A fúria da música do Rage Against the Machine contagiou os fãs da banda de rap metal norte-americana, que protagonizou o momento mais tenso deste primeiro dia de Festival SWU, em Itu, com seguranças tentando conter a massa que se espremia contra as barreiras de proteção.
Quatro músicas após o início da apresentação, ocorrida às 22h20 deste sábado (9), o vocalista Zack de la Rocha teve de interromper o show pela primeira vez depois que fãs da primeira fila da pista Premium forçaram a barricada que separava o público do fosso do palco e tentaram invadir a área.
Diversas pessoas tiveram de ser retiradas à força pelos seguranças e ao menos quatro foram atendidas no Posto Médico do festival.
Mas apesar dos pedidos de Zack de la Rocha para que os fãs se acalmassem e dessem um passo atrás, a característica explosiva e combativa do som do Rage Against the Machine - que defende bandeiras de revoluções políticas sociais contra o sistema capitalista - foi suficiente para incendiar novamente o público minutos após o reinício do show.
A banda tocou mais duas músicas e teve de fazer nova pausa enquanto a organização reforçava as barricadas com barras de ferro de apoio.
Dali em diante, o Rage não parou mais - e nem poderia, sob o risco de o público se exaltar e provocar um estrago ainda maior.
Ao longo dos cerca de 40 minutos restantes de show, o clima continuou tenso entre fãs e seguranças.
Apesar da fúria dos fãs, vocalista pediu calma e distribuiu sorrisos
Em cima do palco, no entanto, o clima era outro.
Nitidamente impressionados com a resposta enérgica dos brasileiros, que tiveram a chance de ver a banda pela primeira vez desde o lançamento do álbum de estreia da banda, em 1992, Zack de la Rocha e o guitarrista Tom Morelo não tiravam o sorriso dos rostos ao ver a massa pulando com faixas poderosas como "Bombtrack", "Know your enemy" e "Bullet in your head" - o repertório incluiu ainda faixas dos outros dois álbuns de estúdio do Rage, "Evil empire" e "Battle of Los Angeles", último trabalho lançado pelo grupo antes do hiato que durou até 2007 quando voltaram a se apresentar ao vivo.
De volta aos palcos em turnê mundial, a banda não demonstra cansaço: continuam lá os berros guturais de Zack, a guitarra virtuosa de Morelo e a cozinha pulsante de Brad Wilk e Tim Commerford.
Por fim, ainda que a tônica do SWU seja de sustentabilidade, o Rage Against the Machine não fez concessões em seu engajamento: dedicou a faixa "People of the sun" aos "nossos amigos" do Movimento Sem Terra brasileiro, disparou um trecho do hino da Internacional Comunista antes do bis - fechado com as clássicas "Freedom" e "Killing in the name" -, e se despediu dos fãs de punhos cerrados repetindo o gesto dos Panteras Negras sob uma salva de aplausos, urros e uma chuva de sapatos, chinelos e CDs atirados pelos fãs contra o palco.
Se era rebeldia que eles queriam promover, conseguiram.
(fonte: Portal G1)
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