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sábado, janeiro 23, 2010

Eu quero é botar meu bloco na rua

O diretor de marketing do mocó tem a impressão de que o texto só vai obter o resultado esperado se você estiver ouvindo a seguinte trilha sonora: Há quem diga / Que eu dormi de touca / Que eu perdi a boca / Que eu fugi da briga / Que eu caí do galho / E que não vi saída / Que eu morri de medo / Quando o pau quebrou / Há quem diga / Que eu não sei de nada / Que eu não sou de nada / E não peço desculpas / Que eu não tenho culpa / Mas que eu dei bobeira / E que Durango Kid quase me pegou / Eu quero é botar / Meu bloco na rua / Brincar, botar pra gemer / Eu queo é botar / Meu bloco na rua / Gingar, pra dar e vender.


Abril de 1973. Comecei a escrever pra seção de cartas da revista Placar, intitulada de Camisa 12, porque aquilo lá era o território livre dos leitores, mas só espinafravam o glorioso Vasco da Gama.

Comecei a meter a minha pimenta malagueta macerada no molho de tucupi dos vagabundos.

Quando publicaram a minha primeira carta, tomei um susto.

Eles deviam receber umas 50 mil cartas por mês e de repente lá estava meu nome sob um pseudônimo emblemático: Carlos Osmar Pastoriza, um acrônimo de “Cop” (“Tira”).

Sim, eu pretendia ser o xerife do pedaço.

Na verdade, eu estava mesmo era fazendo uma homenagem ao grande jogador argentino Jose Omar Pastoriza, “El Pato”, porque, pra mim, ele foi o melhor quarto-zagueiro de todos os tempos.

O atacante dava três dribles seguidos no “Pato” e quando ia partir com a bola dominada descobria que a bola estava no peito do zagueiro, que armava os mortais contra-ataques do São Paulo, Independiente, Barcelona, Boca Juniors, Valencia e aonde mais ele jogou.

Pastoriza morreu de ataque cardíaco aos 61 anos, em Buenos Aires, em agosto de 2004, quando era técnico do Independiente.

Não sei se foi por causa de meu humor corrosivo, mas, de uma hora pra outra, eu virei o quindim da revista Placar.

Havia carta minha publicada praticamente toda semana (às vezes até duas cartas na mesma edição).

Será porque eu era um sujeito que morava no fim do mundo (Manaus)? Será porque eu ilustrava as cartas enviando fotos de índios simulando as concentrações do Remo, Paissandu e Tuna Luso? Será porque eu batia nos adversários abaixo da cintura? Nunca soube direito.

O certo é que não contente em defender o Vasco, passei a espinafrar os inimigos: Botafogo, do homeboy Mário Adolfo, Flamengo, do meu primo Gigio Bandeira, Fluminense, do querido Wilson Fernandes, e clube do Remo, do meu primo Rubem Pessoa.

Mário Adolfo, meu parceiro de desenhar histórias em quadrinhos há vários anos, já havia decidido que ia ser jornalista. Eu desejava ser físico nuclear e poeta.

Nessa época, nós havíamos partido para o jornalismo investigativo de baixa extração (leia-se fofocas, “fait divers” e boatos mis) e humor estabanado.

Em dupla, iniciamos a publicação de um jornal artesanal, em edição única, chamado “A Patota”, onde a gente entregava as estripulias da turma.

Eu escrevia algumas matérias, Mário escrevia outras, e ilustrava tudo, com desenhos, colagens, etc.

Hoje, seria um blog. Mas, com o talento do Mário Adolfo, ele era muito mais que um diariozinho. Era o relato de uma época. O jornalzinho foi descontinuado no ano seguinte.


Num sábado, acho que em outubro ou novembro de 1974, enquanto eu ouvia um disco do Led Zeppelin (provavelmente “House Of The Holy”) no volume máximo e lia a revista Placar daquela semana, meu olho bateu em cima do nome de uma botafoguense do Rio de Janeiro, que queria se corresponder com botafoguenses de todo o Brasil.

O nome da menina era Mariana, moradora de um edifício na rua Barata Ribeiro, em Copacabana. Nunca mais consegui esquecer esse nome. Nem essa mulher.

Não sei se pretendia futuramente curtir com a cara do Mário Adolfo, que estava de malas prontas para morar em Goiânia, na casa do Ademar Arruda, marido da Mércia, mas o certo é que me deu uma vontade da gota serena de escrever para a Mariana.

E foi o que fiz, na maior cara dura. Ela me respondeu, também, na maior cara dura.

Sim, já me conhecia da seção de cartas da revista, sabia que eu era um grande filho da puta, quer dizer, um vascaíno doente, e havia estranhado eu escrever logo para uma botafoguense. Ainda mais eu sendo uma espécie de guru das baixarias da Camisa 12. O que eu estava querendo aprontar?...

Na segunda carta que escrevi pra ela, eu estava ouvindo “Band of the Run”, do Paul McCartney, cujo LP havia acabado de ganhar de presente do DJ Ernesto Coelho. Expliquei o clima, o arranjo da música, a letra, as harmonias. Ela gostou dessa parte.

Não lembro qual foi o papo desenvolvido na carta, mas provavelmente não tinha nada a ver com futebol. Sempre fui canalha.

Na seqüência, ela me escreveu dizendo o que estava ouvindo “Bennie and The Jets”, do LP “Goodbye Yellow Brick Road”, de 1973, do Elton John, que demorei quase um mês para encontrar nas lojas Disco de Ouro e conferir se era toda aquela maravilha que ela falava. Era.

Nossas cartas semanais competiam com o hit parade da Billboard, Cashbox e Rolling Stone, cada um mostrando o que estava curtindo na época e – acreditem! – quase em tempo real.

É verdade que ainda não havia os incômodos e invasivos celulares e as cartas levavam duas semanas para chegar ao destino. Mas a espera fazia parte do jogo.

Eu e a Mariana acabamos nos afeiçoando além da conta e iniciando, vamos dizer assim, uma espécie de namoro virtual.

Ela começou a escrever pro Mário Adolfo (também goleiro e botafoguense, como o Wendell, que competia em pontes espetaculares com o nosso goleiro vascaíno, o argentino Andrada).

O Mário Adolfo virou uma espécie de “padrinho” de casamento do novo casal.

Naquele ano, Mário Adolfo estava sendo a sensação do Peladão, o campeonato de peladas promovido pelo jornal A Crítica, no papel de goleiro do eterno e inigualável time Murrinhas do Egito.

Entre outras façanhas, ele havia desclassificado (na cobrança de pênaltis) duas das melhores equipes do Peladão: o famigerado “Estalo”, de Santa Luzia, e o não menos feroz “Arranca Toco”, de Educandos. Ambos, no mesmo dia, no campo da Coca-Cola.

As defesas históricas do Mário Adolfo mereciam ser eternizadas no panteão de glórias da Cachoeirinha. Tipo quadros na parede, com past-patua e moldura de jacarandá envernizado.

Voltando à minha correspondente carioca. Era evidente que aquilo não iria chegar a um bom termo.

Eu contava as histórias do nosso time no Peladão, e ela se derramava em elogios ao Mário Adolfo (se bem que, em uma foto do nosso time no campo do Penarol, ela se referiu a mim como um “poeta com cara de anjinho”, o que me levou a incensar Onan durante quase dois meses).

Acabei me apaixonando pela mulher. Mário Adolfo, mesmo de Goiânia, era o principal incentivador do nosso idílio virtual.

Nas cartas subseqüentes que rolaram a partir do segundo semestre de 1975, a gente deixou o futebol definitivamente de lado e começou a falar sobre o futuro.

Entre outras coisas, a gente decidiu que ia casar e começamos a discutir o número de filhos da futura família.

Ela queria ter sete, porque adorava famílias grandes (herança de sua porção italiana). Eu insistia em um casal. Trocamos fotografias.

Não houve nenhum desapontamento de minha parte. Muito pelo contrário. Eu fiquei realmente apaixonado pela garota.

Nessa época, trabalhava comigo, na Sharp, o artista plástico Ricardo Melo, irmão da poeta e jornalista Regina Melo.

Dotado de um talento invulgar, Ricardo tirava xérox de uma foto do rosto da Mariana, em close, e desenhava o resto do corpo na página em branco: a Mariana gestante, a Mariana de biquíni, a Mariana desfilando numa passarela, a Mariana tocando numa banda de rock, a Mariana vestida de noiva, a Mariana envergando um vestido Channel.

E o traço do cara era tão hiper-realista que ficava parecendo uma fotografia. Eu enviava aqueles desenhos originais pra minha correspondente, que ficava realmente maravilhada.

O Ricardo era um gênio do grafismo, mas no auge de sua carreira de figurinista, em São Paulo, contraiu aids e morreu no começo dos anos 90. Uma perda irreparável!

Duas amigas minhas da Cachoeirinha viajaram para o Rio de Janeiro naquele ano e ficaram hospedadas na casa do casal Germano-Maura Agostini, pais da Mariana.

Voltaram para Manaus encantadas com a família.

Nosso relacionamento (via cartas) ganhou foro de cerimônia oficial. A gente ia mesmo casar, não havia como fugir do destino.


Além de linda (uma Catherina Zeta-Jones meio adolescente), Mariana era inteligente, estudiosa e uma artista plástica de respeito, tanto que me enviou pelas tais amigas um quadro psicodélico, de sua própria autoria: a língua do Mick Jagger em todo seu esplendor, com miríades de estrelas (as “dance tracks” que ele vomitava sem parar?) e outros símbolos cabalísticos.

Nem preciso dizer que ele se transformou no principal objeto decorativo da parede de nosso quarto (meu e do Simas).

Em dezembro de 1976, fiz vestibular pra Administração Noturno na FUA e passei.

Mas nem deu pra comemorar: uma semana depois de ter feito aquela cena apocalíptica na minha sala, dentro da Sharp, a mãe da Jaqueline ligou para o meu pai e relatou o seu drama.

O velho ficou puto e resolveu me enquadrar. Eu tinha que assumir pelo vacilo.

Tentei argumentar que a Jaqueline era de maior (eu estava com 20 anos, ela, com 22), mas não houve jeito. Eu teria que casar, por bem ou por mal. Resolvi casar por mal.

Como ia viajar no mês seguinte para São Paulo, para passar dois meses estagiando na Sharp, passei uma procuração ao velho, dando-lhe plenos poderes para assinar documentos em meu nome.

Na real, ele teria apenas duas missões: me matricular no curso de Administração da FUA, quando as matrículas abrissem na segunda quinzena de janeiro, e, se quisesse, depois me casar com a Jaqueline, no Tribunal de Justiça.

Eu pensei que, de repente, ele não fosse cumprir a segunda tarefa. Mas não. O velho era moralista pra caralho e cumpriu o script direitinho.

É por isso que, até hoje, quando algum amigo me convida para uma cerimônia de casamento, eu me safo com um argumento realmente irrespondível: “Porra, bicho, eu não fui nem no meu. Vou ir pro teu?...”

Em janeiro de 1977, desembarquei em São Paulo. Fiquei hospedado no imponente Augusta Boulevard Hotel, localizado a uns seis quarteirões do escritório da Sharp, na Bela Cintra. Dava pra ir e voltar a pé.

Estranhei aquela grande quantidade de garrafas de bebidas em miniatura em cima do frigobar. Pensei tratar-se de brindes. Coloquei as garrafinhas todas dentro da minha mochila.

Na manhã seguinte, nova surpresa: as garrafinhas haviam sido repostas. Porra, aquele hotel gostava mesmo de dar brindes aos clientes! Coloquei, de novo, as garrafinhas dentro da minha mochila. A presepada continuou.

Uma semana depois, não havia mais espaço para armazenar os brindes. Eu precisava comprar uma segunda mochila.

Minhas atividades no escritório da Sharp eram verdadeiramente sacais. Um recém-contratado grupo de Organização & Métodos, da Fundação Getulio Vargas, estava reorganizando a empresa, que já era líder de mercado.

Defensor da idéia de que não se mexe em time que está ganhando, eu achava que aquela reorganização era uma estupidez sem tamanho. Mas não dei pitaco.

Meu papel era acompanhar o trabalho de expertise sobre a redução de custos administrativos para depois fazer a mesma coisa na Sharp do Brasil.

Recebi um Manual de Normas e Procedimentos para que eu adequasse o mesmo às tarefas realizadas nas plantas de Manaus.

De vez em quando, o empresário Mathias Machline passava por lá, para acompanhar a evolução da reforma administrativa, e a paulistada só faltava cair de joelhos e gritar “manitu!, manitu!, manitu!”.

Eu não dava a mínima. Se ele falasse comigo, eu falava. Se não, não. Fácil, eternamente fácil.

Havia um fator de estresse. Durante a semana, os bandeirantes paulistas me tratavam com uma cortesia que beirava ao servilismo. Mas, no final do expediente, na sexta-feira, eles sumiam quase que por encanto e me deixavam entregue à própria sorte.

Sem nenhum conhecido naquela selva de pedras, eu saía batendo pernas solitariamente. Pegava um táxi e desabava no Café do Bexiga, para escutar recitais de “poesia marginal”.

Ou então ia lá pro Café Paris, no Butantã, em busca de livros raros.

Ou pegava um ônibus qualquer e ia até o ponto final, abespinhado com aqueles prédios enormes e, depois, com a miséria absoluta da periferia.

Lá, pegava um táxi e voltava pro hotel. Coisa de maluco, sem eira nem beira.


Em uma segunda-feira da segunda semana, me informei com os bugres onde ficava a Estação da Luz.

Na sexta-feira, depois do expediente, coloquei algumas mudas de roupa na mochila, fui pra estação, comprei uma passagem de ônibus para o Rio de Janeiro e parti em busca do meu destino.

Durante a viagem, esvaziei uma garrafa de vermute Cinzano. Fiquei mais alegre do que coroa sendo tirada pra dançar.

Quando cheguei à Cidade Maravilhosa, por volta de uma hora da manhã, peguei um táxi e expliquei pro motorista o endereço. Ele me deixou na frente do edifício da Mariana.

Falei com o porteiro, expliquei que queria fazer uma surpresa pra família do seu Germano Agostini, dei um pouco de grana pra ele saber que eu não era assaltante dando expediente, entrei no elevador e desci no andar do apartamento.

Apertei a cigarra uma, duas, três vezes. Uma voz sonolenta veio lá de dentro:

– Quem é?

– É o Simão Pessoa, de Manaus. Desculpe o adiantado da hora, mas é que estou vindo de São Paulo...

Seu Agostini abriu a porta, me deu boas vindas, pediu pra eu ficar à vontade. Explicou que as crianças (Mariana, Estela, Luzia e Dandara) estavam dormindo. Aí, foi acordar a dona Maura.

Extremamente prestativa, ela me abraçou, foi providenciar lençóis e transformou um sofá da sala em uma confortável cama de solteiro.

Com aquela agitação na sala, a Mariana também acordou e saiu do quarto pra ver que diabo estava acontecendo.

Foi amor à primeira vista. Acho que quando nos abraçamos naquela noite nos transformamos em uma única alma para o resto da vida.

Depois de uma meia hora de conversa, eles voltaram para os seus quartos e eu me deitei na cama improvisada. Dormi como um anjo.

Pra mim, foi um final de semana inesquecível. No sábado, eu, “seu” Agostini, Mariana e o resto da turma fomos para a praia de Copacabana, onde passamos a tarde inteira.

À noite, eu e a Mariana fomos para um barzinho na esquina de sua casa. Ela não bebia e nem fumava, mas também não se importava em me ver enchendo a cara e fumando um cigarro atrás do outro.

Por influência do Carlos Almeida, eu havia entrado na Ordem Rosa Cruz. Havia explicado pra Mariana do que se tratava, ela gostara da explicação e também havia entrado.

Nós dois conversamos muito sobre o assunto. Por volta das 11h da noite, voltamos pra casa.

Passamos o domingo no apartamento da família. Estava na cara que aquela era a mulher com quem eu deveria casar.

Carinhosa, atenciosa e delicada, Mariana tinha 19 anos, estava cursando o 2º ano de Economia na UFRJ, também havia acabado de passar no vestibular de Administração da mesma UFRJ e trabalhava como escriturária no Banerj, vaga conquistada em concurso público. Estava com sua vida profissional bem encaminhada.

Além disso, ela tinha uma beleza quase metafísica. Olhos expressivos, riso imaculadamente branco, coxas grossas, quase desproporcionais ao seu corpo de sílfide. Eu estava com os quatros pneus e o estepe arriados.

Até então, dedicada exclusivamente aos estudos, a Mariana nunca tinha namorado antes. Eu era o primeiro sujeito do mundo a lhe beijar na boca.


Voltei pra São Paulo mais motivado do que nunca. Pela primeira vez na vida eu tinha um objetivo claro: eu ia viver o resto de minha vida com aquela menina.

Comecei a viajar pro Rio de Janeiro todo começo de noite de sexta-feira e a retornar pra São Paulo na noite de domingo. E aproveitava pra levar pra dona Maura os brindes que o hotel me dava graciosamente.

Devo ter levado pra casa da Mariana umas 200 garrafas em miniatura, que ficavam enfeitando a estante da sala.

Pra dar de brinde aos meus homeboys, trouxe pra Manaus mais umas 200 garrafinhas.

Só na prestação de contas que fiz pra empresa foi que descobri que cada garrafinha daquela equivalia a uma dose de bebida.

A Sharp do Brasil pagou a despesa, sem questionar, mas o diretor financeiro Tomzé Areosa passou alguns meses querendo saber como foi que eu havia bebido aquilo tudo, em apenas dois meses, sem contrair uma cirrose hepática. Choses.

Na segunda semana de fevereiro, o empresário Frank Cavalcante, que estava em viagem de negócios em São Paulo, passou no hotel e deixou na portaria um envelope enviado pelo velho.

Subi para o apartamento e abri o envelope. Era a confirmação da minha matrícula na FUA e uma xérox da minha certidão de casamento. Puta que pariu! Senti o mundo desmoronando aos meus pés.

Na mesma noite, o Frank, que na época estava namorando minha irmã, Silane, com quem teria um filho chamado Bruno, me telefonou morrendo de rir:

– Onde é que a gente vai comemorar o teu casamento? O Nelito arrumou umas putas da boate Le Licorne pra gente fazer a tua despedida de solteiro...

Fiquei tão deprimido, que não fui ver a Mariana naquele final de semana.

Na segunda-feira, ela me ligou desesperada. Inventei umas desculpas esfarrapadas (excesso de trabalho, pendengas com relatórios a serem feitos, problemas no meu setor, lá em Manaus, essas coisas). Ela não engoliu:

– Então me conta porque você está tão triste?

Não respondi. Apenas garanti que na sexta-feira explicaria tudo.

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