O coronel PM e vereador Paulo Dutra (PV), conhecido em Manacapuru como “cipó de aroeira”, veio me fazer uma visita de cortesia nessa sexta-feira e me mostrou essa matéria acima, publicada no jornal Agora, do grupo Amazonas Em Tempo.
Há 20 anos, no meu tempo de redação, a manchete do Amazonas em Tempo seria: “Pastor evangélico tenta dar xexo em travesti!” e não mereceria mais do que um quarto de página.
Claro que o saudoso jornalista Chico Pacífico, nosso homem da página policial, iria direto ao assunto:
“Depois de ter sido enrabado dentro do carro por um travesti de nome “Cris”, Thiago Jonatas Ferreira Câmara se recusou a pagar pelo programa e foi agredido por um segundo travesti chamado “Naomi”, que o tentou cortar com um gargalo de garrafa. Thiago é pastor da igreja Assembleia de Deus e sobrinho do líder da congregação no Amazonas, Jonathas Câmara, e do deputado federal Silas Câmara (PSD). Como tem as costas quentes, o xexeiro foi liberado e o travesti “Naomi” foi preso pela polícia e encaminhado à Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa.”
Simples, assim.
Na época em que os bichos falavam (“E aí, bicho? Tudo bem?...”), eu e o fotógrafo Marco Gomes fomos fazer uma matéria sobre travestis para o anárquico jornal Miratinga.
Escolhemos para conversar um grupo de travecos que fazia ponto na av. Eduardo Ribeiro, nas proximidades do Teatro Amazonas.
Depois que nos identificamos e falamos de nosso objetivo, eles nos trataram com extremo respeito e abriram os corações.
A maioria estava ali porque precisava sobreviver.
Nenhum deles gostava da profissão.
Odiavam ser abordados pela polícia (“Se a gente não pagar pela proteção, eles nos quebram de porrada!”, um deles se queixou) e se sentiam ameaçados pelas gangues de moleques jiu-jiteiros e de filhinhos de papai (“Eles são pior do que a polícia, porque nos batem por diversão”).
Os travestis se defendiam com gargalos de garrafa, giletes e navalhas.
Depois de muita insistência, eles nos relataram alguns números:
98% dos seus clientes habituais eram homens casados de alto poder aquisitivo, que preferiam ser enrabados – e, nessas circunstâncias, os travestis cobravam o dobro pelo programa.
1% queria ser chupado – e nessa clientela se perfilavam moleques recém-entrados na vida sexual, homens solteiros, ex-presidiários, trabalhadores de baixo poder aquisitivo e os mais diversos párias sociais.
1% queria sexo anal – novamente homens casados de alto poder aquisitivo, mas incapazes de solicitar o serviço da parceira com quem estavam casados, enfim, gente hipócrita da pior qualidade!
Quando a aids começou a atingir exponencialmente o grupo de mulheres casadas, deduzi o óbvio: os travestis estavam por trás da escalada.
Um travesti doente enrabava o cliente e este passava a doença para a esposa.
Não existe nenhum caso médico documentado no planeta de que uma mulher com aids transmitiu a doença para seu marido.
Aids é resultado de pica ou de pico!
O principal vetor da aids, venho falando isso há mais de três décadas, é o esperma masculino.
E um macho só entra em contato com um esperma masculino que não seja o seu se der a bunda para alguém.
O resto é conversa pra boi dormir!
Aí embaixo tem um belo documentário dirigido pela acadêmica de jornalismo Andréia Machado, mostrando o modo de vida e os sonhos de alguns travestis e, obviamente, o preconceito ainda existente na sociedade.
O pastor Thiago Câmara deveria assistir o vídeo em vez de dar xexo nos rapazes.
O Que Há Por Trás legendado from wkmoraes on Vimeo.
Um comentário:
hehehhee, que bosta é essa?
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