Espaço destinado a fazer uma breve retrospectiva sobre a geração mimeográfo e seus poetas mais representativos, além de toques bem-humorados sobre música, quadrinhos, cinema, literatura, poesia e bobagens generalizadas
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terça-feira, janeiro 11, 2011
Causos de Bambas: Sergio Bernardes
Dinheiro curto, curtíssimo, o arquiteto Sergio Bernardes, então estudante, projetou um golpe na mãe, D. Maria.
Como estava ruim em inglês e logo no Anglo Americano, disse que precisava de aulas particulares e já tinha se acertado com um professor, um certo Mr. Pooler.
O Pooler era remador de regata, amigo do Sergio, filho de inglês, mas não falava uma palavra sequer da língua paterna.
Contudo, prestou-se ao papel por cinco dos vinte contos que D. Maria pagava por aula.
A tramóia durou meses. Os dois se trancavam no quarto do Sergio durante quarenta e cinco minutos, findos os quais, recebido os cinco contos, o Pooler caía fora.
Um dia, caiu um temporal daqueles cariocas, de fazer prefeito subir favela.
Botafogo, onde era a casa do Sergio, ficou intransitável.
O Pooler, que morava em Niterói, não teve outro jeito: ficou para jantar.
D. Maria, que falava um inglês alinhadíssimo, resolveu, por pura cortesia, conversar com o professor na língua de sua especialidade.
O Pooler, que só sabia um ráu are iu aleijado e um gude bái pior ainda, em desespero, apelou:
– D. Maria, a senhora me desculpe, mas em dia de trovoada eu não falo inglês. É uma cisma que eu tenho.
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