Em pé, da esquerda pra direita: Marlon, Pira, Luiz Lobão, Jacó, Dinho, Nego Gel, Simas, Clodoaldo e Junior. Agachados: Nelsinho, Cid Lopes, Belmiro, Bó, Juarez, Deucimar e Amarildo. Sentados: os irmãos Jorginho e Julio Almeida.
Agosto de 1992. O invocadíssimo Juarezinho resolve colocar um time para disputar o “Peladão”.
Comandante-em-chefe da esquadrilha da fumaça que tinha como base operacional o entorno do Top Bar, Juarezinho escolhe pro novo time só rastafaris de responsa: Simas Pessoa, Cid Lopes, Belmiro, Nego Gel, Jorginho, Amarildo, Dinho, Clodoaldo, Nelsinho, Bó, Deucimar, Pira, Junior, Marlon, Julio e por aí afora.
Nome do time: Força Unida da Cachoeirinha (FUC).
Apelido carinhoso para os não iniciados na filosofia de Bob Marley: “Fukiuself”, o nosso velho e conhecido “Vá se foder!”.
O primeiro jogo do FUC era contra o Cruz Vermelha, da Betânia, no campo da Base Aérea.
Como sabiam que iria haver militares na parada, eles trataram de se aquecer antes de entrar em campo.
Pararam no Bar Caveira, na entrada da Lagoa Verde, e consumiram um quilo de erva maldita.
Rebateram a larica com várias doses de cachaça Velho Barreiro.
Entraram em campo nas pontas dos cascos, mas levemente “bolados”.
O sujeito chutava com violência e a bola levava uma eternidade para cair nos pés do companheiro, mesmo que ele estivesse a dois metros de distância.
O Cruz Vermelha se aproveitava desses vacilos, mas era incapaz de transformar a superioridade técnica em gols.
O primeiro tempo terminou em um prosaico zero a zero.
No segundo tempo, Juarezinho partiu para o tudo ou nada.
Escalou Amarildo, o mais marombado da turma, para ser o centroavante matador e fez a recomendação de praxe:
– Pegou na bola, mete na área pro Amarildo, que ele resolve.
Dito e feito. E haja bolas sendo centradas na área. Amarildo nem aí.
Faltando uns cinco minutos pro jogo terminar, Nelsinho driblou dois zagueiros, tocou pra Junior, que rolou a bola limpa para Amarildo, entretido num bate papo interminável com o goleiro adversário, cuja principal característica era ter lábios leporinos.
Ele nem percebeu a bola passando na sua frente, pedindo para ser empurrada para dentro do gol.
O jogo terminou como começou. Zero a zero.
Juarezinho foi cobrar explicações do centroavante matador:
– Caralho, bicho, o Junior colocou a bola na tua frente... Era só empurrar pro gol e a gente ganhava o jogo. O que qui faltou?
– Calma, meu treineiro, calma! – devolveu Amarildo, com a tranquilidade de uma beata octogenária recebendo a extrema-unção. “Aquele goleiro é o Beiço de Anta, o maior boqueiro da Betânia. Ele ficou de dar um abatimento de 50% quando a gente for fazer as paradas. Não ficava bem eu meter um gol nele...”
O FUC deixou a Base Aérea comemorando o empate de zero a zero como se houvesse ganho uma final de Copa do Mundo.
E, no trajeto até a Cachoeirinha, consumiram mais um quilo de erva maldita em ritmo de carnaval.
Agosto de 1992. O invocadíssimo Juarezinho resolve colocar um time para disputar o “Peladão”.
Comandante-em-chefe da esquadrilha da fumaça que tinha como base operacional o entorno do Top Bar, Juarezinho escolhe pro novo time só rastafaris de responsa: Simas Pessoa, Cid Lopes, Belmiro, Nego Gel, Jorginho, Amarildo, Dinho, Clodoaldo, Nelsinho, Bó, Deucimar, Pira, Junior, Marlon, Julio e por aí afora.
Nome do time: Força Unida da Cachoeirinha (FUC).
Apelido carinhoso para os não iniciados na filosofia de Bob Marley: “Fukiuself”, o nosso velho e conhecido “Vá se foder!”.
O primeiro jogo do FUC era contra o Cruz Vermelha, da Betânia, no campo da Base Aérea.
Como sabiam que iria haver militares na parada, eles trataram de se aquecer antes de entrar em campo.
Pararam no Bar Caveira, na entrada da Lagoa Verde, e consumiram um quilo de erva maldita.
Rebateram a larica com várias doses de cachaça Velho Barreiro.
Entraram em campo nas pontas dos cascos, mas levemente “bolados”.
O sujeito chutava com violência e a bola levava uma eternidade para cair nos pés do companheiro, mesmo que ele estivesse a dois metros de distância.
O Cruz Vermelha se aproveitava desses vacilos, mas era incapaz de transformar a superioridade técnica em gols.
O primeiro tempo terminou em um prosaico zero a zero.
No segundo tempo, Juarezinho partiu para o tudo ou nada.
Escalou Amarildo, o mais marombado da turma, para ser o centroavante matador e fez a recomendação de praxe:
– Pegou na bola, mete na área pro Amarildo, que ele resolve.
Dito e feito. E haja bolas sendo centradas na área. Amarildo nem aí.
Faltando uns cinco minutos pro jogo terminar, Nelsinho driblou dois zagueiros, tocou pra Junior, que rolou a bola limpa para Amarildo, entretido num bate papo interminável com o goleiro adversário, cuja principal característica era ter lábios leporinos.
Ele nem percebeu a bola passando na sua frente, pedindo para ser empurrada para dentro do gol.
O jogo terminou como começou. Zero a zero.
Juarezinho foi cobrar explicações do centroavante matador:
– Caralho, bicho, o Junior colocou a bola na tua frente... Era só empurrar pro gol e a gente ganhava o jogo. O que qui faltou?
– Calma, meu treineiro, calma! – devolveu Amarildo, com a tranquilidade de uma beata octogenária recebendo a extrema-unção. “Aquele goleiro é o Beiço de Anta, o maior boqueiro da Betânia. Ele ficou de dar um abatimento de 50% quando a gente for fazer as paradas. Não ficava bem eu meter um gol nele...”
O FUC deixou a Base Aérea comemorando o empate de zero a zero como se houvesse ganho uma final de Copa do Mundo.
E, no trajeto até a Cachoeirinha, consumiram mais um quilo de erva maldita em ritmo de carnaval.
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