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terça-feira, maio 17, 2011

Aula 68 do Curso Intensivo de Rock: O tal de Grunge (2)


Grunge? Ainda sim, mas nem tanto.

É desse jeito que pode ser definida a postura atual do Pearl Jam, quinteto de Seattle que estourou como uma das maiores e mais respeitadas bandas de rock dos anos 90.

Tendo à frente o vocalista Eddie Vedder, o grupo sempre manteve uma posição independente em relação ao mercado, tanto na produção musical (em várias ocasiões brigando com a gravadora), quanto na relação com o seu público (como no caso em que boicotaram a distribuidora de ingressos Ticketmaster, durante uma turnê americana da banda, por estar vendendo as entradas acima do preço combinado).

Este respeito não se restringiu apenas à sua geração grunge, mas se estendeu aos veteranos do rock.

Gente como Bob Dylan, Pete Townshend e o trio remanescente dos Doors chegaram a tocar com eles e teceram vários elogios ao Pearl Jam.

Sem contar o maverick Neil Young, que até gravou um disco com o grupo (“Mirror Ball”, de 1995), além de se apresentar inúmeras vezes com o quinteto.



Mesmo a discografia enxuta do grupo reflete esta preocupação em juntar o melhor da tradição do rock’n’roll à energia enxertada pelo grunge na grande árvore da música pop.

Desde a semente lançada por “Tem” (1991), até o seu recente trabalho de estúdio e um álbum ao vivo (“Yield” e “Live On Two Legs”, respectivamente, ambos de 1998), o Pearl Jam consegue juntar no mínimo três gerações entre seus admiradores.

Essa premissa talvez tenha direcionado a criação de “Binaural” (2000), o mais elogiado álbum do grupo.

Com certeza, este é o disco mais eclético do Pearl Jam até o momento, o que se reflete até nos créditos das canções, divididos entre composições dos cinco integrantes da banda, de forma democrática.



Tanto que, o primeiro single do álbum, “Nothing As It Seems”, foi escrito pelo baixista Jeff Ament.

O mais curioso, porém, é que não se trata de um hit tradicional na linha grunge do grupo, mas sim de uma melodia etérea, conduzida por violões e um solo “viajante” de guitarra, que lembra muito o Pink Floyd.
O guitarrista Stone Gossard também contribui com duas ótimas levadas acústicas: a beatlemaníaca “Thin Ice” e o folk marcado de “Of The Girl”.

Ao lado do segundo guitarrista Mike McCready, transforma “Light Years” em um autêntico tributo a Neil Young.

Mesmo o baterista Matt Cameron (ex-Soundgarden, que se juntou a eles a partir do disco ao vivo) dá sua contribuição com a melodia de “Evacuation”.

Porém, quem atira em direções variadas é mesmo Eddie Vedder.

Não só na causticidade de suas letras, mas também em termos sonoros, provando ser um compositor de primeira.

Se o assunto é pauleira, a abertura com os riffs e vocais rasgados de “Breakerfall” ou a pulsação de “Grievance”, ao lado do grunge rasgado de “Insignificance”, dão conta do recado.



Mas há outras nuances, como a presente na sequência que encerra o disco: “Sleight Of Hand” (parceria com Ament conduzida por acordes dissonantes), “Soon Forget” (apenas com Vedder cantando e tocando ukelele) e a pungente balada “Parting Ways” (trespassada por um inspirado arranjo de cordas).

Para quem se dispor a esperar quase três minutos de silêncio depois do fim dessa última música, há ainda um ligeiro ‘solo de máquina de escrever’, creditado no encarte do disco como “Writer’s Block” (a letra: jfmjfmjfmjfmjmS).

O que se sabe mesmo é que um dia, o grunge sonhou que era relevante.

Foi num especial da MTV de duas horas de duração – e num longa-metragem chamado “Hype”.

Para a indústria, foi há muito tempo.

O especial já reprisou o que tinha de reprisar. Passou.

De todas as bandas, rótulos (slacker, generation x), moda (flanela xadrez) e atitude, sobrou apenas o Pearl Jam.

O último dos moicanos.



A MTV também exibiu um especial do que tinha acontecido antes do grunge: bandas de hard rock com laquê e maquiagem falando de mulheres de seios fartos.

Faz sentido que a geração posterior tomasse para si um rótulo que significa sujeira encardida e se declarasse feminista – a velha tese da rebelião contra a geração anterior.

Mas há outros pontos significativos de contraste.

Enquanto os cabeludos bem penteados do hard rock faziam shows com muitas explosões e poses para o telão, os cabeludos despenteados do grunge preferiam shows intimistas e/ou psicóticos, imperfeitos em sua espontaneidade não posada.

Eis porque a verificação de que o Pearl Jam estava lançando em 1998 não apenas o seu primeiro álbum ao vivo, mas o primeiro álbum ao vivo do grunge, evidenciava o fim de uma era.

Nos EUA, o disco saiu antes do Natal, com os “ao vivo” dos Rolling Stones, Rush, Aerosmith, Black Sabbath e outros dinossauros do passado.

É isso o que o grunge virou – tanto um produto do passado quanto das prateleiras de descontos dos “live” álbuns pré-natalinos.

O disco em si, “Live On Two Legs”, aparentemente um trocadilho com a música “Death On Two Legs”, do Queen, não é nada demais.

Eddie Vedder canta igualzinho ao que está nos álbuns de estúdio.



Os poucos hits estão presentes, de “Even Flow” e “Going To California” (Led Zeppelin) – ops, na verdade “Given To Fly – A Swan Swan H” (R.E.M.) – ops, “Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town”.

Mas o som não empolga.

A gravação é chapada, sem brilho algum.

Misturando baladas e canções ligeiras, o disco resulta anticlimático.

Faz parte do contexto, já que o excesso de baladas é um efeito colateral do rock alternativo em geral, em sua opção declarada pelo rádio.

O álbum “Live On Two Legs” reprisa cerca de três faixas de cada álbum da discografia do Pearl Jam.

É quase um balanço da carreira da banda.

Para os fãs, há o atrativo da inclusão de covers de Neil Young (“Rockin’ In The Free World” absorve o fim de “Daughter” e “F*uckin’ Up” encerra o álbum/show), de uma faixa inédita (“Untitled”) e do baterista Matt Cameron no lugar de Jack Irons durante a turnê americana que produziu o CD.



O balanço que não está no disco, mas reflete seu lançamento, é mais embaixo.

Tem complemento no vídeo de “Do The Evolution”, que é muito bonito (do quadrinhista Todd McFarlane), mas foi feito para a MTV depois de a banda jurar ser contra ter vídeos na MTV e no home vídeo da turnê, completo com o clima de backstage, que parece uma bugiganga extra para acompanhar o CD ao vivo.

Em suma, para quem usava “integridade” como desculpa para não dar entrevistas para a revista Rolling Stone (imprensa mainstream), Pearl Jam não teve problemas de consciência em lançar uma série de caça-níqueis durante 1998.

E bem que precisava, porque os discos anteriores da banda, que tinha mais atitude quando vendia bem, saíram rapidinho das paradas.

Ah, sim, a Rolling Stone e a MTV foram os veículos que mais elogiaram o novo empreendimento, enquanto as publicações que costumavam gostar da banda, desta vez, mal se equilibraram sobre o muro.

Vitória de quem, cara-pálida?

É a velocidade do mundo moderno.

Os hippies ficaram quase 20 anos deitados na grama tocando violão e só então se teve uma idéia do que legaram para o futuro.

O balanço do punk já foi possível dez anos depois.

Já o grunge nem esperou dez anos para esfriar na cova.

Antes de se completaram dez anos do lançamento do álbum-chave do grunge, o já citado “Nevermind”, do Nirvana, os críticos já estavam exumando seu cadáver.



Ele não foi o primeiro disco do Nirvana, mas foi o mais vendido, imitado, copiado e inspirador da onda noise de Seattle, a cidade americana que convive intimamente com a tragédia há 40 anos.

Seus dois grandes ídolos, Jimi Hendrix e Kurt Cobain, se mataram, um de overdose, outro com um tiro.

O sucesso de “Nevermind” não foi deglutido facilmente.

Kurt Cobain brigou com o produtor Andy Wallace porque achava que ele queria dar um tom pop ao grunge.

“Nevermind” é de fato um disco “domesticado”, se comparado ao primeiro, “Bleach”.

O solo de “Come As You Are” usa dois efeitos, chorus e flanger, que eram usados pelos compositores new age e tornam os sons “molhados”.

Kurt Cobain e Chris Novoselic cresceram ouvindo Scratch Acid e Butthole Surfers.

Beberam na fonte do punk e do metal, mas Novoselic, a princípio, definiu o grunge como “apenas um som mais cru e orgânico” que os demais.

Não era só isso, era a trilha sonora de uma geração mais triste, mais agoniada e cínica que sua antecessora, e também menos politizada.

Na verdade, nem um pouco politizada.

É bom dizer que não foi Cobain que inventou tudo, embora tenha desencadeado o terremoto.


A banda Mudhoney é que está na base da pedra filosofal grunge com seu single “Touch Me, I”m Sick”.

A morte de Cobain também não foi a única e a mais original do “movimento”: as drogas ainda levaram Andrew Wood (vocalista dos Mother Love Bone, que resultou no Pearl Jam) e Kristen Pfaff (baixista do Hole, banda de Courtney Love, mulher de Cobain).

Aliás, foi Courtney Love quem se encarregou de dar um tom ainda mais sacrílego ao grunge: consta que ela guarda dentro de um ursinho de pelúcia as cinzas do falecido marido.

Courtney tornou-se a Nancy (aquela de Syd & Nancy) de Cobain, só que não era uma mera groupie em busca de sexo fácil e acabou se tornando uma espécie de onipresença no mundo grunge, tão ou mais evidente que o parceiro.

Mas se por acaso você for um neófito em grunge, e quer saber o que significa, vai aí um pequeno kit de primeiros-socorros para você se iniciar no mundo do “som de Seattle”.

O filme: “Singles”, de Cameron Crowe.

Os discos básicos: “Nevermind” (Nirvana), “Ten” (Pearl Jam), “Badmotorfinger” (Soundgarden), “Core” (Stone Temple Pilots), “Siamese Dream” (Smashing Pumpkins) e “Live Through This” (Hole).

Pouco sobrou do espírito grunge hoje em dia, a não ser as bermudas xadrezes e aqueles cavanhaques cafas que os garotos andam usando, mas entre as bandas que se destacaram na cena, estas também merecem ser conhecidas:



Green River – Uma das primeiras bandas de Seattle a lançar um disco pela gravadora independente Sub Pop. “Come On Down” (85) foi o primeiro EP do Green River e o único que usou o guitarrista Steve Turner (ele e o cantor Mark Arm depois formariam o Mudhoney). Os mestres do som grunge deixaram outros dois EPs: “Dry A Bone” (86) e “Rehab Doll” (88).



Soundgarden – Outro pioneiro da Sub Pop. A diferença entre Soundgarden e Green River, em termos musicais, é que o Soundgarden era mais Black Sabbath de Ozzy Osbourne e Tony Iommi, enquanto Green River era mais David Bowie e Marc Bolan. Tinham senso de humor. Ao vivo faziam covers alucinadas como “Communication Breakdown”, do Led Zeppelin. Fizeram dois EPs e um álbum pela Sub Pop (“Ultramega OK”, de 88) antes de assinar com um major e estourar com “Badmotorfinger” (91). Seu disco mais badalado, “Superunknown” (94), tem letras que destilam angústias e um som thrash com toques bluesísticos. Depois do lançamento do álbum “Down On The Upside” (96), a banda se desfez no ano seguinte, logo após uma apresentação medíocre no festival Lollapalooza.



Alice in Chains – A banda de Layne Staley faz uma mistureba de riffs de guitarras a la Van Halen com texturas melódicas acústicas, de sincopado meio bluesístico, mas na base é puro grunge. Lançaram os seguintes discos: “Facelift” (90), “Dirt” (92), “Jar Of Flies” (94), “Alice In Chains” (95), “MTV-Unplugged” (96) e “Live” (2000).



Melvins – Formado em Aberdeen, Washington, virou uma das bandas mais pesadas de Seattle e também era uma das favoritas de Kurt Cobain. Mudaram para San Francisco com um novo baixista, Lori, depois que o anterior Matt Lukin decidiu que iria ficar em Washington com a banda que ele, Mark Arm e Steve Turner tinham formado, o Mudhoney. Tem vários discos de puro grunge: “Gluey Porch Treatments” (87), “Ozma” (89), “Bullhead” (91), “Melvins” (91), “Lisol” (92), “Houdini” (93), “Your Choice Live Series” (94), “Prick” (94), “Stoner Witch” (94), “Stag” (96), “Honky” (97), “The Maggot” (99), “The Crybaby” (2000) e Electroretard” (2001).



Mother Love Bone – Formado pelo guitarrista Stone Gossard e pelo baixista Jeff Ament (ambos do Green River) e o vocalista Andrew Wood. O Mother Love Bone foi à banda mais Zeppelin de Seattle. Com um som grunge, mas ao mesmo tempo suave, o Mother Love Bone só existiu por dois anos e lançou apenas um EP e um disco, “Apple”, que nunca foi ouvido por Wood. Ele morreu antes do disco ser lançado, em 1990, por causa de uma overdose de heroína.



Temple of the Dog – Misturavam blues e grunge. Formação: o baterista Matt Cameron, o vocalista Chris Cornell (o mesmo do Soundgarden), mais o guitarrista Stone Gossard e o baixista Jeff Ament – que depois formariam o Pearl Jam com o guitarrista Mike McReady. Lançou apenas um disco com o nome da banda, em 1990.



My Sister’s Machine – Contava com Nick Pollock, antigo guitarrista do Alice In Chains e era a banda mais metal de Seattle. Lançou os álbuns “Diva” (92), “My Sister’s Machine” (93) e “Wallflower” (93), antes que Pollock abandonasse o grupo, em 1994, para fundar o Tanks of Zen.



Tad – Uma das melhores bandas da Sub Pop. Formada em 1989 pelo vocalista Tad Doyle, uma baleia inchada que mais parece praticante de sumô e que deu o nome à banda, tem músicas sobre coisas piradas como “O machado elétrico do Demônio”. Iconoclastas ao extremo, o pôster de divulgação do álbum “Inhaler” mostrava o presidente Bill Clinton fumando um baseado e dizendo: “This is heavy shit!”. Lançaram os seguintes discos: “God’s Ball” (89), “8-Way Santa” (91), “Inhaler” (93), “Live Alien Broadcasts” (95) e Infrared Riding Hood” (95).



Supersuckers – Influenciados por Motorhead e Ramones, os Supersuckers, originalmente de Tucson, Arizona, são mais revoltados que as outras bandas de Seattle. Com uma atitude tipo “foda-se o mundo que eu não me chamo Raimundo”, podem ser chamados de Sex Pistols local. Lançaram os seguintes discos: “The Smoke Of Hell” (92), “400 Bucks/Caliente” (94), “La Mano Cornuda” (94), “The Sacrilicious Sounds Of The Supersuckers” (95), “Must’ve Been High” (97), “Evil Powers Of Rock’N’Roll” (99) e “Splitsville, vol 1” (2001).



Thee Hypnotic – O objetivo deles era recuperar o rock do início dos anos 70, que estava ficando “cada vez mais barulhento”, mas acabaram corrompidos pela linha glam. A urgência “search and destroy” dos Stooges, o ataque primal do MC-5 e o espírito dissoluto da primeira geração acid pulsam forte em seu disco “Come Down Heavy”. Recomendado para fãs históricos (e histéricos) do Velvet Underground, eles lançaram os seguintes discos: “Live’r Than God” (89), “Come Down Heavy” (90), “Soul, Glitter & Sin” (91) e “The Very Cristal Speed Machine” (94).



Love Battery – Uma das novas descobertas da Sub Pop, o Love tem um som punk, mas ao mesmo tempo psicodélico. Ele foi formado depois que o vocalista Ron Nine conheceu o baixista Bruce Fairweather (ex-Mother Love Bone). O título da banda foi inspirado em uma das músicas dos Buzzcocks. A mistura de noise e psicodelia rendeu os álbuns “Between The Eyes” (92), “Dayglo” (92), “Far Gone” (93), “Straight Freak Ticket” (95) e “Confusion Au Go Go” (97).



Seaweed – Formado em Tacoma, no Arizona, a banda faz punk a la Mudhoney e já lançou vários discos autenticamente grunges: “Despised” (91), “Seaweed” (91), “Weak” (92), “Four” (93), “Spanaway” (95) e “Actions & Indications” (99).


Muita gente afirma que o guitarrista Don Fleming inventou o grunge tocando com o pessoal do Sonic Youth, em Nova York, muito antes da caipirada de Seattle se manifestar com barulho.

Guitarrista de pedal cheio que alopra em sua Telecaster e gosta de estourar amplificadores, produtor que sabe fazer zoeira como ninguém, mas que também adora as belas melodias dos Beatles, ex-líder dos Velvet Monkeys, uma das lendas da história recente do underground americano, ex-colaborador do Dinosaur Jr. e ex-integrante dos Dim Star, supergrupo que reuniu, em 92, Richard Hell (ex-Television), Thurston Moore e Steve Shelley (do Sonic Youth), Don Fleming tem um currículo cascudo.

Ele começou fazendo punk rock num grupeto chamado Stroke Band, nos grotões da Geórgia, em 1976.



Tocou em um punhado de bandas Estados Unidos afora até chegar em Washington (capital), conhecer o baterista Jay Spiegel e fundar os Velvet Monkeys.

De mudança para Nova York, virou queridinho no mesmo underground onde circulavam o pessoal do Sonic Youth e outros seres barulhentos não-descerebrados.

No final da vida dos Monkeys, os amiguinhos Thurston Moore e J. Mascis (do Dinosaur Jr.) até pediam para tocar com o grupo.

E conseguiram – o último disco, “Rake”, conta com esta dupla do barulho.



Mais tarde, Fleming também ajudou o Dinosaur Jr. a criar “The Wagon”, um dos pontos mais altos da carreira do bicho.

Ele e Jay fizeram outra banda, B.A.L.L., que acabou metamorfoseando-se no Gumball.

O primeiro álbum do Gumball, “Special Kiss”, não repercutiu grandes coisas.

Desiludido com a péssima acolhida do álbum, Fleming suspendeu o projeto e saiu em busca de novas emoções concebendo o Dim Star.



O supergrupo fez apenas um estupendo álbum – que incluía coisas arrepiantes como “She Wants To Die” e um cover de “Rip Off”, do T. Rex (a banda de Marc Bolan) – suficiente para inscrever seu nome no panteão do rock.

A partir daí, começaram a pintar trabalhos de produção para o guitarrista e cantor.

Ele já tinha feito coisas com grupos pauleiras de Nova York (Action Swingers, STP e Midway Stil), mas ficou conhecido ao fazer “Bandwagonesque”, com os escoceses do Teenage Fanclub, um dos melhores discos a sair da Inglaterra na década passada.

Depois vieram “Pretty On The Inside”, do Hole (banda de Courtney Love, viúva de Kurt Cobain), produzido em parceria com Kim Gordon, mulher de Thurston, e “Sweet Oblivion”, o álbum responsável pelo estouro do Screaming Trees.

Todos eles com um som mortífero nas guitarras.



Afamado como produtor, Don Fleming finalmente retornou ao seu grande projeto de vida, o Gumball, e gravou quatros discos excelentes.

O primeiro, “Wisconsin Hayride” (92), inclui cinco covers que pegam pesado de Damned a Mahavisnhu Orchestra.

Os seguintes, “Super Fasty” (93), “Tokyo Encore” (94) e “Revolution On Ice” (94) eram a prova dos nove de que o rock rabugento e o pop podem se cruzar numa boa.

Ainda em 1993, ele participou da Backbeat Band, ao lado dos vocalistas Dave Pirner (Soul Asylum), Greg Dulli (The Afghan Whigs), o guitarrista Thurston Moore (Sonic Youth), o baixista Mike Mills (R.E.M.) e o baterista Dave Grohl (Foo Fighters).

O papel da banda era fazer novas versões para os antigos hits dos anos 50, que entraram na trilha sonora do filme “Backbeat”.

Nem é preciso dizer que Dan Fleming arrebentou...

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