Bravas fêmeas expulsas do paraíso por um deus misógino
fundaram a Carençolândia, no tempo em que tudo era apenas o fogo e o verbo. Mas
foram os machos, porém, que se firmaram, nos dias que correm, como os mais
legítimos cidadãos carençolandeses.
Cuidado, frágeis!, eles estão perdidos, sejam metrossexuais,
übersexuais ou brechossexuais (aqueles que só usam roupas com encosto de
brechó). Fracos, não aguentam o tranco das mulheres mais destemidas. Arrotam
macheza nos botecos, mas logo que põem as patas em casa, uivam para a lua
minguante e sonham com uma chuva de coleiras.
O macho carançolandês não passa meia hora separado, não vive
sequer o luto amoroso da resoluta que aplicou-lhe um conga no meio da bunda - a
padoca mole e farta que dantes já prescrevia o chute.
Ele vai lá e agarra a
primeira que passa, nem que seja um manequim de gesso, como ocorreu ao meu
amigo Sizenando, aquele mesmo que trabalhava como galhudo-mor nas crônicas de
Rubem Braga. Enquanto o manequim era levado de um lado a outro da rua, para uma
troca de vitrines, ele abofelou-se com a loira gessificada e a entope de gala
até hoje.
Bem-vindos ao reino da Carençolândia, esse golfo inevitável
da existência. Sim, na Carençolândia ninguém vem a passeio e o turismo é
proibido. A Carençolândia é uma espécie de Mali, de Níger, de Burkina Fasso, de
Guiné Bissau, de Chade... d´alma.
A Carençolândia é o vale do Jequitinhonha metafísico que
chia como catarro em nossos pulmões e tórax – diga 33!!!
Carençolândia não tem sequer feriado. Um programa populista
e eleitoreiro de saúde pública agora trouxe Prozac, Lexotan, Frontal e zilhões
de remédios tarjas pretas para este reino. Os compromidos foram postos em toda
a rede de água de Carençolândia... Adicionados ao sal, ao açúcar... Mesmo assim
não houve um sorriso sequer, nem mesmo do gato lisérgico de Alice.
Aquele sertanejo que ficou milionário da noite pro dia cantando a própria sofrência pavloviana, digo pabloloviana está certo: a Carençolândia é o beco sem saída do macho moderno (XS)
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