receita comigo. Não sou filho de banqueiro – que morre de tesão por pobre e comunista – mas também sou engajado e socialmente responsável. Meu negócio é denunciar as mazelas do país. Mazela da Silva, por exemplo, residente na Alameda Che Guevara, número 23, fundos, nunca deu pra mim. Pronto. Já denunciei.

LAMPIÃO CONTRA A FILHA DE FRANKENSTEIN – Incompreendida na sua terra natal, a baronesa Von Frankenstein (Juliana Paes) troca a Alemanha pelo nordeste brasileiro para continuar as experiências do pai. Auxiliada por um corcunda caolho (Cid Moreira), madame Frankenstein resolve usar a eletricidade para ressuscitar gente morta. Eles roubam o corpo do cangaceiro Corisco (Marcos Palmeira), mas descobrem, na última hora, que não tem rede elétrica no nordeste, o que torna a experiência inviável. De qualquer forma, o roubo do cadáver desperta a ira de Lampião (Marcello Antony), que invade o castelo da baronesa com seu bando (turma do Didi).

TIRADENTES NO VALE DAS MULHERES PRÉ-HISTÓRICAS – A Inconfidência Mineira dá errado e Tiradentes (Murilo Benício) tem de escapar do líder das tropas portuguesas (Agildo Ribeiro). Felizmente, ele é salvo por Chico Rei (Miguel Falabella), que o esconde numa mina de ouro. Mas o subterrâneo termina num misterioso vale pré-histórico habitado por selvagens seminuas (Sheila Carvalho, Sheila Mello e Tiazinha), que são oprimidos por uma raça de lagartos alienígenas mutantes (Dedé Santana e Ronald Golias). Apaixonado por Sheila Carvalho, Tiradentes lidera as mulheres na luta contra a tirania. Ele vence e instala uma república tropical socialista no submundo.

MAURÍCIO DE NASSAU CONTRA O IMPÉRIO DO MAL – O Recife holandês de Maurício de Nassau (Reynaldo Gianecchini) é atacado por navegantes do reino perdido da Atlântida (Oscarito e Grande Otelo). Para resistir aos invasores, Nassa (para os íntimos) se junta a Tiradentes (Murilo Benício), Lampião (Marcello Antony) e Zumbi dos Palmares (Fábio Assunção) para criar um exército guerrilheiro. A luta é feroz e desigual, mas, quanto tudo parece perdido, a deusa Iemanjá (Xuxa) surge do mar para ajudar os bravos combatentes. Os efeitos especiais vão ter coordenação do Joãosinho Trinta.

ISAURA, A ESCRAVA BRANCA DE DRÁCULA – Cansado do engajamento ecológico e do blábláblá sem fim da escrava Isaura (Lucélia Santos), seu dono (Rubens De Falco) a coloca a venda. Ela é arrematada por Drácula (Francisco Cuoco), que refugiou-se no Brasil depois da confusão na Transilvânia (Pindamonhangaba). O conde transforma Isaura em vampira, mas a moça continua falando sem parar, mesmo depois de morta. Para dar um fim na pentelha, o conde contrata o matador de vampiros Van Helsing (Tarcício Meira). Mas como ninguém tem coragem de enfiar a estaca no tribufu das trevas, o filme acaba.

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