Cristiano Ronaldo
(esquerda) e Dan Osborne (direita) posam para a marca Emporio Armani;
David
Beckham (centro), para a H&M
O jornalista britânico que inventou o termo metrossexual, 20
anos atrás, acaba de cunhar o termo para definir uma nova “categoria” de
homens: o spornossexual, mistura das palavras “esporte”, “pornô” e “sexual”.
Em um artigo publicado no “Telegraph”, Mark Simpson decreta
que os metrossexuais são águas passadas e consumadas, afinal, os homens
ingleses, hoje, gastam mais dinheiro em sapato do que as mulheres, segundo a
empresa de pesquisa de mercado Mintel. Esse comportamento já é comum entre
quarentões.
O repórter, então, criou o termo spornossexual para definir
a nova geração de homens de vinte e poucos anos.
Com abdômens sarados e tatuagens que valorizam os músculos,
essa nova geração de metrossexuais é menos apegada às roupas e mais ligada em
aperfeiçoar seus próprios corpos.
Seus músculos e a pele se tornam os acessórios mais chiques,
e a academia é o templo desse tipo de consumo, comparável às lojas de grife.
A nova onda também torna os metrossexuais ainda mais
sexuais, pois homens como os jogadores Cristiano Ronaldo e David Beckham,
considerados, por Simpson, os símbolos da spornossexualidade, querem ser
desejados.
“Um novo termo é necessário para descrever eles, esses
homens bombados dos anúncios nos quais o esporte vai para a cama com o pornô,
enquanto Mr. Armani tira fotos”, define Mark Simpson, antes de acrescentar:
“Vamos chamá-los de spornossexuais”.
Mas, ao contrário dos antigos anúncios metrossexuais de
Beckham, nos quais seus atributos provavelmente eram reforçados
artificialmente, os spornossexuais de hoje usam o Photoshop na vida real: a
musculação.
“Para a geração de hoje, as redes sociais, os selfies e a
pornografia são os principais vetores da vontade dos homens de serem desejados.
Eles querem ser desejados por seus corpos, e não por seus guarda-roupas. E,
certamente, não por suas mentes”, analisa o repórter, dando como exemplo o
modelo britânico Dan Osborne.
A origem dos
metrossexuais
Simpson escreveu pela primeira vez sobre os metrossexuais em
1994, no jornal “The Independent”, após ir a uma exposição organizada pela
revista “GQ”, batizada “É um mundo de homens – Primeira exposição de estilo da
Grã-Bretanha para homens” (“It’s a man’s world – Britain’s first style
exhibition for men”).
À época, ele definiu o futuro da masculinidade como uma mistura
entre a vaidade, o consumo e a feminilidade.
Ele previu que os homens se tornariam extremamente vaidosos
e consumistas, sempre cuidando do cabelo meticulosamente e investindo em roupas
e acessórios caros.
Ainda apostou que eles seriam o maior mercado consumidor da
década de 1990 e das subsequentes.
Foi, porém, só em 2002, quando Simpson voltou ao assunto em
uma reportagem para o site Salon.com, “Conheça os metrossexuais” (“Meet the
metrosexual”), que a palavra “pegou” e passou a ser usada em todo o mundo.
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