Numa fazenda em São Paulo – onde se cria gado Tabapuã, raça eminentemente brasileira –, Maria Elisa, Alberto e Carlos Artur, filhos do proprietário, recebiam para um grande almoço em torno de uma só mesa, ricos fazendeiros do Sul (interessados na compra de touros para reprodução) e outros visitantes ilustres, diplomatas estrangeiros, gente finíssima.
Lá pelas tantas, invade a sala uma cachorrona intrusa, imediatamente expulsa pelos anfitriões que se desculparam com os convivas alegando que a cadela estava muito carente, pois tinha perdido o companheiro na véspera, picado por cobra.
Cobra? Naquela fazenda limpíssima, cuidadíssima, bacanérrima?
Explicou-se. Caso raro. Às vezes uma ou outra cobra escapa dos cuidados da peonada.
Percebendo que os comensais já estavam ficando à beira de um ataque de nervos por causa da história, disseram que a mordida fatal foi a quilômetros de distância da casa grande.
Entrou uma das criadas e Maria Elisa, para reforçar o clima de segurança do almoço, perguntou:
– Fátima, onde foi que a cobra mordeu o Ringo?
Serena e precisa, a moça informou:
– Nos culhão.
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