Atendendo às recomendações do diplomata Leandro Tocantins, o
Ministério de Relações Exteriores solicita que Moacir Andrade fique à
disposição do ministério, sem prejuízo de salário ou da contagem de tempo para
a aposentadoria de suas outras funções em cargos públicos, e, pelos dez anos
seguintes, o artista amazonense se transforma em uma espécie de “embaixador
cultural itinerante” do país.
Em 1968, ele viaja aos Estados Unidos e expõe seus trabalhos
nas Universidades de Knoxville, Nashville, Union City, Jackson, Memphis e na
sala dos representantes de Tennessee, no Congresso Nacional de Washington (DC).
No mesmo ano, ele realiza uma exposição em Paris, mostrando 35 telas inspiradas
nas lendas amazônicas.
O escritor colombiano Gabriel Garcia Marques, prêmio Nobel
de literatura, ao visitar a mostra de Moacir Andrade na capital dos Estados
Unidos, em 1968, escreveu em seu livro de presenças:
– A obra de Moacir Andrade é um gesto largo e eterno de
formas e cores, uma poderosa energia injetada nas veias da história da arte
universal, presença permanente da Amazônia brasileira. Moacir Andrade é um
exemplo vivo de dignidade humana, respeitado por todas as camadas sociais
brasileiras, que lhe rendem homenagem pelo seu trabalho e pelo seu
comportamento de homem probo, distinguido pelas mais importantes universidades
internacionais que lhe outorgam prêmios pelo seu mérito cultural, pelo seu
caráter íntegro, que lhe valeu ser venerado como um semideus do universo
cultural.
Em 1969, retorna a Washington (DC) para realizar uma mostra
individual na galeria do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bird). Da
capital norte-americana segue para a Europa, onde apresenta seus trabalhos nas
embaixadas brasileiras de Lisboa, em Portugal, e de Londres, na Inglaterra. No
ano seguinte, apresenta seus trabalhos na embaixada brasileira de Madrid, na
Espanha.
Em 1971, expõe seus trabalhos nas embaixadas brasileiras de
Quito, no Equador, e de Bruxelas, na Bélgica. Em 1973, faz sua segunda mostra
individual na embaixada brasileira de Lisboa, em Portugal. Em 1974, expõe seus
trabalhos na sede da Fundação Japonesa de Cultura, em Tóquio, no Japão. A
mostra é exibida nas cidades de Osaka, Nara e Hiroshima. No mesmo ano, ele
expõe seus quadros na Galeria Orozco, na Cidade do México, no México.
Em 1975, Moacir Andrade está de volta aos Estados Unidos
para fazer uma nova exposição itinerante de seus quadros e uma série de
palestras sobre a Amazônia, nos estados de Tennessee e Arkansas. Entre os locais dos eventos, o TTU
Campus of Cookville, The Botanic Hall of Nashville, Cheekwood Fine Arts Center,
Luzo-Brasilian Club, Harpeth High School, Art House Vanderbilt University,
Learning Disabilities Center, Latin American Center, Fine Arts Center, Carriage
Trade Inn., Jewish Community Center, Holiday Inn. e as universidades de
Cookville, Knoxville, Blytheville, Nashville, Chattanooga e Osceola. A
pedido da embaixada brasileira, a exposição é mostrada no Instituto Cultural
Brasileiro, em Washington.
Em 1978, ele publica seu primeiro livro, o hoje clássico
“Alguns Aspectos da Antropologia Cultural do Amazonas”, onde resgata as
principais manifestações da cultura popular do estado, incluindo a brincadeira
do boi-bumbá, as quadrilhas caipiras, os cordões de pássaros e o bailado das
tribos indígenas.
Durante os dez anos seguintes, Moacir Andrade se transforma
realmente em um autêntico regatão da cultura amazônica, realizando exposições e
conferências pelos quatro cantos do mundo: Lisboa, Madrid, Barcelona,
Copenhague, Estocolmo, Amsterdam, Rotterdam, Berna, Bruxelas, Paris, Roma,
Milão, Mônaco, Viena, Lunz am See, Graz, Salzsburgo, Oslo, Berlim, Atenas,
Moscou, Budapeste, Kiev, Bucareste, Anatólia, Dublin, Glasgow e Londres são as
primeiras cidades europeias contempladas.
Na Austrália, ele expõe em Adelaide, Sydney, Brisbane e
Melbourne. Na Ásia, em Pequim, Tóquio, Osaka, Nagasaki e Hiroshima. Nas Américas,
em Nova York, Washington, Los Angeles, Nashville, Montreal, Ontário, Quebec,
Cidade do México, Guadalajara, La Paz, Caracas, Porto Príncipe, Lima, Paramaribo
e Bogotá. No Oriente Médio, em Tel Aviv, Jerusalém, Beirute, Damasco, Teerã e
Bagdá. Na África, em Luanda, Argel e Maputo. Todas as exposições são
acompanhadas de conferências sobre a Amazônia brasileira.
Nesse meio tempo, Moacir Andrade começa a publicar seus
novos livros: “Amazônia, a esfinge do terceiro milênio” (1981), “Manaus,
monumentos, hábitos e costumes” (1982) e “Tipos e utilidades dos veículos de
transportes fluviais do Amazonas” (1983).
Em outubro de 1985, o jornal A Crítica reproduz a tradução
literal de um texto de Joe Levi Milles, considerado um dos maiores críticos de
arte norte-americanos, publicado originalmente no The Village Voice:
A sua figura singular,
alto, cabeça coberta por uma vasta cabelereira, testa larga, com rosto marcado
por um fino bigode à moda mongol, com um permanente sorriso esboçado nos
lábios, impressionou-me desde o exato momento em que lhe fui apresentado pelo
então embaixador do Brasil em Washington, Araújo de Castro.
Toda aquela
maravilhosa obra sobre a sua Amazônia que ali estava exposta, tinha que ter
nascido daquela cabeça iluminada. Rubens Ricúpero, adido cultural da
representação diplomática brasileira na capital dos Estados Unidos, não parava
um só instante, apresentando-lhe às personalidades presentes, entre as quais os
embaixadores da França, da Inglaterra, da Bélgica, da Itália, da Grécia, de
Portugal, da Espanha, da Holanda e de outros países, além de escritores de
nomeada, pintores famosos, cientistas, professores e colecionadores de obras de
arte, convidados para o vernissage naquele belo começo de noite, no vetusto
salão de exposições do Instituto Brasil-Estados Unidos.
A tranquilidade, o
aprumo e o charme com que Moacir Andrade recebia os cumprimentos de seus
convidados era de um nobre da alta estirpe europeia. Bem vestido, sem perder de
vista as pessoas que se aproximavam dele para os devidos cumprimentos, olhando
nos olhos como fazem as pessoas de boa origem, conversava em francês, espanhol
e português, línguas que domina muito bem.
O reitor da
Universidade de Washington, também professor de línguas latinas, encantado com
a cultura e o cavalheirismo de Moacir Andrade, convidou-o para uma visita de
cortesia ao seu gabinete de trabalho onde ofereceu-lhe um coquetel, ocasião em
que foi apresentado às pessoas presentes especialmente convidadas para aquela
homenagem.
Mais uma vez tive
oportunidade de observar a mágica com que Moacir Andrade recebe e conquista de
imediato as personalidades que o cercam. Durante a recepção, todos os quadros
que estavam em exposição naquele recinto foram vendidos quase que á moda leilão
em razõ do grande interesse dos presentes em adquiri-los. Logo no dia seguinte,
domingo, os jornais da cidade noticiavam o fato.
Poucas vezes tive
oportunidade de ver brasileiros ilustres nas páginas do New York Times, desta
vez foi Moacir Andrade, do extremo norte daquele país continental, homem de um
saber extraordinário e polimorfo, manifestado não só nas suas pinturas
maravilhosas, mas em livros, esculturas, entalhes em madeira, poesia, contos,
enfim, em várias manifestações do seu espírito privilegiado que domina com
maestria, principalmente em humanismo, cuja ternura faz concentrar sobre si a
atenção de todos os presentes, nas conferências que profere nos ambientes
universitários de todo o mundo para onde é convidado especial.
Possuo vários livros
de autoria de Moacir Andrade, todos eles de extrema importância documental para
pesquisas. O último me foi remetido do Brasil há algumas semanas, intitulado
“Nheengaré ou Poranduba dos Dabacuris – estórias dos beiradões amazônicos”.
Livro excelente, cheio de sabor antropológico, de espírito folclórico local,
das lendas, dos costumes do dia a dia daquela gente magnífica.
Moacir Andrade, com
sua argúcia, a par de sua intensa atividade de artista plástico, é também um
apaixonado pesquisador da vida amazônica, seus costumes, suas crenças, seu
folclore, suas lendas, seus mitos, etc. Servido de uma aguda sensibilidade de
ensaísta, traz nesta obra, ao conhecimento do leitor, em narrativas
envolventes, o universo encantado da cobra-grande, do boto, do curupira, do
mapinguari, do matintaperera e de outras entidades que povoam e enriquecem o
lendário da misteriosa região.
Tive grande prazer de
assistir uma de suas conferências na velha universidade de Washington e
observei atentamente o desenrolar do tema abordado: a Amazônia. Fiquei deveras
abismado em ver a facilidade, a sutileza e a rapidez com que Moacir Andrade
ilustra suas palestras desenhando no quadro negro. Suas perspectivas, seus
desenhos criativos, geométricos são de uma beleza ímpar e parecem feitos com
instrumentos, tal a perfeição dos traços, a segurança das formas e o instante
necessário de sua presença como informação imediata. Mesmo sem falar inglês,
Moacir Andrade foi insistentemente convidado para lecionar desenho e pintura
naquela tradicional universidade americana, declinando, entretanto, do honroso
convite para voltar à sua terra – o Amazonas –, que diz adorar profundamente.
Situado entre os
maiores pintores contemporâneos do mundo, Moacir Andrade prefere viver uma vida
bucólica, simples, quase de um camponês, no Brasil, precisamente no extremo
Norte, no Amazonas, onde vive rodeado de caboclos, ensinando pintura, desenho,
escultura e entalhe em madeira aos meninos pobres de sua cidade, pintando os
arrabaldes, os barcos ancorados na praia do rio Negro e bebericando nos bates
da cidade.
Apesar de ser ainda
relativamente jovem, forte, pois tem apenas 58 anos de idade, já alcançou a
glória universal, tendo quadros em importantes coleções particulares e famosos
museus da Europa e América, mesmo assim continua pobre, humilde, vivendo da
venda de seus quadros, livros e esculturas, que vende para colecionadores e
donos de galeria que o procuram em seu ateliê na Rua Comendador Alexandre
Amorim, 253, no bairro de Aparecida, em Manaus.
Além de fazer pinturas
e escrever livros que ele mesmo edita, Moacir Andrade leciona Educação
Artística na Escola Técnica Federal do Amazonas e viaja para o interior do Estado
aproveitando as grandes férias escolares, oportunidade em que faz campanhas em
favor da defesa do meio ambiente. Intransigente defensor da Natureza
brutalmente agredida, Moacir Andrade já percorreu as grandes capitais do mundo
exibindo cartazes como homem-sanduíche com dizeres em defesa da paz e dos bens
naturais da humanidade.
Muitas coisas e muitos
já falaram sobre a singular personalidade desse monumento vivo universal que é
Moacir Andrade, a quem o Brasil deve muito pelo que tem realizado em prol de
sua cultura e em defesa de sua verdadeira soberania que é a consciência
cultural de seu povo.
Eurico de Andrade
Alves, seu amigo dileto, jornalista português de fina sensibilidade, presidente
da Associação dos Amigos de Ferreira de Castro, homem de grande valor moral e
intelectual, verdadeiro embaixador de sua terra pelo muito que tem divulgado da
cultura de seu país natal – Portugal –, assim falou do artista brasileiro:
“Moacir Andrade é um
nome grande da pintura brasileira e mesmo mundial (laureado com prêmios no
Brasil e estrangeiro, suas telas fazem parte do espólio de importantes museus
do mundo), cuja carreira vem conhecendo sucessos dignos de apreço e registro.
Pintor, antropólogo,
poeta, museólogo, etnólogo, projetista, fundador de museus e sociedades
culturais, Moacir Andrade é sobretudo um sonhador apaixonado da Amazônia, cujo
encanto, lendas, folclore, superstições, do povo (índio) vem fixando nas telas
matizados orgíacos de beleza e cor.
Moacir Andrade é um
espírito extrovertido, irrequieto, que o leva a percorrer mundo e paisagem e
adentar-se na misteriosa Amazônia com a teleobjetiva da receptividade do seu
inato dom artístico, aonde mergulham também (e aí talvez o segredo do seu
êxito) as suas raízes ancestrais, ou uma vez por outra, em fôlego de gigante,
deslocar-se a Londres, Paris, Lisboa, Roma, Madri ou Washington para patentear,
em mostras públicas, o fabuloso Amazonas que traz na alma (e no sangue) e nas
telas.
Em 1969 e 1973 visitou
propositadamente Ferreira de Castro em Entre-os-Rios, visitando a seguir Ossela
(visita sentimental à casa onde nasceu Ferreira de Castro em São João da
Madeira, onde passou dois dias). Quadros seus figuram na Casa-Museu Ferreira de
Castro, em Ossela, em São João da Madeira, estando o artista a ultimar uns
quadros de temática paisagística amazônica, que tenciona oferecer à Casa-Museu
Ferreira de Castro em Sintra”.
Para se ter uma ideia
do valor de suas telas hoje no mercado de arte internacional, basta dizer que,
em 1982, num dos poucos leilões que a Galeria Metropolitana de Nova York
realizou, reunindo quase uma centena de artistas famosos de todo o mundo e de
todos os tempos, figurava o nome de Moacir andrade com quadros que somavam
alguns milhões de dólares. Os referidos quadros pertenciam ao acervo de um só
proprietário que teve a sorte de vendê-los num dos primeiros lotes. Essa
notícia teve lugar de destaque nos principais jornais de Nova York, Paris e
Londres, colocando Moacir Andrade em maior evidência internacional. Seus amigos
Jorge Amado, Vinicius de Moraes, Ferreira de Castro, Margot Fontayn e Antônio
Olinto foram testemunhas das primeiras vitórias internacionais desse artista
brasileiro cuja obra monumental é hoje um lastro de valor incomensurável do
patrimônio universal.
Poucos artistas
tiveram a honra de receber em seu ateliê personalidades ilustres como Moacir
Andrade, que já recebeu em seu ambiente de trabalho o príncipe Charles da
Inglaterra, o príncipe Ankiito do Japão, Jorge Amado, Gilberto Freire, Margot
Fontayn, Guimarães Rosa, Josué Montello, Jean Paul Sartre e Eurico Alves, entre
outros.
Glória para o Brasil
por ter como filho um artista do quilate de Moacir Andrade, patrimônio
universal da cultura amazônica, justo orgulho de todos os brasileiros como
disse o grande sociólogo Gilberto Freire: “(...) a permanência de Moacir
Andrade na Amazônia é um símbolo augusto para a formação cultural e
universitária da mocidade, cuja liderança espiritual, intelectual e moral se
fez através da construção de uma obra profundamente humana que dura toda uma
vida”.
Já tive a grata
notícia de que Moacir Andrade virá expor seus quadros aqui em Nova York. Será
uma festa para nós, americanos, e uma oportunidade rara para aqueles que
desejam possuir obras de real valor e conhecer um artista que, sem sair da
Amazônia longínqua, conseguiu atrair sobre o seu trabalho a atenção, o respeito
e a admiração do mundo.
Nos anos seguintes, Moacir Andrade investe simultaneamente
nas carreiras de artista plástico bem sucedido e de grande memorialista da
cultura amazônica. Seu primeiro livro dessa nova fase é “Manaus, Ruas, Fachadas
e Varandas”, lançado em 1986, que se esgota rapidamente.
Em 1988, ele publica “Pratos, lendas, estórias e
superstições de alguns peixes do Amazonas”, que também se esgota rapidamente.
Em 1989, em Paris, Moacir recebe o prêmio de “O maior pintor
de paisagens tropicais do mundo”. Ele aproveita a badalação criada em torno do
prêmio para realizar novas exposições em Bruxelas, Varsóvia, Mônaco e Lisboa.
No começo de 1992, ele concluiu um gigantesco mural de 21 X
6 metros, 20 mil peças e seis toneladas, representando segundo ele, “o edifício
cultural da Amazônia através das suas lendas e mitologia, e da diversidade
enorme da fauna e da flora”. Qual um quebra-cabeças, os elementos que compunham
o mural foram entalhados e construídos em blocos que seriam reagrupados na hora
da montagem no local escolhido do prédio-sede da Organização das Nações Unidas
(ONU), em Nova York, como parte das comemorações mundiais dos 500 anos do Descobrimento
da América.
Moacir vinha se dedicando ao projeto – uma sugestão do
escritor Arnaldo Niskier, então diretor da Rede Manchete – nos últimos três
anos, utilizando mais de 100 espécies diferentes de madeira da Amazônia, entre
as quais o cedro, a macacaúba, o pau-ferro, a abiurana, o louro-rosa e o
louro-bosta. Ele havia recolhido a madeira do refugo das serrarias existentes
em Manaus e em Itacoatiara. A doação do mural havia sido acertada entre o
Governo do Estado do Amazonas e a Embaixada da ONU, em Brasília (DF).
O mural destacava várias lendas amazônicas, como a das
Icamiabas, do Guaraná, da Vitória-régia, da Mãe-do-Rio, dos Tarianos, do
Boto-tucuxi, do Tamacuaré e do Tamba-Tajá, que dominava a parte inferior da
obra, cuja pontuação era feita por multidões de macacos, flores, folhagens,
tartarugas, pássaros, jacarés e sapos.
Quando Moacir Andrade desembarcou em Nova York, entretanto,
teve uma surpresa. A imprensa havia dado grande destaque ao mural como uma
prova contundente de que os brasileiros estavam destruindo a floresta amazônica
(o Brasil ia sediar a ECO-92 no Rio de Janeiro) e os ativistas do Greenpeace,
WWF e similares embarcaram na canoa furada. Moacir Andrade se transformou no
inimigo público n° 1 da militância “verde”.
Devido a série interminável de protestos contra a obra de
arte – e logo na nação mais poluidora do planeta! –, o mural foi recusado pela
ONU e enviado de volta para Manaus. Acabou sendo montado no campus da UniNilton
Lins, onde está até hoje.
Naquele mesmo ano, Moacir lança uma nova edição ampliada e
revisada do livro “Manaus, monumentos, hábitos e costumes”, que também se
esgota rapidamente.
Em 1993, Moacir Andrade é novamente convidado pelo
Ministério de Relações Exteriores para retomar seu papel de embaixador
extraoficial da cultura amazônica. Com a anuência do Ministério da Educação,
onde estava lotado, ele se licencia da Universidade Federal do Amazonas e
começa a fazer uma série de palestras sobre a questão ecológica em
universidades de Porto Alegre, Florianópolis, Natal, Salvador e Recife. Moacir se
dedica de corpo e alma à nova tarefa, coletando informações preciosas sobre o
assunto nas incontáveis viagens que continuava fazendo anualmente pelo interior
do Amazonas.
Em 1994, Moacir viaja para a Ásia, onde expõe e faz
palestras em universidades do Vietnam, Camboja, Coréia do Sul, China e
Tailândia. Ele também faz exposições e conferências em Bangalore, na Índia, e
em Bangladesh.
Em 1995, Moacir lança o livro “Colégio Santa Dorotéia
1910-1995”, onde conta a história do mais tradicional estabelecimento de ensino
exclusivamente feminino do Amazonas. No mesmo ano, publica o livro “Antologia
Biográfica de Personalidades Ilustres do Amazonas”, em que lista o perfil
biográfico de 200 gênios da raça, que vão de Plínio Coelho a Umberto Calderaro,
de Ferreira de Castro a Gilberto Mestrinho, de Abílio Nery a Félix Valois, de
Samuel Benchimol a Phelipe Daou, de Anibal Beça a Moura Tapajós, de Ademar
Brito a Antônio Loureiro. Trata-se de um dos melhores trabalhos do gênero já
publicados em Manaus.
Dois anos depois, ele lança o livro “Moacir Andrade – Uma
Lenda Amazônica”, um belíssimo livro de artes em que reproduz em policromia uma
centena dos 10 mil quadros que havia produzido ao longo de sua existência. A
edição do livro se esgota em menos de um mês. A década seguinte se transforma quase
que em um período sabático, que Moacir Andrade aproveita para aprofundar suas
pesquisas sobre a cultura amazônica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário