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sexta-feira, julho 15, 2011

Aula 4 do Curso Intensivo de Rock: Willie Nelson


O final dos anos 60 e os anos 70 viram ressurgir o country tradicional através de expoentes como Willie Nelson, Wayllon Jennings, Johnny Cash e Merle Haggard, os chamados “outlaws” (“fora-da-lei”), por causa de suas posições pessoais em relação ao sistema estabelecido, do grande consumo de drogas e de um modo de vida intenso e atribulado.

Willie Nelson nasceu em Abbot, Texas, em 30 de abril de 1933 e foi criado por seus avós, após a separação de seus pais.

Seu avô lhe ensinou os primeiros acordes da música country e, no início de sua adolescência, Willie já era um excelente violonista.

Assim que deixou o serviço militar da Força Aérea, no início dos anos 50, começou a trabalhar como “disc-jóquei” em uma estação de rádio de Forth Worth enquanto estudava na Baylor University, que largou depois de dois anos.

Durante a noite, trabalhava como cantor de cabaré ou músico de aluguel em locais pouco recomendados, mas sempre que podia, arranjava tempo para escrever suas canções.

Em 1960, quando se mudou para Nashville, Willie arranjou trabalho como baixista na banda de Ray Price, encontrando a oportunidade de mostrar suas músicas.

Ray Price, um artista bastante conceituado na época, fez de uma canção de Nelson, “Night Life”, sua música tema (mais de 70 artistas já gravaram esta música) e Willie se viu tentado a voar sozinho.

Após montar sua própria banda, com muitos dos ex-integrantes da banda de Ray Price, Willie foi para a estrada, tendo como bases fixas apenas Forth Worth, Los Angeles e Nashville.

Seu primeiro disco, “And Then I Wrote”, foi gravado em 1962.


Três anos depois, ele foi contratado pela RCA e passou a se apresentar regularmente na Grand Ole Opry.

Compositor de mão cheia, Willie Nelson conseguiu gravar 18 álbuns em três anos, bem como apoiou Charley Pride no início de sua carreira, apresentando-o em seu show no sul dos Estados Unidos, em plena instabilidade social e política, por causa dos problemas raciais e da luta pelos direitos civis.

Durante os anos 60, o som de Nashville estava em ascendência, mas Willie se sentia desiludido com o andamento das coisas, preferindo conduzir sua carreira e fazer suas canções no seu próprio estilo, não se dobrando aos modismos.

Rebelde, ativista social e usuário confesso da cannabis, sua música se identificava com o estilo outlaw (“fora-da-lei”) e o country progressivo.


Nos anos 70, depois que se mudou para Austin, no Texas, suas músicas começaram a freqüentar mais assiduamente as paradas de sucesso.

Com a ajuda de Neil Reshen, que viria a ser seu futuro empresário, ele deixou a RCA e assinou com a Atlantic, um selo conceituado que começava a abrir suas portas para a música country.

Willie Nelson associou-se a Waylon Jennings e alcançou o topo das paradas com “Good Hearted Woman”, em 1976, ganhando, também o disco de platina com o álbum “Wanted: The Outlaws”.

Em 1978, com Jennings, Leon Russel e Ray Price, gravou seu álbum mais popular: “Stardust”, uma coletânea de Tin Pan Alley.

Também pode ser creditado a Willie Nelson o início de uma nova fase da música country quando, em 1975, ajudou um movimento que ficou conhecido como “Urban Cowboy Movement”, que mesclava o pop com o country.

Exemplos de canções típicas desta fase foram “Blue Eyes Cryin’In The Rain”, “Always On My Mind” e “On The Road Again”, além do clássico “Nothing’s Changed, Nothing’s New”.


Recusando-se a se submeter a esquemas comerciais, Willie executou, sempre, vários projetos pessoais paralelos, como “Stardust”, “The Troublemaker” (estilo gospel), “To Lefty From Willie” (um tributo a Lefty Frizzell), “Angel Eyes” (apresentando o guitarrista de jazz Jackie King) e o seu aclamado retorno aos estúdios de gravação, em 1993, com “Across The Borderline” (produzido por Don Was e com participações de Paul Simon e Bob Dylan, entre outros), continua na estrada até hoje.

Mas o velho Willie Nelson não abandona a carroça.

Já é pública e notória sua paixão quase devocional pela cannabis, sendo que, só na década passada, ele foi detido seis vezes por porte de quantidades consideráveis de fumo em blitz e barreiras ao longo da estrada.

Como um fora-da-lei e paladino de seu universo particular, Willie ainda viaja muito e gosta de compor dentro de seu ônibus particular, onde percorre os Estados Unidos de norte a sul, de leste a oeste, em um vaivém frenético sem hora para acabar.

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