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sexta-feira, fevereiro 02, 2018

Quatro modos engraçados do mundo acabar


Por Carlos Castelo

O físico inglês Stephen Hawking costuma dizer que não acredita em Deus. Para seus críticos, todavia, é Deus quem não acredita nele. Mesmo assim, uma opinião tão abalizada não pode ser ignorada por ninguém. Para uma das mentes mais celebradas da ciência contemporânea, o fim do mundo é favas contadas. E, por ele, contaremos essas favas em um futuro não muito distante.

As hipóteses pessoais do cientista são as mais alarmantes. Desde que a Humanidade tem menos de seis séculos para construir naves espaciais e escafeder-se daqui, até que o Planeta Azul virará uma bola de fogo até o ano de 2600. Sem falar numa tese não-confirmada de que o Homem seria substituído pelos bichos geográficos em menos de 15 anos, mas ainda é especulação do Reddit.

Pode até ser que essas profecias vinguem. Contudo, já começam a surgir correntes que veem nosso Apocalipse com mais desprendimento e até uma pitada de humor. Para esses cientistas, todos da Universidade da Jamaica, se o Homem é uma piada de Deus o seu fim também será hilário.

Conheça alguns dos possíveis cenários alternativos para o fim do mundo:

EPIDEMIA GLOBAL DE GONORREIA – Um dia, uma pessoa é picada no Brasil por um Aedes aegypti com gonorreia. Depois, esse indivíduo vira fonte de infecção para o Aedes aegypti no meio urbano. Os macacos também passam a desenvolver gonorreia e infectam mais mosquitos. Quando os indivíduos passam a adquirir gonorreia em níveis alarmantes, o Ministério da Saúde informa que os estoques de penicilina acabaram. A epidemia de gonococos se alastra, entra em Pedro Juan Caballero e de lá caminha para o restante das Américas. Em menos de seis meses, o mundo é um bas-fond de filme de faroeste.

INVASÃO DE GODZILLAS – Após uma sucessão de erros num laboratório do serviço secreto nipônico em Fukushima, os ratos-cobaias para experiências químicas transformam-se em Godzillas. Como possuem genes de roedores acabam multiplicando-se vertiginosamente e, em poucos dias, são milhões. Devoram a população japonesa, chinesa e coreana. Em seguida, dirigem-se ao Ocidente, comem o restante da população mundial e autoextinguem-se.

DESTRUIÇÃO PELO FLATO PRIMORDIAL – Em 2020, o rio Tietê é considerado o maior depósito de fezes do mundo. Numa manhã de janeiro, ao desembocar no oceano Atlântico, a massa fecal tromba com as águas salgadas e uma bolha de quilômetros de altura – chamada pelos cientistas da NASA de Flato Primordial – inicia seu périplo pelo planeta. Passa pela América Latina, América do Norte, Europa, Ásia, Oceania e Austrália sufocando as mais diversas populações com um bafio podre 117 vezes mais concentrado que o odor de um banheiro de rodoviária. Não há sobreviventes.

KIM JONG-UM – Em 2023, o ditador-mór Kim Jong-Un, decide fazer um míssil intercontinental atômico diferente: ele é o míssil. Encomendado aos cientistas do programa nuclear norte-coreano em 2019, o KJU-UM será uma versão bem mais destrutiva que o Taepodong-2, artefato balístico em três estágios criado no início dos anos 2000. O KJU-UM possui uma confortável cabine onde o líder máximo da Coreia do Norte o pilotará até os Estados Unidos. Ela é toda decorada com minions, personagens da Disney e smurfs. Ao receber o alerta de ataque nuclear iminente, o sucessor de Donald Trump – um caipira ultraconservador que governa do interior de uma gruta em Duluth – promove a retaliação com bombas de nêutrons em forma de donuts. Não há sobreviventes.


Carlos Castelo é um dos criadores do grupo de humor musical Língua de Trapo. É autor de 10 livros que vão de crônicas a aforismos, passando por um romance policial e um infanto-juvenil. Também escreve crônicas e resenhas sobre livros na revista Bravo! e Ponto (Sesi-SP).

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