Espaço destinado a fazer uma breve retrospectiva sobre a geração mimeográfo e seus poetas mais representativos, além de toques bem-humorados sobre música, quadrinhos, cinema, literatura, poesia e bobagens generalizadas
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quarta-feira, janeiro 19, 2011
Como carcar a empregada doméstica
A época ideal é nas férias. Mulher e crianças na praia, telefonando a cada três dias para pedir mais grana e você sozinho e solitário naquele apartamento enorme, sem ter o que fazer.
A empregada, muito menos, porque quem dá ordens é a patroa e ela não está no pedaço.
Há duas semanas que você vem usando a mesma cueca com marca de freada de bicicleta, mas a empregada não está nem aí.
As roupas sujas dão no meio da canela.
Os cinzeiros estão cheios de baganas de cigarro.
Seu cardápio se resume a pacotinhos de macarrão Miojo, que você mesmo prepara.
A filha da puta passa o dia inteiro grudada na televisão.
Parece até sua mulher, mas, ao contrário da titular, a sacana não quer nem ouvir falar em abrir as pernas ou pagar um boquete.
Ela é durona, metida a séria, nunca deu a menor brecha, casada de véu e grinalda com um crioulo enorme, bombeiro hidráulico da Prefeitura.
O sujeito sempre vai buscar a distinta no final do expediente.
Tem cara de poucos amigos e algumas marcas de corte de navalha no pescoço, porque já deve ter sido leão-de-chácara de puteiro.
E o negão é alto, parrudo, uma verdadeira jamanta de quase cento e vinte quilos, com uma pomba, você supõe, de quase meio metro.
Carente de sexo a empregada não deve estar, o que torna o desafio mais difícil e interessante.
De qualquer forma, como toda empregada gosta de subir na vida, você deve atacar por aí.
Em primeiro lugar, você tem de comprar uma máquina fotográfica.
Depois convida um amigo para fazer um teatrinho.
Certifique-se de que ela esteja por perto, quando você perguntar a ele:
– E aí, já encontraram a modelo para aquele anúncio?
E ele deve responder:
– Ainda não, tá difícil descolar uma mulata bonita para posar de lingerie. Estão pedindo uma fortuna e o cliente não quer pagar...
Quando a empregada vier com o cafezinho, seu amigo deve dizer:
– A não ser que seja uma novata...
E seu amigo deve dirigir um olhar pidão para ela, babando na gravata.
Ao se afastar, já rebolando a bunda mais do que o normal, querendo demonstrar que ouviu a conversa, você deve dizer ao amigo:
– Pode tirar o cavalo da chuva. Essa aí é casada e o marido, além de ser meu amigo, deve ser muito ciumento...
Isso vai deixá-la invocada e puta da vida pois você, ao descartá-la dessa maneira, deixou claro que ela não pode resolver nada sem o consentimento do marido.
O caminho estará aberto para que ela tome a decisão.
Deste dia em diante, você pode ter certeza de que ela virá trabalhar com cada vez menos roupa.
Vai desfilar modelitos que mostrem aquele puta corpão, irá amarrar a blusinha na cintura e deixar o umbiguinho de fora, usará shortinhos que entram no rego e deixam as bochechas da bunda aparecendo, virá com uma saia transparente e uma tanguinha amarelo-limão por baixo e assim por diante.
Deixe rolar, não avance o sinal, segure o tesão, que vai chover no seu roçado. É só uma questão de tempo.
Uma manhã qualquer, depois de ter passado alguns dias, ela aparece com um machucado vermelho no braço ou um olho roxo.
É a hora ideal. Vira e mexe, na periferia, sempre acontece uma baixaria dessas, uma briga de ciúmes ou coisa parecida.
Você deve se mostrar todo bonzinho e interessado.
– O que aconteceu? Quem fez uma barbaridade dessas?
– Foi meu marido, ele foi embora de casa e me deixou com as crianças.
– Não diga? Que filho da puta! Eu sempre achei que ele não valia nada. Bom, mas se eu puder lhe ajudar em alguma coisa...
Ela vai pensar um pouco, achar que já é hora (afinal, não tem nada a perder) e perguntar:
– O seu amigo já encontrou aquela modelo?
– Não, ainda não. Por quê?
– E eu? Não poderia fazer o teste?
Pimba! Ponto no teu placar. Teu time está ganhando. Só que você é ainda mais safado que o marido dela e diz:
– Mas tem um probleminha. Ele viajou e me deixou encarregado de fazer as fotos, só que agora nós precisamos de duas modelos. Você não teria uma amiga mais ou menos como você?
Ela, com certeza, não vai querer perder essa boca e diz que sim, que tem sim, “vou falar com ela ainda hoje, é minha prima, tem 18 anos. Serve?”
– Só que é o seguinte, tem que ser pra amanhã.
– Pode deixar, seu Said, amanhã eu trago ela!
No dia seguinte você dá início à sessão de fotos.
Experimenta nelas um soutien vermelho, uma calcinha branca, uma cinta-liga prateada, um tapa-sexo cor de laranja, um baby-doll de renda transparente, tira, põe, vai selecionando, abre uma cerveja, deixa as duas bem à vontade, passa creme nas costas das vadias, deixa as duas peladinhas, lambuza o corpo delas com gel, abre outra cerveja, diz que elas têm que ficar excitadas, a priminha fica de bruços no sofá, com a bunda bem empinada, você está só de sunga e fica se esfregando nas duas, que já estão alegrinhas, rindo e falando baixarias, você abre outra cerveja e põe uma música, elas começam a dançar e você diz para elas se chuparem e elas fazem meia-nove e você finge que vai fotografando tudo, fazendo o flash disparar o tempo todo, obviamente, sem nenhum filme na máquina, que você não é leso.
E, aí, meu chapa, como porrada de amor não dói, a mulata se lembra das noites quentes com o maridão e, saudosa dos complementos, ela vem até você e diz, no maior tesão:
– Me bate, porra! Me bate na cara e me chama de vaca!
Já esperando por isso, você vai até o armário e pega o chicotinho, a mordaça de feltro e as cordas com nó de marinheiro.
A noite está apenas começando.
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Um comentário:
Marquês de Sade amazonense! Kkkkkkkk
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