Valentina de Botas
O texto de Augusto Nunes ajuda a entender por que um homem
de caráter e alma sãos é diferente de um sem caráter até mesmo quando ambos
cometem erros na vida pessoal que podem ou não se refletir no exercício da vida
pública e erros desta que servem àquela.
Duas são as questões mais importantes para os contribuintes
brasileiros: 1– não sustentamos a ex-amante de FHC; que, diferentemente do
jeca, FHC não se portou como um PR que liberou a amante jeca a traficâncias e
achaques; nem lhe franqueou um cartão corporativo; e 2 – contrastar mais uma
vez o caráter das duas figuras que polarizam a política brasileira desde a
redemocratização.
Jeca entre jecas num tempo que lhes sacia os apetites e
premia a mediocridade, Rosemary é simplória sem ser simples. O mau gosto dela
não é crime, é somente muito desagradável e um direito que lhe assiste. O
problema da nação é a moral que o acompanha.
Pois, ainda que Rosemary fosse
cheia de finesse e doutorada em Rilke, usasse talher de peixe e frequentasse
vernissages (que sempre achei meio jecas), nosso drama seria o mesmo: a nação,
exaurida por mediocridades que custam de uma lipoescultura a um petrolão
inteiro e respectivos afluentes, pagou e paga todos os gozos.
Uma cornucópia
aberrante de pilantras que degradam nosso presente, roubam nosso futuro e
aprimoram a degenerescência da linhagem de homens e mulheres públicos.
Semelhante a Mônica Veloso que desaparecia como “a gestante”
nas falas vigaristas de Renan Calheiros que não pronunciava o nome da amante
sustentada pela Mendes Júnior numa troca de favores, Rosemary Noronha
esconde-se, com as bandalheiras de fora, no “ela” do cúmplice PR nas poucas
vezes em que se referiu, e vagamente, ao assunto.
E Mirian Dutra, açulada pela súcia, pretendia exatamente o
quê? Acusar FHC de ser um bom pai do filho que não gerou? Bem, ele confirmou o
bom pai que é do filho que não gerou. Vingar-se do fim do namoro?
Ora, Mirian
deveria ter sido avisada que essa exposição vexaminosa – para ela – não é a
pior coisa que enfrenta alguém que, com décadas de vida pública, é
contemporâneo de uma aberração chamada PT e a caça preferida dela – FHC, no
máximo, deve estar compadecido da ex-amante. Ter alguma fama ainda que
infamante? Pois, saiba Mirian, que o assunto não será ela, mas FHC, é dele que
a súcia falará.
Mirian, que Mirian? A essa altura, a pobre mulher já deve
estar de volta à vasta solidão habitada pelos fantasmas que o ressentimento
nutre. Felizmente, resta a Tomás um pai de caráter e alma sãs. E tomara que o
filho queira e possa cuidar da mãe; ela talvez não saiba, mas precisa muito.
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