Diante dos últimos estudos científicos, arrazoados
econômicos e observações particularíssimas, creio só nos restar uma saída: a
retomada da nossa vocação medieval e agropastoril. A saída está no campo, nas
montanhas ou no brejo propriamente dito. É tudo que sobrou para a rastejante criatura do sexo
masculino no século XXI. É, amigo, faça como este cronista, comece a
comprar também o seu pequeno rebanho de
bodes e cabras. Os sinais da nossa falência como seres modernos partem de todas
as fontes e disciplinas.
O economista e jornalista Reihan Salamd, em texto para a
revista Forbes já solta o rojão apocalíptico: “Podemos dizer agora, sem medo de
errar, que o legado mais duradouro da atual crise financeira não será o fim de
Wall Street. Não será o fim das finanças, e não será também o fim do
capitalismo. Essas ideias e instituições sobreviverão. O que não sobreviverá é
o macho”.
Segundo o mesmo rapaz norte-americano, de apenas 29 anos e
uma fortuna no banco, a crise internacional encerrou definitivamente o domínio
sobre a fêmea. A tese do moço: até o fim do ano, 28 milhões de homens perderão
o emprego e em consequência do baque psíquico estarão mais frágeis e infelizes
do que nunca. Não é à toa, diz ele, que na blogosfera de finanças e economia, a
situação é chamada de “he-cession”, um
trocadilho em inglês para definir o peso do mundo sobre os ombros masculinos.
Para justificar o seu mote catastrófico, Salamd cita estudos
que mostram como a cabeçorra do marmanjo é mais afetada por uma demissão do que
a mente feminina. E, além disso, mulher, tem outra coisa, de acordo com o mesmo
teórico: boa parte da ajuda dos governos para as instituições está indo para
setores dominados pelas meninas – saúde, educação e serviços sociais.
É, amigo, a falência do mundo é masculina e muitas mulheres
têm sido eleitas ou nomeadas, tanto na política como na economia, em repúdio às
barbeiragens dos canalhas. Repare no caso da Islândia, país varrido pela
quebradeira global, que escolheu para o seu projeto de reconstrução a
primeira-ministra Johanna Sigurdardottir, pioneira no mundo como grande líder
declaradamente lésbica.
O homem lesou e a mulher vai mesmo tomar conta do mundo. No
atacado e no varejo. Observe como em qualquer serviço as moças resolvem com
mais rapidez e competência. Nas escolas, então, milhares de pesquisas, aqui e
na Europa, revelam como as meninas dão couro nos homens abestalhados, incapazes
de interpretar um texto.
É, amigo, nos restam as atividades agropecuárias e as
trincheiras das guerras, velhas práticas dos selvagens. Os machões dançaram,
caríssimo Norman Mailer!
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