Vinte e cinco carnavais. Vinte e cinco anos carregando uma
vara de quase cinco metros pelas ladeiras, que serve de palco para a mulherada
fazer evoluções no meio da folia. O bloco Mulher na Vara, tradicional
agremiação do Carnaval olindense, sai às ruas em 2018 com uma alegria especial:
a de comemorar bodas de prata de frevo, descontração, animação e muitas
histórias engraçadas.
A comemoração já começou no mês passado, quando aconteceu,
no Catamaran, um baile com shows de Beto Barbosa, Samba LED e orquestra de
frevo. Convidados como Nono Germano, André Rio e Josildo Sá, além de Jota
Michiles e Nena Queiroga, homenageados do Carnaval do Recife em 2018, deram uma
canja na festa do bloco que, assim como muitos da folia olindense, surgiu “por
acaso”.
“Era o carnaval de 1992 e uma amiga do criador da Vara,
Carlos Porciúncula, torceu o pé quando estava em Olinda, ficando
impossibilitada de caminhar. Os amigos decidiram então carregá-la pelas
ladeiras. Primeiro, no braço; depois, usando um pedaço de madeira que acharam
pelo caminho. Não demorou para começarem a falar: ‘Olha a mulher na vara, olha
a mulher na vara’. Achamos que era um bom nome para um bloco e, no outro ano, o
Mulher na Vara estreou no carnaval”, explica Samuel Costa, um dos diretores da
agremiação.
Desde então, sempre na segunda-feira de carnaval, o Mulher
na Vara coloca o estandarte nas ruas, partindo da Ladeira da Boa Hora, onde
fica sua sede.
“O bloco é democrático. Na Vara sobem baixinhas, gordinhas,
mulheres de todas as idades. E procuramos sempre respeitar todas. É uma
brincadeira saudável da qual a minha filha participa, Dona Dá (moradora ilustre
da Cidade Alta que organiza o encontro de bois no carnaval) participa, ou seja,
qualquer foliã animada pode subir na Vara e fazer sua festa”, faz questão de
salientar Samuel.
Um pouquinho de coragem é necessário também, já que a Vara é
erguida a quase dois metros de altura. É subir e confiar na força dos “carregadores”
da Vara e dos deuses do carnaval, claro.
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