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domingo, dezembro 18, 2011

Brasil se vinga da Dinamarca e é campeão no futebol feminino


Sei que pode parecer anacronismo, mas ainda gosto muito de mulheres.

Sério.

E, por incrível que pareça, gosto desde pequenininho.

Não sei explicar a origem dessa doce maldição.

Podem ter sido as más companhias (nenhum moleque da minha turma virou viado depois de adulto).

Uma falha na educação recebida em casa.

Uma omissão da minha professora Dona Lucila, do terceiro ano primário.

Uma consequência direta da leitura dos “catecismos” de Carlos Zéfiro.

O certo é que, mesmo depois de ter conhecido biblicamente mais de 1.280 exemplares da fauna, essas figuras curvilíneas e delicadas ainda me tiram do sério.


Também preciso confessar que, na qualidade de ex-quarto-zagueiro do formidável “Murrinhas do Egito”, continuo gostando muito de futebol, apesar de não disputar uma simples partida de “pelada” há mais de 25 anos.

A mistura de futebol e mulheres, portanto, me encanta profundamente.

Daí que eu devo ter sido um dos poucos machos da aldeia que, em vez de ir lavar o carro nessa tarde de domingo, optou por se abastecer com biritas e cigarros para torcer pela seleção feminina do Brasil em jogo memorável contra a Dinamarca.

O jogo transmitido pela Band só não foi melhor porque a locução e os comentários da velha e cansada dupla caipira (“Luciano & Zé Neto”) são simplesmente brochantes.


O que é aquele sotaque over do Neto, meu Deus?

E por que o Luciano se esforça tanto para ser um sub-Sílvio Luis, sem um pingo da graça do original?

Para resolver a situação, recomendo acionar a tecla “mute” do controle remoto e colocar um disco do Pink Floyd no volume máximo.

Comigo, essa simpatia sempre funciona.

Mas voltando ao jogo das meninas.

A Dinamarca ganhou disparada no quesito beleza, graça, malemolência e porta malas aerodinâmicos.


Por Tutatis!, mas a jogadora de número 10 e a jogadora de número 8 (não gravei o nome porque a tevê estava sem som, gafanhoto!) eram duas valquírias de fazer qualquer viking chorar sem sentir dor.

Em compensação, a seleção canarinha tinha o veneno e a graça da mulher brasileira dignamente representada pela estonteante Thaís.

Lideradas por Marta e Cristiane, as brasileiras venceram as dinamarquesas por 2 a 1, com dois gols da zagueira Érika (o segundo, de bate-pronto, foi uma pintura de Magritte!).

A competição marcou o retorno do técnico Jorge Barcellos ao comando da seleção, substituindo Kleiton Lima.

A vitória vingou a derrota que o Brasil havia sofrido para esta mesma Dinamarca, na quinta-feira, na última rodada do quadrangular.

Aquele resultado deixou as europeias no primeiro lugar, o que lhes deu a vantagem de jogar pelo empate na decisão.


No fim do jogo, a Dinamarca quase empatou.

A volante Ester cometeu pênalti dominando escandalosamente uma bola com o braço esquerdo no meio da área, na cara da juíza, mas nada foi marcado.

A juíza era brasileira ora, pois, pois.

Nos acréscimos, as dinamarquesas carimbaram o travessão de Andreia, que ainda tocou de leve na bola impedindo o gol de empate das louraças belzebu.


Graças a brilhante atuação da zagueira Érika, a seleção canarinha voltou a conquistar o torneio, bisando que já havia feito na primeira edição, em 2009.

Em 2010, o título ficou com o Canadá, por conta de um empate em 2 a 2 com as brasileiras, resultado que beneficiava as canadenses.

Agora a missão será ganhar a inédita medalha de ouro em Londres no próximo ano.

E, em vez desses horrorosos calções masculinos, a Fifa deveria autorizar as jogadoras de futebol a utilizarem aqueles charmosos shortinhos de lycra usados pelas jogadoras de vôlei.

Aí, sim, o futebol feminino deslancharia de vez!

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