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terça-feira, outubro 30, 2018

Magal não perdoa, mata...


Áureo Petita e Rita Bacury

              Março de 1985. Um dos irmãos do Áureo Petita, o produtor cultural Amaury Gomes (aka “Magal”), andava com os nervos à flor da pele, irritadiço, nervoso, chutando a própria sombra, tocando terror em casa e na vizinhança. 

             Depois de muita conversa, Magal concordou em ir a um médico onde foi submetido ao exame de polis sonografia noturna.

O exame acusou baixos percentuais de sono nos estágios 3 e 4 e pouco sono REM. O médico receitou uma pílula de Rohypnol Flunitrazepam 1 mg a cada 12 horas. Desconfiadíssimo, Magal se recusou terminantemente a tomar o remédio.

A família voltou a conversar com o médico. Ele sugeriu esmigalharem as pílulas e diluírem o pó no prato de comida do paciente, que o resultado seria o mesmo. Por ser o irmão mais velho, Áureo Petita foi encarregado de executar a operação.

Ele esmigalhou duas drágeas de Rohypnol Flunitrazepam 1 mg, diluiu o pó em caldo de feijão, colocou a mistureba num prato fundo e completou a refeição com arroz, farofa e bife acebolado. 

Para Magal não desconfiar de nada, Áureo preparou um segundo prato exatamente igual ao primeiro e chamou o irmão para almoçar. 

Magal se sentou à mesa. Áureo empurrou o prato com a mistura para o irmão e começou a comer de seu prato.

– Porra, Áureo, eu estou morrendo de sede. Me arruma um copo d’água! – avisou Magal.

Áureo se levantou da mesa e foi até a cozinha pegar um copo de água na geladeira. Magal aproveitou a ausência momentânea do irmão e trocou os dois pratos de lugar. Os dois começaram a comer.

Encerrada a refeição, Magal saiu da mesa para continuar tocando terror. Áureo Petita passou dois dias dormindo.

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