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terça-feira, janeiro 11, 2011

Histórias dos DJs que fizeram História


Francis Grasso
O primeiro DJ a fazer coisas que hoje consideramos totalmente normais para um DJ.

Baseado em Nova York, Francis Grasso não deixava pausas entre as faixas, sobrepunha duas músicas diferentes e não deixava a pista esvaziar.

Também foi dele a idéia de colocar um feltro embaixo do vinil para poder segurar o disco sem fazer parar o prato do toca-disco - o ovo de Colombo para os scratches.

Era um inovador de verdade: não aceitava pedidos dos presentes e sempre recheava seu set de novidades, evitando os hits fáceis. Para 1969, era algo revolucionário.

Grasso foi o rei da pista de Nova York na virada dos anos 60 para os 70. Um dos clubes onde tocou, Sanctuary, ficava numa ex-igreja.

Quando quis trocar de clube, os donos mafiosos não gostaram. E ele levou uma surra que o deixou desfigurado pelo resto da sua vida.

Morreu em 2001, com pouco dinheiro e poucos amigos.


David Mancuso
Mancuso fazia festas em seu loft em Manhattan apenas para convidados.

Lá ele planejou o ambiente completo para conseguir uma experiência transcendental a partir da música: som de qualidade perfeita, luzes que mudavam de acordo com a música e uma trilha sonora estilo jornada, na qual a velocidade, intensidade e humor das músicas ia variando conforme a música avançava.

Seu apartamento, conhecido logo como The Loft, virou o endereço de balada mais cobiçado em NY no começo dos anos 70.

Mancuso foi o primeiro DJ a explorar a fundo o lado de catalisador de atmosfera e emoção da noite. Toca até hoje.


Larry Levan
Influenciador de nomes como Paul Oakenfold, New Order e Danny Tenaglia, Larry Levan é considerado por muitos como o DJ mais importante da história.

Um habilidoso controlador de pista, sabia manipular a atmosfera por horas e abusava de efeitos e mudanças de equalização.

Levan ajudou a planejar o sistema de som do clube onde era residente, o igualmente lendário Paradise Garage. Era o tipo de lugar onde as pessoas tinham experiências quase religiosas.

Levan tocava de tudo: disco, dub, rock, pop, soul, trilhas sonoras e muito mais. Seu sets eram considerados uma espécie de missa negra das noites de sábado.

De sua pista nasceram inúmeros hits que depois acabaram virando sucessos de rádio. Levan era tão ligado ao Paradise Garage que, quando o clube fechou em 1987, depois de 10 anos de atividade, não suportou a perda.

Afundou-se cada vez mais nas drogas e morreu com apenas 38 anos, em 1992.


Frankie Knuckles
Ele é considerado o padrinho da house. Criado em Nova York, foi DJ regra três de Larry Levan e depois se mudou para Chicago, no final dos anos 70.

Lá, virou residente do clube Warehouse, onde passou a experimentar tocando disco music com batidas eletrônicas por baixo.

Foi dessas fusões que surgiu o embrião da house (que nasceu como uma disco music minimal e esvaziada de elementos).

O nome do gênero veio justamente da abreviação de warehouse music, ou seja, a música que tocava na Warehouse.

Knuckles virou, é claro, um ícone, fazendo produções e remixes que marcaram o fim dos anos 80 e começo dos anos 90.

Depois do Warehouse, Knuckles abriu seu próprio clube (Power Plant) e se jogou na produção musical.

Ele segue na ativa, com 56 anos, mesmo depois de ter amputado um pé devido à uma doença óssea.


Grandmaster Flash
O primeiro grande DJ do hip hop, elevando a discotecagem desse estilo a categoria de arte.

Flash não inventou o scratch (este foi Grand Wizard Theodore), mas foi ele que aprimorou essa técnica a um nível assombroso.

Sem falar em cuts, back to backs e outros truques que ele dominava com facilidade.

Foi o responsável por alguns dos maiores hits do início do hip hop, incluindo The Message, a primeira faixa com letra que denunciava as agruras do gueto.

Grandmaster Flash continua discotecando mundo afora.


Kevin Saunderson, Derrick May e Juan Atkins
Conhecidos como The Belleville Three (Belleville era o nome do colégio em que os três estudavam), Saunderson, Atkins e May entraram para a história como fundadores do techno, mais especificamente do techno de Detroit.

Individualmente, os três ajudaram a espalhar o nome da cidade de Detroit e sua música com referências afro-futuristas mundo afora.

Os três participaram da primeira coletânea de techno, lançada em 1988, Techno – The New Dance Sound of Detroit.

Estão na ativa até hoje.


Jeff Mills
Nascido em Detroit, Mills chamou atenção nos anos 80 quando comandava um programa de rádio numa estação local, usando o aka The Wizard.

Um dos maiores divulgadores do som detroitiano, Mills foi um dos criadores do coletivo Underground Resistance, até hoje um celeiro de música, arte e ideias em torno do som de Detroit.

Seu experimentalismo o levou ao extremo da ousadia, ao conduzir um espetáculo impecável ao lado da Orquestra Filarmônica de Montpellier, parceria registrada no DVD The Blue Potential.


Sven Vath
Provavelmente o DJ mais importante da Alemanha, Vath começou a discotecar em 1982. Seu nome se confunde com a história do trance.

O alemão também entrou para a história como um dos mais DJs mais animados do planeta, famoso por longos sets regados a diferentes tipos de combustível.


Fatboy Slim
Pode ser que não seja um dos melhores do mundo, mas entrou nesta lista por ter aproximado multidões da música eletrônica.

O inglês Norman Cook já foi baixista de banda de rock, mas foi discotecando que ele encontrou sua verdadeira vocação.

Sempre acompanhado de muitos hi-fis, ele mixa de rock a clássicos da música eletrônica, com espaço até pra samba.

No Brasil, ele discotecou para 200 mil pessoas, numa praia carioca, em 2004, e já esteve duas vezes em Manaus.


Laurent Garnier
O francês começou a discotecar nos anos 80, em Manchester, no auge da vida noturna da cidade.

Seus sets inspiraram bandas como The Stone Roses e Happy Mondays a colocar pitadas de house em seu som.

De volta a Paris, ele fundou dois dos mais importantes fomentadores da cena eletrônica na França, o clube Rex e o selo F-Com.

Apesar de ter ficado famoso como DJ de techno, Garnier é conhecido por seus longos sets, onde há espaço para os mais diferentes gêneros musicais (de drum’n'bass a Roberto Carlos, ele pode tudo).


Paul Oakenfold
Um dos DJs responsáveis pelo Verão do Amor de 1988, no Reino Unido, Paul Oakenfold se transformou em rei da dance music e quindim da popstar Madonna, que sempre que pode o leva a tiracolo para abrir suas turnês mundiais.

Com uma bagagem pesada de sucessos, como duas indicações ao Grammy, Paul Oakenfold tem um currículo vasto de produções cinematográficas – entre elas Matrix, 007, Piratas do caribe e muitos outros.

Seus trabalhos de mixagem foram feitos para ninguém menos que Madonna, U2, Michael Jackson, Justin Timberlake, The Cure etc.

Ele é considerado um dos melhores DJs e remixers do mundo pela Rolling Stone e CNN e chegou a estar entre os 50 artistas musicais que se deve ouvir antes de passar para a vida eterna!


Big Boy e Ademir
O rotundo Big Boy foi responsável nos anos 60 por fazer a divulgação de boa parte do que significava música pop internacional numa época em que o vinilzão era o que ligava a juventude e ter acesso aos lançamentos que rolavam nos EUA ou na Europa era um Deus nos acuda!

Ele criou um estilo próprio de falar (cunhou a frase Hello, Crazy People!) e apresentar seu programa na Rádio Mundial AM além de ter sido um dos organizadores do famoso Baile da Pesada (1970) que durante algum tempo lotou as noites do Canecão e reunia cerca de 5 mil pessoas.

Seu inseparável parceiro Ademir Lemos fazia o mesmo na famosa boate Le Bateau e os dois excursionaram por várias cidades do país, colocando a autêntica black music na ordem do dia.

A dupla foi responsável direta pelo surgimento do movimento funk carioca, conhecido no início como Black Rio.

Big Boy faleceu em São Paulo, em decorrência de um ataque de asma, em 1977, quando estava com 33 anos. Ademir foi se encontrar com o parceiro em 1998, vítima de diabetes.


Ricardo Lamounier
Ícone absoluto da disco music no Rio de Janeiro. Nascido numa família de músicos, Lamounier começou cedo na noite. Aos 13 estreou como DJ num pequeno clube, o Samba Top. Aos 20, já havia trabalhado com os empresários top da noite carioca da década de 70.

Lamounier foi pioneiro em vários aspectos. Foi um dos primeiros DJs a fazer performances na cabine. Durante os sets, usava sempre macacões de lamê e cachecol.

Em 1976, fez o primeiro de uma série de cinco discos que lançaria com a marca da discoteca que ajudou a imortalizar, a New York City Discothèque.

Naquele ano, então, chegaria às lojas o primeiro disco mixado do Brasil.

Em 1978, montou um curso de formação de novos disc-jóqueis, que ministrava em seu próprio apartamento, em Copacabana.

Lamounier morreu em fevereiro de 1987, aos 36 anos, em decorrência de um tumor no cérebro.


DJ Grego
Se Ricardo Lamounier foi pioneiro no Rio, o DJ Grego teve a mesma importância em São Paulo.

Ambos introduziram no Brasil, quase ao mesmo tempo, a arte da mixagem e da discotecagem sem pausas, em meados dos anos 70.

Grego também foi inovador no país ao fazer edits e remixes de faixas, tudo na base da gilete e da fita de rolo (lembre-se isso foi 20 anos de existência de softwares como Ableton Live).

Grego remixou quase todo mundo que importava no pop e rock nacional nos anos 80. A versão do RPM de Loiras Geladas, que estourou nas rádios, era o seu remix.

Nos últimos anos, seu gás criativo parecia renovado. Inventou projetos musicais, gravou faixas e remixes (quase sempre ao lado do jovem parceiro Anthony Garcia), começou a tocar mais por aí e montou um programa de TV online filmando DJs que iam tocar na sua casa.

Ele faleceu em setembro do ano passado, em São Paulo, de causas aparentemente relacionadas a uma úlcera que ele nunca tratou. Tinha 54 anos e deixou dois filhos.


Oswaldo Pereira
Oficialmente, ele foi o primeiro discotecário do país. Seu Oswaldo animava bailes nos anos 50, em São Paulo.

Chamava seu projeto de Orquestra Invisível, pois ficava tocando atrás de uma cortina com as pessoas do baile achando que ali atrás estavam músicos de verdade.

Em dado momento, a cortina se abria e revelava o solitário seu Oswaldo mais a sua vitrola em cima do palco.


Marquinhos MS
Ele foi o responsável pelo sucesso do histórico Madame Satã entre 1984 e 1986. A lendária casa noturna paulistana dos anos 80 foi palco para lançamento de bandas de rock nacional e passaram por sua cabine de som importantes nomes da música atual como Magal, Renato Lopes e Mau Mau.

Depois do Satã, Marquinhos passou pelo Rose Bom Bom e fez com que o Malícia fosse o lugar para se estar, às quartas-feiras, em São Paulo.

Quando descobriu a house music, criou seus boletins que eram distribuídos em mãos aos amigos, participou de diversos programas de rádio divulgando a dance music e reinou nas picapes do club Zóster (na R. Iguatemi) junto com Danilo “DKA” Andreoli.

Apaixonado por música e novas tendências, Marquinhos MS ainda incentivou a importação de discos e de revistas especializadas.

Nos últimos anos trabalhou no Columbia, em casas da zona leste de São Paulo e finalmente no Allure.

Considerado o pai da discotecagem underground no Brasil a partir de meados dos anos 80, é seguro dizer que foi o primeiro DJ completo da música eletrônica moderna no país, aliando pesquisa, repertório e técnica apurada.

Marquinhos morreu em 1993, vítima da aids.


DJ Alfredo
Residente do Amensia, em Ibiza, a influência desse exilado argentino é vasta. Em 1987, um grupo de DJs ingleses, que incluia Paul Oakenfold e Dany Rampling, teve uma epifania na ilha espanhola ao tomar ecstasy e ouvir a discotecagem eclética de Alfredo, que ia do pop à acid house.

De volta a Londres, usaram essa influência para dar a largada na acid house, que foi a primeira vez que a nova música eletrônica virava um fenômeno de massa.

A partir dai veio tudo: raves, techno, drum’n'bass, trance, prog, superclubes, em resumo, toda a música eletrônica que vivemos como a coisa mais normal do mundo nos dias de hoje.

4 comentários:

Unknown disse...

trabalhei no malicia com dj marquinhos ms,,, era tudo ,nem sabia que ele tinha morrido

Anônimo disse...


O jose roberto mahr do RJ que está na ativa até hoje,criou o lendário programa rádio novas tendencias,lançou milhares de grupos por ele e foi um dos pioneiros da cena eletronica poderia estar presente nesse rol dos brazucas.

Unknown disse...

Em 1968 eu com 8 anos em Governador Valadares, MG comecei em casa na equipe de som PINGO^S do meu irmão, os primeiros toques nos toca discos Garrard e o mixer chave de telefone, era sempre de madrugada quando todos dormiam e com luzes apagadas so no mínimo som das cápsulas shure, pois meu irmão não deixava eu tocar na aparelhagem então tinha que ser escondido era muito difícil mas a vontade de aprender era muito grande maior do que as brigas quando meu irmão na madrugada acordava e desligava o equipamento mas no outro dia La estava eu novamente separava os discos que ia tocar eu memorizava as faixas, pois no escuro não dava para ver colocava todos Lps em seqüência e gravava uma fita K7 para ouvir e ver onde eu errava e assim fui aprendendo e aos 12 anos toquei o primeiro baile e dai sempre meu irmão deichava eu tocar as românticas, e em 1976 fui lançado pelo Geraldo pimenta na BOITE GROOVY em GV CITY como Dj TONINHO CAIÇARA e minha primeira viagem para Sampa fui comprar discos no bruno blois e Breno Rossi e me encantei pelo New York MIX era demais as mixagens pois ate ali conhecíamos as passagens de uma musica para outra e em 1977 fomos com a GROOVY para VITORIA ES ai veio a consagração de RICARDO LAMOUNIER com aquele inacreditável NEW YORK 2 e quando comprei o REVELATION mixado por CARECA eu disse vou para o RIO DE JANEIRO tenho que ver para crer se um DISC-JOCKEY era mesmo capaz de tudo aquilo e tive o privilegio de dividir a cabine de som da NEW YORK, HELP, PAPAGAIO^S com LAMOUNIER, ADEMIR, CARECA, DODO e esta tremenda experiência eu apliquei ao longo da minha carreira mas o que deichava a gente maravilhado era o Ricardo ele não era so um Dj era um SHOW MEN me lembro na inauguração da PAPAGAIO`S 1979 em VITORIA ES. Ele com aquele chalé e casaco preto foi apresentado sua entrada ele virou e tirou o casaco e como sempre muito elegante todo de vermelho pegou um compacto importado de Roberto Carlos o NEGRO GATO de frente pra galera limpou com uma almofada especial e sempre espondo e chamando a atenção do publico tocou logo depois de um SOUL com qualquer outro discotecário seria vai na certa com LAMOUNIER foi de gritos e aplausos ate hoje quando me lembro e revivo aquela noite me arrepio era um profissional maravilhoso e audacioso na sua maneira de comandar o seu SHOW PARABENS pela bela e merecida homenagem que você faz a este Grande ser humano e profissional!!!

Anônimo disse...

Sou cunhada do Marquinhos MS e ele faleceu em 1994.