Thiago de Mello é o nome literário de Amadeu Thiago de
Mello, filho de Pedro Thiago de Mello e de Maria Mitoso de Mello, nascido a 30
de março de 1926, na zona rural de Barreirinha, cidade fincada à margem direita
do Paraná do Ramos, o braço mais sinuoso e extenso do Rio Amazonas. Em 1931,
Thiago muda-se com a família para Manaus, onde iniciou seus primeiros estudos
no Grupo Escolar José Paranaguá e depois no Ginásio Amazonense Pedro II (atual
Colégio Estadual do Amazonas). Em 1941, mudou-se com a família para o Rio de
Janeiro, onde concluiu o segundo grau no Colégio Batista do Rio de Janeiro,
ingressando posteriormente na Faculdade Nacional de Medicina, em 1946. Sua
vocação literária, seu gosto pela leitura e sua intransigente peleja em defesa
dos direitos humanos surgiram quase que naturalmente ainda na infância. É o
próprio Thiago que conta:
“O que faz o homem é sua infância, não é? Tive uma infância
maravilhosa, de menino pobre. Nasci no coração da floresta, num lugar chamado
Bom Socorro, terra do meu avô Gaudêncio, em Barreirinha. Avô que me escreveu
uma carta, pelos meus nove anos, dizendo que eu estudasse com vontade, porque
ele queria que eu fosse um homem de bem. Estudar, estudo até hoje, cada dia
mais. Ser um homem de bem é que não é fácil, dá um trabalho danado, neste mundo
de maldade e ilusão, como o Caymmi canta.
Morava na beira do rio. Convivendo com as águas, a mata,
aprendendo a lição dos pássaros, das estrelas. Aprendi a nadar antes de andar.
Minha mãe e meu pai eram filhos de camponeses. Meu pai estudou em Manaus e a
sua preocupação maior na vida foi educar os filhos. Com cinco anos fui para a
capital, onde fiz o primário e o secundário. Minha professora, dona Aurélia, me
plantou, de menino, o gosto de ler. Dava aula de leitura todo sábado, na casa dela.
Eu não perdia uma. Ela cativava com a verdade: curso primário bem feito é meio
caminho andado para a vida e ninguém se faz gente de valor sem leitura. Tirei nota
10 na prova de leitura de “Um Apólogo”, aquele da linha e da agulha, do Machado
de Assis, que durou quatro sábados. Depois de ler e reler em voz alta, a gente
tinha de dizer qual das duas era a principal personagem do texto. Fiquei do
lado da agulha.
Minha iniciação nos direitos e deveres humanos se fez com a
educação dos bons costumes e do respeito aos outros, que meus pais e meus
professores me deram. Quando deixei Manaus, para estudar no Rio de Janeiro, já
levava abertas as principais vertentes da minha vida, que me guiam até hoje. Já
sabia que o amor era possível, que o homem é capaz de criar a beleza com a
arte. E, ai de mim, tão cedo já aprendera a existência da injustiça social, da
desigualdade perversa, do abismo infame que separa pobres miseráveis de
opulentos poderosos.
Essa consciência já veio da infância e da adolescência...
Menino, fui um bom empinador de papagaio. Até hoje empino. É uma paixão. Até
escrevi um livro, Arte e Ciência de Empinar Papagaio. Não chego a ser um famão,
mas sei flechar contra o vento. Tem muito a ver com a arte de escrever. E com
os Direitos Humanos também. Pede muito respeito. Quem tem linha com cerol (cola
com vidro moído) não trança o empinador de linha limpa. Deslealdade. Aprendi
com o Modestino, operário de uma serraria de madeira em Manaus, num alto
barranco do rio Negro.
Ao lado da serraria ficava o grande sobrado do dono, com
azulejos portugueses, do tempo da borracha. Modestino morava numa estância,
grupo de casebres na beira do rio. Ele levava para o trabalho sua comidinha,
peixe frito com farinha. O filho do dono da serraria era meu colega no grupo
escolar e mais de uma vez fui à casa dele. Eu perguntava a minha mãe por que o
dono da serraria era tão rico, comia tartarugada, e o Modestino, filho de uma
lavadeira, que dava duro na serra elétrica, tinha de levar o almoço dele numa
lata. Minha mãe, dona Maria, respondia que eu ia saber a razão dessa diferença
depois, quando crescesse, o mundo estava cheio daquilo, que ela sabia bem o que
era. O poder dessas vertentes eu devo muito a minha infância. Aprendi muito
cedo sobre essa coisa chamada ética, que é a essência dos direitos humanos.”
Durante as férias universitárias passadas em Manaus, Thiago
de Mello iniciou uma fecunda convivência com vários jovens locais e tomou
conhecimento dos poemas de Luiz Bacellar, Jorge Tufic e Farias de Carvalho,
cuja arte poética lhe comove até hoje. Talvez tenha sido por causa dessa
identificação com os poetas manauaras que Thiago de Mello rejeitou o conselho
dado por Carlos Drummond de Andrade, logo ao conhecê-lo, em 1948, no Ministério
da Educação, quando expressou sua vontade de abandonar o curso universitário e
se dedicar à carreira literária. “Não faça isso, ninguém vive de poesia no
Brasil”, reagiu o poeta mineiro. Sentindo-se cada vez mais fiel à literatura, Thiago
abandonou o curso de Medicina no quinto ano para dedicar-se ao seu sonho: viver
exclusivamente de seus escritos.
Em 1951, junto com o poeta Geir Campos (foto), Thiago de Mello fundou
a editora Hipocampo, por onde lançou o seu primeiro livro “Silêncio e Palavra”,
e o segundo de Geir, “Arquipélago”. Poeta, dramaturgo, tradutor, editor,
jornalista, ensaísta, contista e autor de literatura infantil e juvenil, Geir
Campos nasceu no dia 24 de fevereiro de 1924, em São José do Calçado (ES), e faleceu
no dia 8 de maio de 1999, em Niterói (RJ). Ele iniciou sua carreira de escritor
nos anos 1940, divulgando na imprensa contos e poemas originais e traduzidos,
ao mesmo tempo em que trabalhava como piloto da Marinha Mercante. Seu primeiro
livro de poemas, “Rosa dos Rumos”, foi publicado em 1950. Como tradutor,
publicou obras de Franz Kafka, Bertolt Brecht, Rainer Maria Rilke, Herman Hesse, Walt Whitman, William Shakespeare e
Sófocles.
Em dois anos, a pequena Hipocampo publicou 20 obras,
incluindo Drummond, Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Jorge de Lima e o
primeiro livro de Paulo Mendes Campos, “A Palavra Escrita”. Eram edições
artesanais, distribuídas aos 100 assinantes do selo, em que as folhas soltas
eram “envelopadas” dentro das capas. Esse aspecto desagradava o escritor Rubem
Braga, que mandava costurar seus exemplares. Dos tempos heroicos à frente da
Hipocampo, Thiago guarda uma história curiosa envolvendo o renitente inventor
de neologismos Guimarães Rosa, que lançou pelo selo “Com o Vaqueiro Mariano”
(1952). Ao regressar da tipografia, em Niterói, Thiago avisou a Rosa que estava
tudo rodado. “Não me diga essa desgraça!”, dramatizou o escritor mineiro, sob a
luz de um lampião de Copacabana. “Eu pago seus custos, os papéis, as tintas,
mas preciso trocar um verbo! O pelo da vaca banhado de lua não reluz, obluz!
Ele obluz, poeta!” A edição do livro teve de ser refeita para encaixar mais um verbo
inventado pelo autor de “Grandes Sertões: Veredas”.
Em 1952, Thiago foi batizado definitivamente como poeta a
partir de uma crítica do influente Álvaro Lins (foto), que assinava um importante
rodapé literário no Correio da Manhã. Seu livro de estreia, “Silêncio e
Palavra”, de 1951, o vinculou à Geração de 45, a mesma de Lêdo Ivo e João
Cabral de Melo Neto, e encantou o crítico: “Poetas principais de nossa
literatura moderna: estou tentado a pedir-vos um lugar, ao vosso lado, para o
poeta de Silêncio e Palavra. Com 26 anos e um só livro publicado, o Sr. Thiago
de Mello bem demonstra, todavia, que já se acha em condições de situar-se na
primeira linha da nossa poesia contemporânea”. No mesmo ano nascia seu
primogênito, Alexandre Manuel, que além do sangue índio do pai herdaria também
o sangue grego da mãe, a jornalista Pomona Politis, primeira mulher do poeta.
Impulsionado pela generosa acolhida do mais importante
crítico literário da época, Thiago de Mello mergulhou de vez na carreira
literária. Por meio do escritor José Lins do Rego, soube que o editor José
Olympio queria um livro novo de sua autoria para publicar. O escritor Rubem
Braga o chamou para ser repórter do jornal O Comício. O empresário Paulo
Bittencourt o convidou para ser colaborador efetivo do suplemento literário do
jornal Correio da Manhã. O jornalista Roberto Marinho o convidou para ser
cronista do jornal O Globo. Naqueles tempos, o jornalismo pagava dignamente a
colaboração literária, fosse poema, conto ou ensaio, e não havia exigência de
exclusividade. Um jornalista podia colaborar com vários jornais diferentes ao
mesmo tempo. Tendo encontrado trabalho que lhe garantiam o chamado meio de
vida, o poeta amazonense não se fez de rogado e lançou “Narciso Cego”, em 1952.
Escritor, crítico de arte, sociólogo, professor, tradutor e pintor,
Sérgio Milliet da Costa e Silva (foto) nasceu no dia 20 de setembro de 1898, em São
Paulo (SP) e faleceu no dia 9 de novembro de 1966. Ele fez os estudos primários
e secundários na capital paulista e o curso universitário de ciências
econômicas e sociais em Genebra e em Berna, na Suíça, onde publicou dois livros
de poesia: “Par le Sentir”, em 1917, e “Le Départ Sur la Pluie”, em 1919. De
volta ao Brasil, em 1920, participou ativamente da Semana de Arte Moderna de
1922. Voltou à Europa em 1923, para viver em Paris. Colaborou nas revistas
brasileiras Klaxon, Terra Roxa, Ariel e Revista do Brasil, promoveu a
divulgação de textos estrangeiros no Brasil e ao mesmo tempo traduziu poemas de
autores modernistas brasileiros para publicação na revista Lumière.
Voltou ao Brasil, para não mais sair, em 1925. Nesse mesmo
ano, fundou a revista Cultura, em sociedade com Oswald de Andrade e Afonso
Schmidt. Em 1935, passou a integrar o grupo de intelectuais formado, entre
outros, por Paulo Duarte, Mário de Andrade, Rubem Borba de Morais e Tácito de
Almeida, que idealizam a criação do Departamento de Cultura da Prefeitura de
São Paulo. Foi nomeado chefe da Divisão de Documentação Histórica e Social
desse departamento. Além de professor e secretário da Escola de Sociologia e
Política de São Paulo, Sérgio Milliet escreveu regularmente sobre literatura e
arte para o jornal O Estado de S. Paulo. Um desses textos, intitulado “... é um
poeta de verdade e tem o que dizer”, foi publicado no jornal paulista no dia 20
de julho de 1952:
Thiago de Mello, poeta
da geração de 45, e cujo primeiro livro (Silêncio e Palavra) despertou a
curiosidade da crítica tão displicente do Brasil acaba de publicar Narciso
Cego, em que suas qualidades de artesão e pensador se exibem ainda melhor. É
preciso agora ponderar a produção desse jovem com o mesmo cuidado com que se
analisa a dos mais acatados poetas da geração modernista. Porque Thiago de
Mello é um poeta de verdade e, coisa rara no momento, tem o que dizer. Mais do
que o que cantar, pois tudo nele, sensibilidade e inteligência, visa antes à
penetração e à descoberta profunda que o arrebatado entusiasmo ou a expressão
nostálgica. E, no entanto, não falta lirismo a esse moço tão preocupado com
idéias gerais, a esse moço que poderia colocar em epígrafe no seu volume de
versos o “que sais-je” de Montaigne. Sobre si mesmo debruça-se o poeta. Sabe
que se desconhece, que passeia em torno de si, mas não se freqüenta: “Pelas
minhas cercanias / passeio – não me freqüento”.
Em outro poema nos
confessa que o “vocábulo puro esquiva-se” a seu jugo. Isso significaria, por um
lado, a desconfiança de quem pensa no poder expressivo da palavra, isso
significaria uma inquietação quase angustiada diante do mistério que não
conseguimos comunicar embora o sintamos por vezes desvendado. Mas a elucidação
do pensamento de Thiago de Mello parece encontrar-se pouco adiante nestes dois
versos, espécies de compromisso de que jamais se deixará arrastar pela lógica
estéril dos tratados de filosofia: “... a palavra da boca é inútil / se o sopro
não lhe vem do coração”. Serena e triste afirmação de um fundo romântico sadio,
simpático, representante de uma época que procura esconder, se não negar, sob a
magia da forma, a necessidade poética da mensagem.
Essa impassibilidade,
ou melhor, esse pudor, felizmente não domina por completo os mais dotados entre
os jovens. Não vão todos eles até a secura, embora se esquivem tenazmente ao
canto lírico, assustados talvez com o possível dó de peito. Thiago de Mello
como que se desculpa de se entregar, conquanto discretamente, à emoção. Se não
consegue pairar sempre nas altas regiões do pensamento puro, é por que:
“Artesãos negligentes esqueceram / em nós leves resquícios de matéria”. Em
verdade, a hora trágica, absurda, estóica que nos cumpre viver, torna um pouco
piegas os romances amorosos, as
elegias de outras eras. Mas o verdadeiro poeta não deve ignorar o coração
humano, a alma, em que pese a vulgaridade da palavra. Deve descobrir novas
formas para dizer as coisas necessárias de sempre.
Trilhando os caminhos
da poesia filosófica, sem desprezar, no entanto, a riqueza emotiva pessoal,
Thiago de Mello mostra que não carece de coragem para se conservar autêntico e,
ao mesmo tempo, provar haver mais de uma solução original fora do puro
malabarismo técnico. Por isso eu leio com alegria este segundo volume de sua
obra apenas em início. E digo que se trata de um belo poeta, de um poeta de
verdade.
Sociólogo, antropólogo e escritor, Gilberto Freyre (foto) nasceu no
Recife (PE), no dia 15 de março de 1900, e faleceu em 18 de julho de 1987, na
capital pernambucana. Filho do professor e juiz de direito Alfredo Freyre e de
Francisca de Mello Freyre, ele estudou o primário e o secundário no Colégio
Americano Gilreath, no Recife, onde participou ativamente da sua sociedade
literária, sendo redator-chefe do jornal O Lábaro, editado por aquela
instituição de ensino.
Em 1918, Gilberto Freyre viajou para os Estados Unidos, onde
fez seus estudos universitários: bacharelado em Artes Liberais, com
especialização em Ciências Políticas e Sociais, na Universidade de Baylor e
mestrado e doutorado em Ciências Políticas, Jurídicas e Sociais, na
Universidade de Columbia, onde defendeu a tese “Vida social no Brasil em meados
do século XIX”. Viajou para vários países europeus, retornando ao Brasil, em
1923, preferindo continuar morando na sua terra natal, o Recife, em vez de
residir no sul do País.
Em 1933, publicou seu livro mais conhecido “Casa-grande
& Senzala”, considerada a obra mais representativa sobre a formação da
sociedade brasileira. Foi eleito deputado federal constituinte, em 1946, tendo
sido o autor do projeto que criou o Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas
Sociais, hoje Fundação Joaquim Nabuco. Além de sociólogo, antropólogo e escritor,
foi também pintor e jornalista. Dirigiu os jornais recifenses A Província e o
Diário de Pernambuco e colaborou regularmente com a revista O Cruzeiro, do Rio
de Janeiro. Na revista semanal carioca, Gilberto Freyre publicou um texto intitulado
“A Poesia de Um Mestre”, onde também manifestava sua admiração pelo poeta de
Barreirinha:
O poeta Thiago de
Mello toma tão de assalto o seu lugar entre os melhores poetas do Brasil, que
parece um salteador ou um ladrão. Mas é simplesmente um poeta que fez o seu
aprendizado em silêncio. Que guardou seus cadernos de caligrafia em vez de
publicá-los. Que decidiu só aparecer com a letra já segura de um mestre.
Um jovem e admirável
mestre é o que ele é. Seus versos têm um viço de mocidade que não se deixa
dominar de todo pela arte do tropical raro, desdenhoso de vitórias fáceis. Mas
é uma mocidade concentrada e não derramada. Autocrítica e não encantada com
todos os seus gestos, todas as suas palavras, todos os seus atrevimentos de
idéia e de forma: complacência que caracteriza o mau narcisismo.
O poeta Thiago dá aos
poetas novos do Brasil um bom exemplo que é o de não ser complacente consigo
mesmo. O de só aparecer com versos que excedam o fácil lirismo de que é capaz
quase todo moço, quase todo adolescente, quase todo brasileiro, em estado de
efervescência sentimental.
Sua poesia excede de
tal modo esse fácil lirismo que é a poesia de um mestre e não a de um
principiante indeciso e cheio de dedos. Há nela uma segurança, uma força, um
domínio sobre a palavra que não se confunde entretanto com a segurança ou a
força ou o domínio sobre as palavras, dos lógicos. Seu grande poder é o
poético.
Daí o mistério em que
se alongam, em seus versos, palavras que tomam um novo sentido, nova cor, nova
vibração, ao lado daquelas que, por convenção ou rotina, são suas inimigas. O
poeta aproxima-as com uma audácia lírica de que resultam novas e fortes
sugestões poéticas, novos e provocantes mistérios para a imaginação, novas
aventuras para os olhos e ouvidos de quem lê em voz alta versos que chegam a
ser poucos brasileiros pela sua densidade e concentração.
O romancista Carlos Heitor Cony, amigo do poeta há mais de
60 anos, conta que Thiago de Mello assemelhava-se a “um personagem de Proust no
Rio de Janeiro”. “Vestia-se elegante, com ternos bem cortados. Era cronista do
jornal O Globo, publicava poemas no Correio da Manhã, assinava reportagens em O
Comício e era um dos editados do prestigiado José Olympio”, recorda ele, que
até hoje conversa semanalmente com o poeta por telefone.
No Rio de Janeiro, Thiago tornou-se íntimo também do
romancista José Lins do Rego (foto) e do poeta Manuel Bandeira. Sempre a chama-lo de “De
Mello”, Zé Lins fez dele quase um irmão mais novo. Em 1957, nos últimos três meses
de vida do autor de “Menino de Engenho”, o poeta assumiu o posto de
acompanhante de quarto no hospital.
Thiago diz que Zé Lins pressentia a morte e
queria conversar, conversar muito, conversar o tempo todo. Gostava de falar de
seu tempo de menino de engenho. Quando via que Thiago dormia, dizia em voz
alta: “Como dorme esse sacana do De Mello!”. A morte do escritor resultou no
pungente poema “Pranto por José Lins do Rêgo Cavalcanti”, incluído no livro
“Toadas de Cambaio”.
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