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Dizem que essa história aconteceu com o jornalista recifense Edmundo Celso, um destacado quadro comunista do velho Partidão, apesar de circular em Manaus uma história semelhante atribuída ao também jornalista Farias de Carvalho, outro destacado quadro do Partidão. Vamos à versão dos pernambucanos:
Nos anos 60, quando a repressão do governo recrudesceu, o Coronel Alvino, chefe das brigadas anti-subversivas pernambucanas, espécie de extintas volantes sertanejas, prendeu todos os companheiros do PCB com toda ferocidade. Menos Edmundo Celso, que ficou no maior desaponto com a discriminação.
Rejeitado e frustradíssimo, deu um telefonema anônimo para o coronel denunciando-se com voz sussurrada:
– Aqui quem fala é um patriota. O pior comunista de todos está solto, o mais perigoso, o mais destemido. Ele toca terror e resolve tudo na bala. Pra prender ele, tem que ter muito cuidado. Chama-se Edmundo Celso.
O coronel:
– O quê? O Edmundo Celso? Aquilo é um afofa-bosta! Não passa disso, um afofa-bosta!
Edmundo Celso, desnorteado, denunciou-se pra valer:
– Afofa-bosta é a puta que pariu! Ouviu, seu filho duma égua? É a tua mãe!
2
Havia um jornalista no Diário de Pernambuco, um certo Irineu, que só chegou a repórter por interferência de um deputado seu amigo, pois era muito burro.
Certa vez, chegou a Recife uma jornalista belga de certa importância e mandaram o Irineu entrevistá-la.
Dia seguinte, escapou o seguinte título na matéria sobre a moça: “Jornalista belgicana visita o Recife”
Em vários pontos do edifício do jornal afixaram os seguintes versinhos:
Jornalista belgicana
No mundo nunca se viu,
Irineu, burro e sacana,
Vá pra puta que o pariu!
3
O jornalista Paulo Branco, recém-chegado de sua terra natal, Vassouras (MG), anos idos, para se estabelecer de vez no Rio de Janeiro, conheceu todas as intempéries que assolam um iniciante e, acima de todas elas, a mais letal: a pindaíba, a quebradeira, a falta total de numerário.
Logo que chegou, escolheu para abastecer-se um restaurante bem modesto e, consultando o cardápio pela lista da direita, a do preço, comandou um caldo verde. O garçom berrou para a cozinha:
– Salta um atestado!
Curioso, o Paulo quis saber a razão daquele “atestado”.
– De pobreza – esclareceu o homem.
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