O presidente uruguaio, José Mujica, disse nesta
terça-feira, 6, que está disposto a voltar atrás, se o consumo de maconha
crescer de forma desordenada no país após a legalização de sua produção e
distribuição.
“Esta é uma experiência”, disse Mujica em uma entrevista
concedida à AFP. “Como toda experiência, naturalmente há um risco e temos que
ter a inteligência de, se passar por cima de nós, voltarmos atrás. Não temos
que nos fanatizar”.
“Nós temos que pedir ajuda à comunidade internacional”,
acrescentou o presidente do Uruguai, admitindo que seus vizinhos Argentina e
Brasil “devem estar preocupados” com o projeto uruguaio, “mas também devem
vê-lo com avidez”.
Mujica enfatizou que o objetivo não é uma liberalização
total da maconha, mas que seja controlada pelo Estado, e destacou que o governo
planeja endurecer as penas de prisão para aqueles que cultivarem maconha sem
serem registrados.
“Não tenha dúvida”, disse Mujica. “Se não estiver
registrado, vamos ter que endurecer as penas.”
O Uruguai deu na semana passada um passo para a legalização
da maconha, depois que a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que, se for
aprovado pelo Senado, fará do Estado uruguaio o primeiro no mundo a assumir o
controle de todo o processo de produção e venda da droga.
O projeto de lei -lançado em junho de 2012 como parte de uma
série de medidas para combater o aumento da violência- estipula que o Estado
assuma o controle e a regulação da importação, do plantio, do cultivo, da
colheita, da produção, da aquisição, do armazenamento, da comercialização e da
distribuição de maconha e seus derivados.
Após se registrar, o usuário poderá comprar até 40 gramas de
maconha por mês em farmácias, mas também será permitido o cultivo próprio e em
clubes de membros.
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