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quarta-feira, novembro 29, 2017

As sinistras ‘fazendas’ chinesas onde se ‘cultivam’ likes e cliques


Uma das grandes preocupações desta geração são as redes sociais, ou melhor, quantas curtidas as publicações estão conseguindo. Com informações cada vez mais orgânicas e rápidas, o que importa mesmo é ter relevância.

Para conseguir isso, é necessário ter mais do que seguidores; é preciso ter pessoas que prestam atenção no que você posta, curtindo, comentando e compartilhando. Quanto mais curtidas, maior relevância e mais pessoas irão ver a sua publicação.

E foi pensando nisso que a China criou fábricas de likes, uma maneira simplificada para poder crescer neste mundo de aparências.

Sim, gafanhoto, a internet é definitivamente um mundo de aparências, onde nada de fato é o que parece – e essa constatação cada vez mais se afirma como a única verdade a respeito de nossas vivências virtuais.

Nem mesmo os likes, compartilhamentos e seguidores, que movimentam mercados inteiros e tanto dinheiro na vida real, de fato são o que sugerem ser.

Sim, gafanhoto, todos nós, os eternamente céticos, sempre suspeitamos disso, mas a descoberta de uma série de “fazendas” de “likes” na China comprovaram tais suspeitas.


O processo é tão simples quanto absurdo: milhares e milhares de smartphones conectados à internet em um mesmo recinto permite que, através da contratação de tais serviços, páginas se tornem populares sem a adesão real das pessoas, vídeos viralizem, aplicativos se popularizem, ou o contrário: opiniões, histórias, mentiras e absurdos sejam compartilhados e curtidos em milhares, milhões de cliques, sem que nada disso de fato signifique o desejo ou a opinião das pessoas.


A maior parte dessas manipulações virtuais parecem acontecer na China e na Rússia, mas há indícios de que elas ocorram em todo o mundo. 

O local descoberto na China tinha cerca de 10 mil telefones em ação, assim como diversos trabalhadores cultivando likes e compartilhamentos, e transformando páginas impopulares em sucessos na rede.

Tal prática não é exatamente ilegal, mas obviamente sugere profundas questões éticas e mesmo concretas, considerando a quantidade de dinheiro movimentada pela internet – e as diversas pessoas que trabalham honestamente em tal meio.


Muitas pessoas, diante da história, sugeriam a imediata proibição de tais práticas, através de pesadas multas que envolvam as empresas envolvidas. 

A maioria, porém, demonstrou o espanto e a estupefação diante da confirmação daquilo que antes parecia somente uma sinistra suspeita: nada mais é real hoje em dia?

© fotos: reprodução/Zerohedge

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