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quinta-feira, março 24, 2016

Bica do Armando: livro de Francisco Cruz e Simão Pessoa faz resgate dos 30 anos da banda


Jony Clay Borges

Marcando os 30 anos de desfiles da Banda Independente Confraria do Armando (Bica), acontece nesta quinta-feira, às 20h, no Bar do Armando, o lançamento do livro “Bica do Armando”. De autoria de Francisco Cruz e Simão Pessoa, a obra registra as três décadas de história da famosa banda de rua de Manaus em marchinhas-enredos, fotografias, fatos e memórias.

“Bica do Armando” apresenta uma cronologia da Bica ano a ano, reunindo as letras das marchinhas-enredo desde a primeira edição da folia, em 1987, com o clássico tema “Tá todo mundo dando!”, de autoria de Celito e Toscano. O livro traz ainda histórias de bastidores, fotografias e outros registros da trajetória da banda, criada em torno da figura do saudoso luso-brasileiro Armando Soares, falecido em 2012, e que hoje reúne milhares de foliões a cada ano nas ruas do Centro.

“A maioria das pessoas que frequentam a Bica hoje têm menos de 30 anos de idade, então nem eram nascidos na época em que ela surgiu, nem conhecem os enredos de antigamente. Por isso resolvemos fazer um balanço desses 30 anos”, explica Pessoa, jornalista e autor de “Amor de Bica” – outro livro essencial sobre a história da banda, lançado em 2005.

Política e humor


Resgatando as marchinhas-enredo da banda e suas histórias, “Bica do Armando” faz também um resumo bem humorado da história local nas últimas décadas. “É como se fosse uma história da política e da sociedade de Manaus”, comenta Pessoa.

Cruz destaca a mistura de escracho e ironia refinada nas composições feitas para a folia, que eram discutidas e produzidas por um grupo de compositores. “A gente dizia que as pessoas que ‘elegia’ para os temas não eram escrachados, mas sim elogiados. Eram ironias, mas ironias bem sacadas”, comenta o autor e procurador, que lembra alguns temas marcantes.

“Tivemos o romance do Bernardo com a Zélia Cardoso de Melo (ministra da Economia no Governo Collor); a restauração do Teatro Amazonas, uma obra pública cara onde as pessoas não podiam entrar no dia da inauguração; e a matança de jacarés no governo Gilberto Mestrinho”, enumera.

Outros Carnavais


Além da apresentação dos autores e de um posfácio, escrito pelo jornalista Orlando Farias antes de sua morte, em 2013, “Bica do Armando” também faz um resgate da história da Banda de Ipanema, criada em 1964 e pioneira do Carnaval de rua no Brasil, e da Banda do Mandy’s Bar, primeira do gênero em Manaus, surgida em 1982. Aqui, o livro registra o papel de empreendedores como Adalberto Valle, Mário Guerreiro e Vasco Vasques, que estiveram à frente do Hotel Amazonas, reduto do bar e da banda histórica.

“Achamos importante fazer esse registro da contribuição que esses empresários deram. Ao contrário de muitos que só vêm ao Amazonas em busca de coisas boas, eles vieram com o desejo também de fazer a cidade crescer”, assinala Cruz.

“Bica do Armando” estará à venda na sessão de autógrafos a R$ 50 o exemplar, com brindes especiais para os cem primeiros compradores da obra.

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