Espaço destinado a fazer uma breve retrospectiva sobre a geração mimeográfo e seus poetas mais representativos, além de toques bem-humorados sobre música, quadrinhos, cinema, literatura, poesia e bobagens generalizadas
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sexta-feira, julho 15, 2011
Aula 7 do Curso Supletivo de Rock: Merle Haggard
Outro membro ilustre da confraria “outlaw” da música country era Merle Haggard, considerado o mais carismático dos quatro e que mostrou na prática não ser necessário abandonar as raízes musicais para alcançar a fama.
A família de Hagard vinha da região árida ao leste de Oklahoma e vivia em um trailer em Bakersfield, Califórnia, quando Merle nasceu, em 6 de abril de 1937.
Merle tinha nove anos quando seu pai, um competente violinista, morreu de cirrose hepática.
Sem um esteio sólido para se apoiar, ele começou a viver perigosamente no fio da navalha, praticando uma série de pequenos furtos, que lhe valeram várias entradas e saídas da prisão local.
Em 1957, ele foi acusado de tentar assaltar uma residência a mão armada, o que lhe valeu uma sentença de seis anos de prisão na penitenciária de San Quentin.
Ainda na prisão, Merle começou a rascunhar e escrever algumas canções e estava em San Quentin quando Johnny Cash, em 1958, realizou uma de suas apresentações para os detentos, entre as muitas outras apresentações realizadas pelo músico pelas diversas prisões americanas.
Quando Merle deixou a cadeia, em 1960, por bom comportamento, já estava disposto a mudar de vida e se transformara em um músico razoável.
Merle retornou a Bakersfield, e, ajudado inicialmente por Buck Owens e sua ex-esposa Bonnie (com quem viria se casar mais tarde), começou a atuar em clubes locais.
Numa dessas apresentações, Merle esbarrou em Fuzzy Owen, um músico do Arkansas, que também tocava em clubes noturnos e viria ser seu empresário até os dias de hoje.
Em 1962, Fuzzy organizou uma série de sessões de gravação em uma garagem convertida em estúdio e produziu alguns singles com o selo Tally Records, que Buck Owens havia adquirido de seu primo Lewis Tally.
No ano seguinte, Merle debutava nas paradas com “Sing A Sad Song”, alcançando o décimo nono lugar.
Em 1965, eles produziram “(My Friends Are Gonna Be) Strangers”, que conseguiu furar o bloqueio e penetrar no seleto clube dos dez maiores sucessos do momento.
Isso levou a Capitol Records a contratá-lo e adquirir o acervo da Tally Records.
O segundo single de Merle pela Capitol, seu clássico ao estilo honky-tonk, “Swinging Doors”, permaneceu seis meses nas paradas, muitas vezes entre os cinco maiores sucessos.
Outra canção, “The Bottle Let Me Down”, chegou ao terceiro posto.
Mas foi em 1966, com “I’m Lonesome Fugitive”, que Merle alcançou o primeiro lugar nas paradas de country & western, transformando aquele no melhor ano de sua carreira.
Duas canções aparentemente inocentes, “Okie From Muskogee” e “The Fightin’ Side Of Me”, também alcançaram o topo das paradas, em 1969, no auge da guerra do Vietnam.
Ele garantiu ter composto as duas músicas sob o efeito de muita marijuana e LSD – o que talvez explique o grande sucesso que obteve entre as tribos hippies.
Nos anos 70, ele começou a se apresentar ao lado dos outros “outlaws”, em dupla, trinca ou quarteto, e excursionou várias vezes ao lado de Bob Dylan.
O sucesso de Merle Haggard continuou pelos anos 80, na sua nova gravadora a Epic Records e embora seus sucessos tenham visitado menos as paradas de sucesso, ele ainda é muito requisitado para apresentações, tendo aberto os shows de Clint Black, em 1991.
Vários artistas de country, como a banda Diamond Rio e Lee Roy Parnell, entre outros, participaram da coletânea “Mamma’a Hungry Eyes”, de 1994, um álbum realizado em sua homenagem.
Atualmente, Merle Haggard ainda conta com uma legião de fãs na música country e continua curtindo suas viagens lisérgicas.
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