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terça-feira, outubro 30, 2018

O que é que a baiana tem?



Odivaldo Guerra e Douglas Brasil

Nos anos 70, o empresário e milionário Felipe Abrahim era dono de um palacete no cruzamento da Avenida Getúlio Vargas com a Rua 24 de Maio, onde promovia nababescos bailes de carnaval. A elite baré disputava a tapas os limitados convites para a fuzarca, naquela que era considerada a mais exclusivista, badalada e moderninha (para os padrões da época) festa de Manaus.

A razão de tamanha disputa? As festas de Felipinho reuniam o maior naipe de mulheres bonitas da cidade, os jornalistas mais informados da cidade, os milionários mais milionários da cidade e os caricatos mais caricatos da cidade.

Sem contar que na boca-livre tinha de tudo, de lança-perfume argentino (os mais chiques e caros) a uísque escocês 24 anos (uma raridade), de pó de pirlimpimpim (pra voar que nem o Peter Pan) a cão dinamarquês, chicotes e algemas (para quem era chegado a um sadô ou masô básico).

Numa dessas festas, o eterno playboy Odivaldo Guerra, morto de louco, resolveu ir pra casa mais cedo. Ele mal conseguiu colocar a chave na ignição do Maverick cupê: desmaiou no banco do motorista.

Comandados por Felipe Abrahim, os foliões aproveitaram aquele momento de fraqueza do folião para se esbaldar. Despiram o playboy, vestiram ele com uma extravagante roupa de baiana, fizeram uma maquiagem escandalosa (sombra, blush, batom vermelho-hemorragia), levantaram os vidros do veículo, trancaram o carro por fora e jogaram a chave no quintal da Beneficente Portuguesa.

A “Carmem Miranda” acordou por volta do meio-dia encharcada de suor, e cercada por uma multidão incalculável de transeuntes curiosos.

Quando percebeu o que havia acontecido, o eterno playboy da Cachoeirinha queria briga. Choses.

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